terça-feira, 23 de setembro de 2025

Um simples lava loiça

 Durante dois dias, tive o meu lava loiça inoperacional. E descobri que, afinal, um objeto a que nunca tinha dado importância relevante, faz-me falta pra tudo. Ou quase, vá! Foram dois dias aborrecidos , mas reveladores da falta que por mais insignificantes que sejam, se perdemos algumas das nossas "comodidades" ficamos ficamos angustiados.

E quem lava a loiça na rua? E quem não tem loiça? E pior, quem não tem comida?  Que se lixe a porcaria do lava loiça. Afinal, não me faltou nada.

sábado, 20 de setembro de 2025

E é no mê Alentejo, pois claro!

 Há uns dias fomos ao Fluviário de Mora, lugar há muito na nossa lista de prioridades. Mas fomos protelando, o calor desanima-me, mas agora lá fomos. E não é que o Fluviário não tem só peixinhos?Pois não! É que tem muito mais. Primeiro, tem um espaço envolvente muito agradável. Depois tem restaurante e tudo. Mais ainda, tem logo ali uma praia fluvial ( Açude do Gameiro, Ribeira da Raia), pra quem gosta, tudo no parque Ecológico do Gameiro, com passadiços ao longo da Ribeira. É verdade que há por aí passadiços a mais (porque não uns carreirinhos?), mas estes valem a pena. 


sábado, 13 de setembro de 2025

Sou eu que sou totó...

 .... ou é verdade que André Ventura, além de concorrer em TODOS os municípios para as autárquicas ( está em todos cartazes do Chega), agora ainda vai candidatar-se também a Belem? Cheira-me que, nas próximas legislativas ainda o vamos voltar a ver como cabeça de cartaz do seu partido. Pela primeira vez na história (do mundo), vamos ter Ventura como presidente de câmara, da republica e primeiro ministro. Bibóbentura, carago!!!!

domingo, 7 de setembro de 2025

Setembro

 A areia ainda molhada da chuva da madrugada, as dunas a cheirarem a mato da praia e o mar de um azul intenso. Tudo, quase só pra nós. O almoço (uma caca, sorry). Valeu a sobremesa, camarinhas lavadas pela chuva e que me souberam tão bem, apanhadas sob o olhar atento e desconfiado de um esquilo. Valeu. Adoro Setembro!

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

sábado, 23 de agosto de 2025

O retrato da morte

 Há uns dias, enchi-me de coragem e abri outra vez a porta (de parte) da casa dos meus avós maternos. O que resta dela. Empurrei a porta, mas o telhado caiu e o entulho dificulta a tarefa. Ainda assim, empurrei com força e, mesmo sem entrar, vi toda a "casa do forno" da minha avó. Por instantes, vi o lavatório de ferro, a bacia verde e o sabão azul e branco. Logo ao lado, a vassoura de urze ou de milho painço. Atrás da porta, o saco com a farinha que o Laronha tinha trazido à quarta feita. Logo ao lado, a Cantareira com os cântaros de água das Frazoas que a minha avó, qual equilibrista, tinha trazido à cabeça por cerca de um quilómetro. Ao lado da cantareira, a arca pequena do pão pintada de verde e que servia de banco. Por cima da arca, pendurada ne parede, uma prateleira também pintada de verde com uns suportes em ferro que eu não me cansava de admirar. Achava-os lindos. Em frende à porta, o armário, de côr indefinida, onde entre outras coisas, descansava a terrina branca, sem tampa, onde a avó tinha sempre o fermento para a próxima cozedura. E ao lado, a pequena mesa, baixinha, com duas cadeiras igualmente pequenas e baixas como se fossem mobília de anões. Mas em destaque, imponente e sempre utilitária, a lareira com a fornalha. Com as brasas sempre acesas, de uma refeição à outra. Bem aconchegada, sempre ali a jeito, a cafeteira do café. Na parede, a candeia. E pendurada no suporte de madeira centenária, a saca de serapilheira, dobrada em forma de capuz que o avô usava a substituir o chapéu de chuva. A avó não se sentava à mesa, comia sentada na lareira, encostada ao suporte de madeira. O Avô comia depressa, sem conversas, com pressa de ir pra cama descansar da dura azáfama, e eu, já arrependida de não ter ido pra casa, ficava ali, a vê-los adormecer sentados. As telhas negras do fumo entristeciam-me. Tudo ali me entristecia. Não era feliz aqui. Mas é parte da minha história. Das minhas pessoas. De mim. E agora, sem telhado, tudo despido de coisas e de vida, aquele espaço é, apenas, o retrato da morte.

Armei-me em forte e ainda fui tentar abrir o portão do pátio. Consegui e lá estava ele, tão morto como o resto. O curral da burra, tem a porta "fechada" por mato. O galinheiro, é agora um gatil de felinos desgraçados sem outro teto e que fugiram, admirados de me verem entrar. Os seixos, antes tapados com bosta das galinhas, estão agora à mostra, entre o mato, como ossos descarnados da minha infância. 

O resto da casa está igualmente morto, mas fechado à chave.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

" Oh figas diabo"

 Era assim que a minha avó desabafava perante uma preocupação ou um problema grave. Apetece-me dizer o mesmo, perante o inferno que se tem vivido por este país fora. Inacreditável!

terça-feira, 19 de agosto de 2025

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Depois de uma breve soneca....

