sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Há coisa que devem ser ditas em vida

Um vizinho meu, por falta de trabalho por cá, rumou às Canárias à procura de melhor vida, e por infelicidade sua,  por lá faleceu há alguns dias.
A família, com poucas posses, mas no compreensível desejo de o sepultar cá, tem feito um peditório na esperança de conseguirem o dinheiro suficiente para o efeito.
Eu contribuí com o que me foi possível mas fiquei cá a magicar.
Então e se eu, que gosto tanto de sair de portas (ainda que muito menos vezes do que gostaria), tiver por lá um fanico e quinar sabe-se lá por onde?
Se perguntarem a um ator, mais coisa menos coisa, todos dizem que gostariam de morrer no palco(credo, também é um exagero). Pois eu cá, amante que sou de viagens, e também já não vou pra nova, posso finar-me numa.
Vai daí, filhas lindas de vossa mãe, não vos dais ao trabalho(e despesa) de me trazer praqui.
Deixai-me por lá, que isto de morrer tem mesmo de ser, e eu não tenho 150 mil euros para me congelarem até à eternidade na esperança de um resuscitanço.
Um cadinho mórbido, não é? Mas realista, garanto-vos.

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