Como a minha gula por comida chinesa é maior que a minha esquesitiçe, ontem enfiei no buxo um almoço chinês que me soube melhor que peru de natal.
Ainda aqui estou e a babar por mais.
Isto, o que não nos mata, torna-nos mais fortes...
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
Já tenho mais uma Papoila
Linda!!!!!!!
Ai que eu ainda passo a gostar de Dezembro, do Natal e do menino jesus...
Ai que eu ainda passo a gostar de Dezembro, do Natal e do menino jesus...
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Será que...
... é só aqui em casa, que os pares de meias não têm duas meias, mas apenas uma?
O que acontece às outras, gostava eu de saber.
Será um fantasminha que anda a rapiná-las, para um dia mas mandar todas de uma vez?
Será um triangulo como o das bermudas?
Será a máquina de lavar?
Serão as gatas ?
Tenho fé que ainda vou descobrir.
Entretanto, deixo estas em espera....
O que acontece às outras, gostava eu de saber.
Será um fantasminha que anda a rapiná-las, para um dia mas mandar todas de uma vez?
Será um triangulo como o das bermudas?
Será a máquina de lavar?
Serão as gatas ?
Tenho fé que ainda vou descobrir.
Entretanto, deixo estas em espera....
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Há coisa que devem ser ditas em vida
Um vizinho meu, por falta de trabalho por cá, rumou às Canárias à procura de melhor vida, e por infelicidade sua, por lá faleceu há alguns dias.
A família, com poucas posses, mas no compreensível desejo de o sepultar cá, tem feito um peditório na esperança de conseguirem o dinheiro suficiente para o efeito.
Eu contribuí com o que me foi possível mas fiquei cá a magicar.
Então e se eu, que gosto tanto de sair de portas (ainda que muito menos vezes do que gostaria), tiver por lá um fanico e quinar sabe-se lá por onde?
Se perguntarem a um ator, mais coisa menos coisa, todos dizem que gostariam de morrer no palco(credo, também é um exagero). Pois eu cá, amante que sou de viagens, e também já não vou pra nova, posso finar-me numa.
Vai daí, filhas lindas de vossa mãe, não vos dais ao trabalho(e despesa) de me trazer praqui.
Deixai-me por lá, que isto de morrer tem mesmo de ser, e eu não tenho 150 mil euros para me congelarem até à eternidade na esperança de um resuscitanço.
Um cadinho mórbido, não é? Mas realista, garanto-vos.
A família, com poucas posses, mas no compreensível desejo de o sepultar cá, tem feito um peditório na esperança de conseguirem o dinheiro suficiente para o efeito.
Eu contribuí com o que me foi possível mas fiquei cá a magicar.
Então e se eu, que gosto tanto de sair de portas (ainda que muito menos vezes do que gostaria), tiver por lá um fanico e quinar sabe-se lá por onde?
Se perguntarem a um ator, mais coisa menos coisa, todos dizem que gostariam de morrer no palco(credo, também é um exagero). Pois eu cá, amante que sou de viagens, e também já não vou pra nova, posso finar-me numa.
Vai daí, filhas lindas de vossa mãe, não vos dais ao trabalho(e despesa) de me trazer praqui.
Deixai-me por lá, que isto de morrer tem mesmo de ser, e eu não tenho 150 mil euros para me congelarem até à eternidade na esperança de um resuscitanço.
Um cadinho mórbido, não é? Mas realista, garanto-vos.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Grata herança
Dos pais, herdamos a cor dos olhos, o mau feitio, os caracóis ou o cabelo lambido, e, entre milhares de outras coisas...alguns amigos.
A A. é uma querida amiga que herdei da minha mãe.
Faz hoje oitenta anos e nunca vai ler isto, mas ainda assim, tenho de dizer aqui, como gosto e me sinto grata pela sua amizade.
Parabéns A.
A A. é uma querida amiga que herdei da minha mãe.
Faz hoje oitenta anos e nunca vai ler isto, mas ainda assim, tenho de dizer aqui, como gosto e me sinto grata pela sua amizade.
Parabéns A.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Estados de alma
Ontem, foi a enterrar um familiar. Nestas ocasiões há sempre o reencontro de pessoas que não vimos há muito, outras ainda, que mesmo familiares, nem conhecíamos.
E eu, naquela dualidade entre a alegria de alguns reencontros, e a tristeza da circunstancia.
E eu, naquela dualidade entre a alegria de alguns reencontros, e a tristeza da circunstancia.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Escapadinha a sul
Faro. Tão bom andar por aqui no inverno
Olhão. Ria Formosa e ao longe o farol, na ilha a que deu nome.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
E pronto, é este o estado da nação
Com o caos completamente instalado, cá temos a operação Marquês.
Estes tipos são cá uns cirurgiões da pulhice...
Estes tipos são cá uns cirurgiões da pulhice...
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
A propósito dos vistos dourados
Quando perguntei a uma amiga minha (por irónica coincidência, mulher de uma figura de destaque de um anterior governo), se com quatro filho não era uma grande confusão lá em casa, ele respondeu serenamente: "Sabes, quando já se tem três filhos, o caos já está instalado. Mais um não altera muita coisa."
Ora, tal e qual o nosso governo.
