Andava eu aqui numas arrumações, quando encontrei uns vestígios de outros tempos e me lembrei de como era diferente a vida naquela época.
Entrei no ensino secundário no ano letivo de 74/75. Em plena febre revolucionária, portanto.
Todos os dias havia plenários, sessões de esclarecimento, manifestações várias, falta de professores.
Mas a verdadeira reforma do ensino, só aconteceu alguns anos mais tarde.
Na verdade, entre uma falta de professor ou um plenário, lá íamos tendo umas aulitas com matérias tão nobres como Economia Doméstica.
Obviamente, naquele altura, as turmas não eram mistas. Até porque, nas escolas secundárias só havia duas opções: o curso Comercial ou o Industrial.
Claro que o comercial era para as meninas e a mecânica e eletricidade, para os rapazes.
Naquele ano, excecionalmente, já havia rapazes em Comercio. Mas os géneros continuavam separados.
Ora, voltando à economia doméstica, mais não era do que o ensinamento que todas as meninas deveriam ter para desempenharem na perfeição o papel que cedo iriam desempenhar. O de esposas e mães.
Hoje, ninguém acreditaria, que na escola se aprendesse a passar a ferro, cozinhar, limpar o pó, fazer um nó de gravata, pôr a roupa a corar e arejar, passajar, cerzir e mil outras coisas.
Tínhamos ainda Caligrafia, que no tempo em pensaram naquele curso, nem máquinas de escrever devia haver. Por isso, tínhamos de saber fazer letra francesa, inglesa, comercial.....
Mas já havia Caligrafia. A minha favorita e com o melhor professor do mundo, o Sr J.
Era outra vida, sim.
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