Ouvi há dias, que foram colocadas na capela Sistina, umas luzes especiais que não danificam os frescos. Quando lá fui, só entrava a luz natural pelas janelas.
Verdade verdadinha, a capela Sistina era o meu destino preferido, caso fosse ao Vaticano quando fui a Roma. Também é verdade, que crentes ou não crentes, todos ou quase todos os que vão a Roma a passeio, vão ao Vaticano.
E diz-vos uma agnóstica, que é uma visita marcante na vida de qualquer um.
E não me venham com a conversa de que se a igreja vendesse os seus bens, acabava a fome no mundo. Não acabava nada. O que acabava, era a possível visão de objetos de uma beleza tal, que quem tem o privilégio de observar nunca mais esquece. Os museus do Vaticano albergam, certamente, um património de um valor e beleza incalculáveis. E devem continuar assim.
Mas voltando à capela Sistina, confesso que as minhas espectativas saíram um pouquinho frustradas.
Primeiro, porque eu pensei que era uma capela como as que eu conheço, compostas como se tivesse acabado a missa.
Nada disso. É uma sala ampla, muito mais pequena do que eu imaginava, onde os visitantes têm vinte minutos de descanso, já que até ali têm de andar quase a correr, para que haja tempo para todos os milhares de visitantes. Os seguranças são quase tantos como os visitantes, e o cansaço já é tanto, que a muito custo temos ânimo para olhar com a atenção merecida para tão grandiosa obra.
Mas o que mais me impressionou, foi o facto de os restauros deixarem os frescos com um aspeto de tal maneira novo, que parecia que Michelangelo, Rafael, Bernini, ou Botticelli, tinham acabado de sair dali.
Quem tiver a sorte de poder observar tão grande maravilha, faça-o com mais atenção do que eu o fiz e não ligue ao ambiente envolvente, mas à beleza daquele lugar inesquecível.
E que as tais luzes novas, contribuam para uma mais minuciosa observação.
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