Assim c'massim, o caos já estava instalado há tanto tempo, que mais operação labirinto, menos coisa, não se nota quase nada.
Ora, tal e qual o nosso governo.
Assim c'massim, o caos já estava instalado há tanto tempo, que mais operação labirinto, menos coisa, não se nota quase nada.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
...a ouvir o que o mar dizia
Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia
Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos, rimos, cantámos.
Fallou-me do seu destino,
Do seu fado...
Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molhádo e lindo.
O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!
Deserto de aguas sem fim.
...........................
Antonio Botto
Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos, rimos, cantámos.
Fallou-me do seu destino,
Do seu fado...
Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molhádo e lindo.
O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!
Deserto de aguas sem fim.
...........................
Antonio Botto
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
A casa dos segredos (?)
Não vejo a casa dos segredos. Porquê, não interessa para agora.
Não gosto, tal como não gosto de comer francezinhas, ir à missa ou depilar o buço.
Mas claro que ouço tudo o que é comentário sobre tão nobre assunto.
Mas confesso que o que achei mais engraçado foi o do meu pai, homem com mais de oitenta anos.
Dizia ele:" casa dos segredos? Mas porque é que lhe puseram esse nome? Então os que lá estão, mostram, dizem e fazem tudo sem vergonha nenhuma, têm lá algum segredo?"
Ganda pai!
Não gosto, tal como não gosto de comer francezinhas, ir à missa ou depilar o buço.
Mas claro que ouço tudo o que é comentário sobre tão nobre assunto.
Mas confesso que o que achei mais engraçado foi o do meu pai, homem com mais de oitenta anos.
Dizia ele:" casa dos segredos? Mas porque é que lhe puseram esse nome? Então os que lá estão, mostram, dizem e fazem tudo sem vergonha nenhuma, têm lá algum segredo?"
Ganda pai!
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Doutores doutores...
O J., um familiar meu, é de origem humilde, mas de tudo fez para dar a volta por cima. E conseguiu.
Tem duas filhas, e fez questão de fazer delas "doutoras".
Uma mais "doutora" que a outra, já que tem duas licenciaturas, mas ambas doutoras, pronto.
Quando a C., a mais nova, acabou o curso, participou na produção de um filme de um renomado realizador . Durante as filmagens, na zona do Douro, a C. caiu num fosso, e magoou-se a sério.
Levaram-na para um hospital do Porto e chamaram o pai.
Quando o J. lá chegou, e ainda antes de ver a filha, já a ouvia chamar a médicos e enfermeiros, tudo quanto é nome bonito (palavrões que até fizeram corar o pai), por causa das dores.
Quando me contou, o J. rematou assim: "Já viste? F...-se, anda um pai a criar uma filha, faz dela doutora, e é isto. Envergonha um gajo!"
Pois...a C. o que tinha nos genes, por lá ficou, mesmo com tanto estudo...
Instrução não é, mesmo, educação.
Que o diga um certo doutor, ex ministro, com muita instrução e cultura.
Não digo o nome, não vá o diabo tece-las e ele passar por aqui. É que, alegadamente, já bateu na mulher e até processou o governo. A mim, esborrachava-me, como eu faço aos caracóis que teimam em subir-me pelas paredes.
Ó doutores, não se esqueçam da educação, da ética, enfim, das boas práticas.
Tem duas filhas, e fez questão de fazer delas "doutoras".
Uma mais "doutora" que a outra, já que tem duas licenciaturas, mas ambas doutoras, pronto.
Quando a C., a mais nova, acabou o curso, participou na produção de um filme de um renomado realizador . Durante as filmagens, na zona do Douro, a C. caiu num fosso, e magoou-se a sério.
Levaram-na para um hospital do Porto e chamaram o pai.
Quando o J. lá chegou, e ainda antes de ver a filha, já a ouvia chamar a médicos e enfermeiros, tudo quanto é nome bonito (palavrões que até fizeram corar o pai), por causa das dores.
Quando me contou, o J. rematou assim: "Já viste? F...-se, anda um pai a criar uma filha, faz dela doutora, e é isto. Envergonha um gajo!"
Pois...a C. o que tinha nos genes, por lá ficou, mesmo com tanto estudo...
Instrução não é, mesmo, educação.
Que o diga um certo doutor, ex ministro, com muita instrução e cultura.
Não digo o nome, não vá o diabo tece-las e ele passar por aqui. É que, alegadamente, já bateu na mulher e até processou o governo. A mim, esborrachava-me, como eu faço aos caracóis que teimam em subir-me pelas paredes.
Ó doutores, não se esqueçam da educação, da ética, enfim, das boas práticas.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
A feira da Golegã
Tem muita bosta, pois tem, tem muita lama quando chove, pois tem, tem tanta gente que quando se é baixa como eu só se vêm é cus, pois tem, se faz calor cheira a suor misturado com bosta de cavalo, tembem é verdade, vêm-se bebedeira aqui e ali, pois claro, para estacionar o carro tens de suar muito mesmo que esteja frio, sim, mais uns quantos inconvenientes.
É pá, mas a feira da Golegã é única, especial e imperdível.
E quando se junta toda a minha prole, com Papoila trajada a rigor e tudo...então...é do céu!
