quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Vamos falar de maçãs?

Fruto do pecado, que o diga a Eva, a maçã é um fruto muito consumido (eu excluída, que só como das minhas, biológicas e tão boas que só elas) e apreciado  pelos portugueses. Aqui bem perto, há umas muito afamadas, e há bem pouco tempo, vi na TV um responsável dessa produção a enaltecer as qualidades da sua fruta e a aconselhar que os consumidores a comam com a pele (cruzes canhoto, que a maioria do pessoal não imagina a porcaria que por ali vai.).
Que são lavadas (e víamos  todo o processo), por isso absolutamente inócuas.
E lá voltei eu ao passado, e ao celeiro dos meus avós C.
O celeiro era o armazém do povo daquele tempo.
Lá, os meus avós guardavam o trigo, numa arca tão grande que eu a minha irmã e os meus primos cabíamos lá dentro a brincar. Durante o ano, ia ficando vazia, à medida que as semanas se sucediam e a minha avó ia trocando o trigo por farinha para o pão de toda a semana. Guardavam as batatas para todo o ano, o milho para a criação, os grão, os chícharos, o feijão uvas penduradas na tentativa de as fazer chegar ao Natal, e mais alguns haveres.
Mas do que mais me lembro, é do monte de maçãs que ficavam mesmo no centro do casarão (como também era chamado).
Cheiravam tão bem...
Claro que tinham lagartas(!).
E também é certo que essas lagartas se misturavam com as das batatas, com o gurgulho do feijão, os carneiros do chícharos, as ratazanas que por ali andavam e todo um rol de bicharada.
Mas ainda assim, creio, estou mesmo convicta, que eram mais saudáveis que as tais, tão famosas, caras, intragáveis, que o fulano aconselhava. Aquelas e todas as outras produzidas como elas.
Agora já não é fruta do pecado. Pode até ser a fruta da morte lenta.

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