É pá, mas a feira da Golegã é única, especial e imperdível.
E quando se junta toda a minha prole, com Papoila trajada a rigor e tudo...então...é do céu!
O descanso de pequeno pónei Tobias
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Sabes que és velha...
... quando, para ti, trinta anos é pouco tempo.
Diz que a Blitz saiu pela primeira vez há trinta anos!!
Nesse altura, eu tinha pouco mais de vinte anos, era jovem, tinha sonhos...
Porra, mas isso não foi há trinta anos.
Foi ontem!!!!!!
Diz que a Blitz saiu pela primeira vez há trinta anos!!
Nesse altura, eu tinha pouco mais de vinte anos, era jovem, tinha sonhos...
Porra, mas isso não foi há trinta anos.
Foi ontem!!!!!!
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
E por falar em Botticelli...
Ouvi há dias, que foram colocadas na capela Sistina, umas luzes especiais que não danificam os frescos. Quando lá fui, só entrava a luz natural pelas janelas.
Verdade verdadinha, a capela Sistina era o meu destino preferido, caso fosse ao Vaticano quando fui a Roma. Também é verdade, que crentes ou não crentes, todos ou quase todos os que vão a Roma a passeio, vão ao Vaticano.
E diz-vos uma agnóstica, que é uma visita marcante na vida de qualquer um.
E não me venham com a conversa de que se a igreja vendesse os seus bens, acabava a fome no mundo. Não acabava nada. O que acabava, era a possível visão de objetos de uma beleza tal, que quem tem o privilégio de observar nunca mais esquece. Os museus do Vaticano albergam, certamente, um património de um valor e beleza incalculáveis. E devem continuar assim.
Mas voltando à capela Sistina, confesso que as minhas espectativas saíram um pouquinho frustradas.
Primeiro, porque eu pensei que era uma capela como as que eu conheço, compostas como se tivesse acabado a missa.
Nada disso. É uma sala ampla, muito mais pequena do que eu imaginava, onde os visitantes têm vinte minutos de descanso, já que até ali têm de andar quase a correr, para que haja tempo para todos os milhares de visitantes. Os seguranças são quase tantos como os visitantes, e o cansaço já é tanto, que a muito custo temos ânimo para olhar com a atenção merecida para tão grandiosa obra.
Mas o que mais me impressionou, foi o facto de os restauros deixarem os frescos com um aspeto de tal maneira novo, que parecia que Michelangelo, Rafael, Bernini, ou Botticelli, tinham acabado de sair dali.
Quem tiver a sorte de poder observar tão grande maravilha, faça-o com mais atenção do que eu o fiz e não ligue ao ambiente envolvente, mas à beleza daquele lugar inesquecível.
E que as tais luzes novas, contribuam para uma mais minuciosa observação.
Verdade verdadinha, a capela Sistina era o meu destino preferido, caso fosse ao Vaticano quando fui a Roma. Também é verdade, que crentes ou não crentes, todos ou quase todos os que vão a Roma a passeio, vão ao Vaticano.
E diz-vos uma agnóstica, que é uma visita marcante na vida de qualquer um.
E não me venham com a conversa de que se a igreja vendesse os seus bens, acabava a fome no mundo. Não acabava nada. O que acabava, era a possível visão de objetos de uma beleza tal, que quem tem o privilégio de observar nunca mais esquece. Os museus do Vaticano albergam, certamente, um património de um valor e beleza incalculáveis. E devem continuar assim.
Mas voltando à capela Sistina, confesso que as minhas espectativas saíram um pouquinho frustradas.
Primeiro, porque eu pensei que era uma capela como as que eu conheço, compostas como se tivesse acabado a missa.
Nada disso. É uma sala ampla, muito mais pequena do que eu imaginava, onde os visitantes têm vinte minutos de descanso, já que até ali têm de andar quase a correr, para que haja tempo para todos os milhares de visitantes. Os seguranças são quase tantos como os visitantes, e o cansaço já é tanto, que a muito custo temos ânimo para olhar com a atenção merecida para tão grandiosa obra.
Mas o que mais me impressionou, foi o facto de os restauros deixarem os frescos com um aspeto de tal maneira novo, que parecia que Michelangelo, Rafael, Bernini, ou Botticelli, tinham acabado de sair dali.
Quem tiver a sorte de poder observar tão grande maravilha, faça-o com mais atenção do que eu o fiz e não ligue ao ambiente envolvente, mas à beleza daquele lugar inesquecível.
E que as tais luzes novas, contribuam para uma mais minuciosa observação.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Desconforto
Tenho comprado livros em feiras de velharias, todos a um euro, uns melhor e outros pior conservados.
Mas como não ligo a merdiçes e compro livros pelo conteúdo e não pela aparência, lá vou comprando verdadeiras preciosidades, baratíssimas.
Mas há um pormenor que me deixa um pouco incomodada. É que muitos deles trazem dedicatórias, rascunhos, sublinhados e outras marcas de quem já foi seu dono, o que me deixa com um sentimento de intromissão muito desconfortável. Como se entrasse na intimidade daquelas pessoas. Todas, ou quase, já devem ter partido. Mas é como se ainda estivessem presentes naqueles livros.
Uma coisa é certa, todos eles dizem muito mais do que as frases que contêm.
Mas como não ligo a merdiçes e compro livros pelo conteúdo e não pela aparência, lá vou comprando verdadeiras preciosidades, baratíssimas.
Mas há um pormenor que me deixa um pouco incomodada. É que muitos deles trazem dedicatórias, rascunhos, sublinhados e outras marcas de quem já foi seu dono, o que me deixa com um sentimento de intromissão muito desconfortável. Como se entrasse na intimidade daquelas pessoas. Todas, ou quase, já devem ter partido. Mas é como se ainda estivessem presentes naqueles livros.
Uma coisa é certa, todos eles dizem muito mais do que as frases que contêm.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Vamos falar de maçãs?
Fruto do pecado, que o diga a Eva, a maçã é um fruto muito consumido (eu excluída, que só como das minhas, biológicas e tão boas que só elas) e apreciado pelos portugueses. Aqui bem perto, há umas muito afamadas, e há bem pouco tempo, vi na TV um responsável dessa produção a enaltecer as qualidades da sua fruta e a aconselhar que os consumidores a comam com a pele (cruzes canhoto, que a maioria do pessoal não imagina a porcaria que por ali vai.).
Que são lavadas (e víamos todo o processo), por isso absolutamente inócuas.
E lá voltei eu ao passado, e ao celeiro dos meus avós C.
O celeiro era o armazém do povo daquele tempo.
Lá, os meus avós guardavam o trigo, numa arca tão grande que eu a minha irmã e os meus primos cabíamos lá dentro a brincar. Durante o ano, ia ficando vazia, à medida que as semanas se sucediam e a minha avó ia trocando o trigo por farinha para o pão de toda a semana. Guardavam as batatas para todo o ano, o milho para a criação, os grão, os chícharos, o feijão uvas penduradas na tentativa de as fazer chegar ao Natal, e mais alguns haveres.
Mas do que mais me lembro, é do monte de maçãs que ficavam mesmo no centro do casarão (como também era chamado).
Cheiravam tão bem...
Claro que tinham lagartas(!).
E também é certo que essas lagartas se misturavam com as das batatas, com o gurgulho do feijão, os carneiros do chícharos, as ratazanas que por ali andavam e todo um rol de bicharada.
Mas ainda assim, creio, estou mesmo convicta, que eram mais saudáveis que as tais, tão famosas, caras, intragáveis, que o fulano aconselhava. Aquelas e todas as outras produzidas como elas.
Agora já não é fruta do pecado. Pode até ser a fruta da morte lenta.
Que são lavadas (e víamos todo o processo), por isso absolutamente inócuas.
E lá voltei eu ao passado, e ao celeiro dos meus avós C.
O celeiro era o armazém do povo daquele tempo.
Lá, os meus avós guardavam o trigo, numa arca tão grande que eu a minha irmã e os meus primos cabíamos lá dentro a brincar. Durante o ano, ia ficando vazia, à medida que as semanas se sucediam e a minha avó ia trocando o trigo por farinha para o pão de toda a semana. Guardavam as batatas para todo o ano, o milho para a criação, os grão, os chícharos, o feijão uvas penduradas na tentativa de as fazer chegar ao Natal, e mais alguns haveres.
Mas do que mais me lembro, é do monte de maçãs que ficavam mesmo no centro do casarão (como também era chamado).
Cheiravam tão bem...
Claro que tinham lagartas(!).
E também é certo que essas lagartas se misturavam com as das batatas, com o gurgulho do feijão, os carneiros do chícharos, as ratazanas que por ali andavam e todo um rol de bicharada.
Mas ainda assim, creio, estou mesmo convicta, que eram mais saudáveis que as tais, tão famosas, caras, intragáveis, que o fulano aconselhava. Aquelas e todas as outras produzidas como elas.
Agora já não é fruta do pecado. Pode até ser a fruta da morte lenta.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Eu não digo que os deuses andam loucos?
Quase em Novembro, e, ou para ver McNamara ou para aproveitar um fantástico dia de praia, o facto é que, na Nazaré, este domingo, parecia Agosto.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Sonhos/pesadelos
Há duas noites que ando a sonhar que ando outra vez na escola primária. Na minha escola primária.
Cá pra mim, ou eu quando estou a dormir, tenho saudades da minha infância ( só mesmo a dormir), ou estou a prever que a velhice , que se aproxima a passos largos, vai ser como que uma segunda infância. Um terror, portanto.
Cá pra mim, ou eu quando estou a dormir, tenho saudades da minha infância ( só mesmo a dormir), ou estou a prever que a velhice , que se aproxima a passos largos, vai ser como que uma segunda infância. Um terror, portanto.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Porquê?
Gosto tanto de literatura brasileira.
Considero os brasileiros artistas das palavras. Têm uma forma tão harmoniosa de as usar que acho uma delicia, um mimo.
Então porque é que eu não consigo ler até ao fim um único livro de Paulo Coelho?
Considero os brasileiros artistas das palavras. Têm uma forma tão harmoniosa de as usar que acho uma delicia, um mimo.
Então porque é que eu não consigo ler até ao fim um único livro de Paulo Coelho?
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Amizades
Ao longo da nossa vida, vamos conhecendo pessoas, com as quais temos mais ou menos empatia, vamos gostando mais de umas do que de outras, e àquelas de quem gostamos mais, chamamos amigas.
Há ainda as que passam na nossa vida, ainda que rapidamente, mas que deixam um rasto de coisa boa, de lembranças boas, de saudades.
Isto de falar de amizades, tem muito que se lhe diga. Ainda mais agora, com as amizades facebookianas.
Como sou já muito antiga, para mim, não há amizades como as que se fazem antes da idade adulta.
E tive a confirmação disto mesmo no fim de semana.
No domingo encontrei a D.
A minha melhor amiga da adolescência.
Em trinta e tal anos, talvez nos tenhamos visto menos de meia dúzia de vezes.
Mas, curiosamente, quando nos encontramos, foi como se nos tivéssemos visto no dia anterior.
A mesma cumplicidade, aquela sensação de sabermos o que a outra vai dizer, aquele aconchego que se sente junto dos amigos, aquela certeza de que uma é efetivamente amiga da outra.....
Gosto tanto da D.
Mesmo que a vida nos tenha afastado, somos e seremos sempre amigas. As melhores amigas.
Sem facebook
Há ainda as que passam na nossa vida, ainda que rapidamente, mas que deixam um rasto de coisa boa, de lembranças boas, de saudades.
Isto de falar de amizades, tem muito que se lhe diga. Ainda mais agora, com as amizades facebookianas.
Como sou já muito antiga, para mim, não há amizades como as que se fazem antes da idade adulta.
E tive a confirmação disto mesmo no fim de semana.
No domingo encontrei a D.
A minha melhor amiga da adolescência.
Em trinta e tal anos, talvez nos tenhamos visto menos de meia dúzia de vezes.
Mas, curiosamente, quando nos encontramos, foi como se nos tivéssemos visto no dia anterior.
A mesma cumplicidade, aquela sensação de sabermos o que a outra vai dizer, aquele aconchego que se sente junto dos amigos, aquela certeza de que uma é efetivamente amiga da outra.....
Gosto tanto da D.
Mesmo que a vida nos tenha afastado, somos e seremos sempre amigas. As melhores amigas.
Sem facebook
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Sou só eu que acho...
... ou este início de ano letivo faz lembrar o de 74/75?
Mas já passaram 40 (QUARENTAAAA) anos, caramba!!!!!!!
Em quatro décadas não se aprendeu nada?
Mas já passaram 40 (QUARENTAAAA) anos, caramba!!!!!!!
Em quatro décadas não se aprendeu nada?
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
domingo, 5 de outubro de 2014
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Salsaparrilha
Ontem, enquanto dava uma volta por montes e vales com os meus cães, senti um aroma tão bom, mas tão bom, que parecia ter sido conseguido pelo melhor perfumista.
Ná!!!!!!!! Qual quê!!!!!!
Não era meu, os meus amigos de quatro patas, agora que tudo parece ter apodrecido, adoram esfregar-se em tudo o que cheira mal, por isso andam imundos, muito longe de cheirarem bem.
Depois reparei. Uma planta feinha, ninguém dá nada por ela, com umas flores minúsculas.
É a salsaparrilha. Está na época de floração, e é o modo que a natureza encontrou para contrapor um cheirinho bom aos outros de podridão de fim de estação.
Vale a pena dar uma volta pelo mato agora.
Ainda há coisas perfeitas!
Ná!!!!!!!! Qual quê!!!!!!
Não era meu, os meus amigos de quatro patas, agora que tudo parece ter apodrecido, adoram esfregar-se em tudo o que cheira mal, por isso andam imundos, muito longe de cheirarem bem.
Depois reparei. Uma planta feinha, ninguém dá nada por ela, com umas flores minúsculas.
É a salsaparrilha. Está na época de floração, e é o modo que a natureza encontrou para contrapor um cheirinho bom aos outros de podridão de fim de estação.
Vale a pena dar uma volta pelo mato agora.
Ainda há coisas perfeitas!
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Solidariedade familiar
O fim de semana passado, foi para aliviar um pouco a tenção de familiares, que estão, de momento, a passar por uma fase menos boa.
E foi bom vê-los rir e fingir que estavam bem. Há problemas que não se esquecem nem por momentos, mas ainda assim todos fizemos um esforço.
Força!!!!!
E foi bom vê-los rir e fingir que estavam bem. Há problemas que não se esquecem nem por momentos, mas ainda assim todos fizemos um esforço.
Força!!!!!
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
O cúmulo da pitosguice...?
...mostrar a carta de condução em vez do cartão de cidadão.
Quem me manda armar aos cágados e deixar os óculos na bolsa?
Quem me manda armar aos cágados e deixar os óculos na bolsa?
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Hetero/bi/homossexual
Há uns dias, vi num concurso televisivo, um concorrente afirmar que era perfecionista e tinha de se empenhar mais em tudo, porque desde muito novo era vitima de discriminação por ser homossexual.
Cá pra mim, ou ele quer sensibilizar espectadores e jurados ou acha mesmo que por pertencer a uma minoria(?), tem de expor as suas preferências. A quem é que interessa se o fulano é hétero, bi, ou homossexual?
Mas por que raio têm as pessoas de falar publicamente destas coisas, mesmo sem que alguém lhes pergunte?
Afinal, isso apenas diz respeito a cada um e à pessoa(s) com quem se relacionar intimamente.
As outras? Caguem-se!
Cá pra mim, ou ele quer sensibilizar espectadores e jurados ou acha mesmo que por pertencer a uma minoria(?), tem de expor as suas preferências. A quem é que interessa se o fulano é hétero, bi, ou homossexual?
Mas por que raio têm as pessoas de falar publicamente destas coisas, mesmo sem que alguém lhes pergunte?
Afinal, isso apenas diz respeito a cada um e à pessoa(s) com quem se relacionar intimamente.
As outras? Caguem-se!
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Quatro em um
No sábado fui à praia. Mas não para fazer praia. Só lanchar. Por isso fui de roupa de passeio. Quando saí de casa estava um dia de primavera. Mas quando lá cheguei, estava tão bom como um dia de verão e só me apetecia tirar a farpela e ficar ali de papo pro ar.
Já a caminho de casa, apanhei uma chuvada de tal maneira forte que a estrada mais parecia um rio.
Pouco mais à frente, e já perto de casa, a fazer vento, já os choupos deixavam cair as folhas a avisar da chegada do outono.
Tudo isto numa tarde.
As quatro estações.
Os deuses andam loucos mas já não deixam cair garrafas de coca cola.
Já a caminho de casa, apanhei uma chuvada de tal maneira forte que a estrada mais parecia um rio.
Pouco mais à frente, e já perto de casa, a fazer vento, já os choupos deixavam cair as folhas a avisar da chegada do outono.
Tudo isto numa tarde.
As quatro estações.
Os deuses andam loucos mas já não deixam cair garrafas de coca cola.
domingo, 21 de setembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Baraços
Isto que parece uma corda, não é uma corda. Ou não é uma corda qualquer.
É um baraço.
Um baraço, era, digo era porque quase de certeza já ninguém os faz, uma espécie de entrançado a partir de uma planta espontânea que se chamava baracejo.
Parece que estou a ver o meu avô C., sentado na adega, aí pelo mês de maio, com um molho de baracejo ao lado, enrolando com as palmas das mãos e o baraço a crescer tanto que chegava a dezenas de metros.
Depois, cortava-se com a medida necessária, dava-se um nó de cada lado e estava o baraço pronto a atar os molhos de trigo que em breve seria ceifado.
Alguns ficavam de um ano para o outro, mas todos os anos havia necessidade da fazer novos.
Este, está aqui já há bastantes anos, oferecido pelo meu amigo J., que teve a gentileza de me oferecer algumas peças do espólio agrícola do avô.
Obrigada ao J.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
A inexorável passagem do tempo...
... em pessoas que eu não via há muito, ontem, deixou-me deprimida.
sábado, 13 de setembro de 2014
Alcobaça aqui tão perto
E passar a tarde na conversa com bons amigos, numa esplanada mesmo em frente ao mosteiro?
Calhou ontem.
Gostei tanto!
Calhou ontem.
Gostei tanto!
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Feiras Novas em Ponte de Lima
Mais de 400 concertinas, alegria, muito "sarrabulho".
Puro ambiente minhoto até segunda feira.
Vamos?
Puro ambiente minhoto até segunda feira.
Vamos?
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Compras, eu?????? Livra!!!!!!!!!!!
Diz que gaja que é gaja gosta de fazer compras.
Roupa, sapatos, malas e outros acessórios.
De encontrar as amigas, também elas carregadinhas de sacos, lancharem no centro comercial e à saída já os terem misturados.
Compararem os preços e cada uma acrescentar mais um euros e coiso e tal.
Ná! Eu cá detesto isso.
Por um lado, porque sou unha de fome e por outro, porque depois de gastar dinheiro em trapos fico com um arrependimento tal, que só vou gostar do dito, quando ele já foi usados várias vezes.
E o pior de tudo, é que, se por acaso vou comprar porque preciso, raramente consigo ver uma coisinha de que goste.
Claro que gosto roupa bonita, de me sentir bem com o que uso, mas detesto ter muitos trapos. Quando entra um, sai logo outro.
Por isso, dia de compras é dia de aborrecimento na certa.
Saio de casa já com o plafond pré estabelecido, chego, visto, dispo, enjoo-me de voltar a despir e vestir, compro meia dúzia de cuecas e volto pra casa com uma neura descumunal.
Às vezes, muitas vezes, acho que não tenho cabeça de gaja.
Roupa, sapatos, malas e outros acessórios.
De encontrar as amigas, também elas carregadinhas de sacos, lancharem no centro comercial e à saída já os terem misturados.
Compararem os preços e cada uma acrescentar mais um euros e coiso e tal.
Ná! Eu cá detesto isso.
Por um lado, porque sou unha de fome e por outro, porque depois de gastar dinheiro em trapos fico com um arrependimento tal, que só vou gostar do dito, quando ele já foi usados várias vezes.
E o pior de tudo, é que, se por acaso vou comprar porque preciso, raramente consigo ver uma coisinha de que goste.
Claro que gosto roupa bonita, de me sentir bem com o que uso, mas detesto ter muitos trapos. Quando entra um, sai logo outro.
Por isso, dia de compras é dia de aborrecimento na certa.
Saio de casa já com o plafond pré estabelecido, chego, visto, dispo, enjoo-me de voltar a despir e vestir, compro meia dúzia de cuecas e volto pra casa com uma neura descumunal.
Às vezes, muitas vezes, acho que não tenho cabeça de gaja.
domingo, 7 de setembro de 2014
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
A feira de Rio Maior
Agora é a frimor ou feira da cebola, mas dantes era apenas a feira de Rio Maior. A feira.
Era o acontecimento do ano para a vila e arredores.
Era na feira que os agricultores das aldeias vizinhas vendiam os porcos, as vacas, burros, melões, objetos de vime, madeira, lata...
E era na feira que compravam as tinas, celhas e cestos para a vindima, os panos para a azeitona, a arca onde salgavam o porco, a alfaia que faltava...
As mulheres compravam alguidares, vassouras e chitas e as crianças tinham o direito, muitas apenas aquela vez no ano, a algum brinquedo.
Para os meninos compravam-se tratores de plástico e carros de lata ou uma bola e para as as meninas compravam-se fogões de lata, tachinhos de plástico a imitar o esmalte verde dos verdadeiros, pombas com um cabo que quando empurradas davam às asas mas viesse o que viesse, só vermos todas aquelas barracas cheinhas de brinquedos já nos enchia a alma.
Havia barracas de comes e bebes por todo o lado, burros e mulas "estacionados" ao lado dos montes de melão, gente aos encontrões e no ar uma mistura de cheiro a chouriço assado, vinho azedo, bosta, suor, mijo e vomitado.
Encontravam-se pessoas que já não se viam desde a feira anterior, primas com filhos ao colo que ficávamos a conhecer, parentes mais afastados de luto a quem tinha morrido pai ou mãe...
Na hora de voltar pra casa, tínhamos duas opções. Havia duas empresas rodoviárias: a Claras e a Vinagre. Por isso, se se perdia a "carreira" dos Claras, vinhamos na "Vinagreira".
O caminho até lá, era feito de rojo, com uma mão agarrada à da minha mãe e outra a abraçar a pomba, e o saco com o fogão e as pequenas panelas.
Para entrarmos era uma confusão de empurrões, "chega pra lá filho da puta que eu cheguei primeiro", calor, gritos, reencontros.
Lá dentro, tinham de caber os alguidares as vassouras, os sacos das outras compras, os garrafões de vinho e o entusiasmo daquelas pessoas, muitas delas na única saída do ano.
Quando aquilo começava a andar, ao fim de pouco tempo, começava o vomitanço.
As velhas vomitavam porque só andavam de "carreira" uma vez por ano, os bêbados porque estavam de tal maneira atestados que os solavancos faziam saltar a "tampa" e eu.
Nem sei porque vomitava. Se de ver os outros, se de cansaço, ou de saber que só no próximo ano havia feira outra vez.
Agora é tudo diferente.
A ASAE apareceu e não há tascas imundas (????), os alguidares, vassouras e outras bugigangas compram-se no supermercado ou no chinês, os brinquedos de lata não são permitidos porque as crianças podem cortar-se, as pessoas passam umas pelas outras sem sequer se olharem porque logo mais à frente podem mandar uma mensagem a dizer à outra qualquer parvoíce, os animais já não se vendem nas feiras, os velhos morreram e com eles as vinhas, por isso já não há vindimas, e não há burros nem mulas na feira porque agora vai tudo de carro.
Isto digo eu, que já não vou à feira de Rio Maior há mais de dez anos.
Era o acontecimento do ano para a vila e arredores.
Era na feira que os agricultores das aldeias vizinhas vendiam os porcos, as vacas, burros, melões, objetos de vime, madeira, lata...
E era na feira que compravam as tinas, celhas e cestos para a vindima, os panos para a azeitona, a arca onde salgavam o porco, a alfaia que faltava...
As mulheres compravam alguidares, vassouras e chitas e as crianças tinham o direito, muitas apenas aquela vez no ano, a algum brinquedo.
Para os meninos compravam-se tratores de plástico e carros de lata ou uma bola e para as as meninas compravam-se fogões de lata, tachinhos de plástico a imitar o esmalte verde dos verdadeiros, pombas com um cabo que quando empurradas davam às asas mas viesse o que viesse, só vermos todas aquelas barracas cheinhas de brinquedos já nos enchia a alma.
Havia barracas de comes e bebes por todo o lado, burros e mulas "estacionados" ao lado dos montes de melão, gente aos encontrões e no ar uma mistura de cheiro a chouriço assado, vinho azedo, bosta, suor, mijo e vomitado.
Encontravam-se pessoas que já não se viam desde a feira anterior, primas com filhos ao colo que ficávamos a conhecer, parentes mais afastados de luto a quem tinha morrido pai ou mãe...
Na hora de voltar pra casa, tínhamos duas opções. Havia duas empresas rodoviárias: a Claras e a Vinagre. Por isso, se se perdia a "carreira" dos Claras, vinhamos na "Vinagreira".
O caminho até lá, era feito de rojo, com uma mão agarrada à da minha mãe e outra a abraçar a pomba, e o saco com o fogão e as pequenas panelas.
Para entrarmos era uma confusão de empurrões, "chega pra lá filho da puta que eu cheguei primeiro", calor, gritos, reencontros.
Lá dentro, tinham de caber os alguidares as vassouras, os sacos das outras compras, os garrafões de vinho e o entusiasmo daquelas pessoas, muitas delas na única saída do ano.
Quando aquilo começava a andar, ao fim de pouco tempo, começava o vomitanço.
As velhas vomitavam porque só andavam de "carreira" uma vez por ano, os bêbados porque estavam de tal maneira atestados que os solavancos faziam saltar a "tampa" e eu.
Nem sei porque vomitava. Se de ver os outros, se de cansaço, ou de saber que só no próximo ano havia feira outra vez.
Agora é tudo diferente.
A ASAE apareceu e não há tascas imundas (????), os alguidares, vassouras e outras bugigangas compram-se no supermercado ou no chinês, os brinquedos de lata não são permitidos porque as crianças podem cortar-se, as pessoas passam umas pelas outras sem sequer se olharem porque logo mais à frente podem mandar uma mensagem a dizer à outra qualquer parvoíce, os animais já não se vendem nas feiras, os velhos morreram e com eles as vinhas, por isso já não há vindimas, e não há burros nem mulas na feira porque agora vai tudo de carro.
Isto digo eu, que já não vou à feira de Rio Maior há mais de dez anos.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
"Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado"
Quando eu era criança, e já aqui o escrevi, não tinha televisão, os livros só chegaram pelos oito, nove anos e o meu núcleo familiar não era muito alargado. Não se viajava, e as conversas dos adultos eram mesmo só para adultos. O meu mundo era muito pequeno. Era mesmo muito pequeno.
Mas a minha imaginação, essa, era muito maior do que o meu mundo.
Lembro-me que já nessa altura, antes de dormir, fazia um balanço do que tinha sido o meu dia.
E quando ele tinha sido ainda pior do que os outros, eu imaginava-o bem tapado com o alguidar de barro da minha avó. Para que ficasse ali, sem poder sair e eu poder seguir para um novo dia, na esperança de que fosse melhor.
Mais tarde, quando começaram a aparecer os chamados livros de auto ajuda, um amigo emprestou-me um. Devo tê-lo lido todo, já não me lembro. Mas nunca mais me esqueci de uma frase desse livro: "Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado".
Ora isto, mais não era, do que o alguidar de barro da minha avó a tapar os meus tristes dias.
Hoje, se eu pudesse, punha este dia num compartimento hermeticamente fechado e amanhã ia deposita-lo numa lixeira.
De resíduos perigosos.
Mas a minha imaginação, essa, era muito maior do que o meu mundo.
Lembro-me que já nessa altura, antes de dormir, fazia um balanço do que tinha sido o meu dia.
E quando ele tinha sido ainda pior do que os outros, eu imaginava-o bem tapado com o alguidar de barro da minha avó. Para que ficasse ali, sem poder sair e eu poder seguir para um novo dia, na esperança de que fosse melhor.
Mais tarde, quando começaram a aparecer os chamados livros de auto ajuda, um amigo emprestou-me um. Devo tê-lo lido todo, já não me lembro. Mas nunca mais me esqueci de uma frase desse livro: "Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado".
Ora isto, mais não era, do que o alguidar de barro da minha avó a tapar os meus tristes dias.
Hoje, se eu pudesse, punha este dia num compartimento hermeticamente fechado e amanhã ia deposita-lo numa lixeira.
De resíduos perigosos.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Particularidades
Efetivamente, todos somos diferentes uns dos outros.
Não fosse eu saber isso, como é que ia compreender que tantas pessoas se sintam relaxadas junto do mar, a ouvir aquele burburinho que para mim é irritante?
E dormir perto do mar, de janela bem fechada, e continuar a ouvir aquela ladainha interminável?
Bem, é coisinha pra me tirar o sono, e passar a noite a esperar ansiosamente que o dia nasça.
E fugir até me esquecer e voltar a cair na esparrela.
Não fosse eu saber isso, como é que ia compreender que tantas pessoas se sintam relaxadas junto do mar, a ouvir aquele burburinho que para mim é irritante?
E dormir perto do mar, de janela bem fechada, e continuar a ouvir aquela ladainha interminável?
Bem, é coisinha pra me tirar o sono, e passar a noite a esperar ansiosamente que o dia nasça.
E fugir até me esquecer e voltar a cair na esparrela.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
domingo, 31 de agosto de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Sem preconceito
"Coragem não é ausência de medo. É seguir em frente, junto com o medo"
Ontem, numa novela brasileira.
Ontem, numa novela brasileira.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
É só impressão minha...
... ou as manhãs já estão frias como as de outono?
O verão até pode ser bom, não foi?
O verão até pode ser bom, não foi?
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Diferenças entre Paula Bobone e D. Dolores?
São as duas pirosas e gostam de aparecer, mas uma delas nasceu rica, por isso não é pirosa.
É excêntrica.
É excêntrica.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
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