 ..... acordei a ouvir uma voz que me fez viajar uns anos pra trás. Ao tempo, ainda que não muito longínquo, em que o meu pai já reformado, não perdia pitada da volta a Portugal em bicicleta. A voz do Marco Chagas, soa-me a verão, a comentários do meu pai, que na juventude foi ciclista amador e nunca perdeu a paixão pelos pedais. Com mais de oitenta, ainda pedalava na sua bicicleta de corrida que ele comprou quando, finalmente, pôde comprar uma bicicleta a sério. Por tudo isto e tanto mais, soube-me bem acordar assim.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Terrantez/a

Terrantez, é uma casta introduzida em Portugal há vários séculos, que tem facilidade de adaptação aos solos, clima e orografia. Cresci a ouvir os "mais antigos" a chamar terrantezas às pessoas valentes, que não desistem por dá cá aquela palha, que são resilientes. Analogia à dita casta?

A D. é uma terranteza! E nem bebe vinho!


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Sonhos

 Tínhamos um terreno com uma casa em ruínas e queríamos vende-la. A nós dava despesa e trabalho, as filhas têm a vida noutros sítios e não fazia sentido termos aquilo ali só porque sim. Foi herança, sim, mas não havia apego, não me dizia nada. Assim que pusemos à venda, eu sempre disse que se conseguíssemos vender nunca mais lá ia. E conseguimos! Há dois ou três anos, inesperadamente, apareceram interessados. E com tanto interesse, que depois da escritura, a senhora foi ao carro e apareceu-me com uma planta linda e uma caixa de bombons. Achei inusitado mas o mais surpreendente foi quando a sra. olhou pra mim e disse: "D. Helena, obrigada por nos dar a possibilidade de adquirirmos a casinha dos nossos sonhos". Quê??????? Aquela casa velha? De sonho??? Dois hectares de terreno? Fiquei abesbilica!!!  Bem, passados estes anos, tenho a dizer que nunca fui tantas vezes aquele sitio, que a casa está em reconstrução e que de cada vez que lá vamos, já que ficamos amigos dos novos proprietários, eu sinto que aquele sitio sempre foi deles e que apenas por acaso tinha sido minha. Ajudamos na logística que podemos, já que o casal mora fora de Portugal e há sempre alguma coisa a resolver, receber, enviar, fazer. Os sonhos têm medidas imensuráveis. Ainda bem. Que o deles os faça muito felizes. 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

1º de Agosto, 1º de Inverno

 Era assim que se dizia há uns anos. Agora, vá-se lá saber o que aí vem. Cheira-me que não é inverno!

domingo, 27 de julho de 2025

O generoso e a Bugs Bunny

 O I. é dos poucos agricultores que ainda persistem por aqui. Insiste na agricultura e pecuária, faz os horários que quer, podendo ter uma almoçarada com amigos até tarde  e depois lavrar durante a noite até lhe apetecer. Somos amigos desde sempre, já os nossos pais o eram. Tem plantas frutíferas que mais ninguem por aqui tem, e faz culturas que fazem corar os mais "antigos". Lembro-me que há uns anos semeou nabos num olival com, talvez, mais de um hectare só pra "alimentar" as oliveiras. Claro que apanhei os que quis em verde e tambem quando ganharam cabeças. Faz tudo em grande e de vez em quando liga-me a dizer que tem muito disto ou daquilo e que vá apanhar o que quiser, as vezes que quiser. Ontem, encontrámo-nos por acaso e fui "obrigada" a ir buscar cenouras. Nunca vi tão grandes. E lá vinha eu, com cenouras do tamanho dos meus pepinos e com uma rama quase da minha altura. Cheiravam bem demais e apetecia-me comer logo uma, crua. Saúde e longa vida ao I.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Era o nómada Tatá

 Mantorras começou a ladrar com fervor, o que só acontece quando se sente em perigo. Segui o olhar dele e vi um homem a subir a rampa, bicicleta à mão, ar de turista estrangeiro, mochila às costas, super bronzeado, corte de cabelo à futebolista com um rabicho no cucuruto, a sorrir pra mim. Quando me aproximei e lhe perguntei em inglês se precisava de ajuda, deitou a bicicleta ao chão, abriu os braços e correu pra mim. Eu, a olhar pra ele cheinha de medo a achar que o homem não estava bom da cabeça. Sou eu, tia! O Tátá! Caramba! Era mesmo o Tatá que não via há uns bons dez anos. E pronto, foi matar saudades, contar histórias de Paris, Istambul, e mais mundo,  almoçar e prometer que nunca mais vai ficar tanto tempo sem aparecer. Surpresa boa.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Na sala de espera de uma clinica

 Um rapaz de uns vinte anos agarrado ao telefone, um senhor de meia idade agarrado ao telefone, uma senhora com mais de setenta anos agarrada ao telefone, papoila mais crescida agarrada ao telefone e eu. A olhar pra eles. O mais novo, quando apareceu no ecrã a senha E29, nem ouviu, O de meia idade quando apareceu a senha E129, só ouviu à segunda ou terceira apitadela, entretanto eu agarrei papoila pra irmos embora e a mais velha lá ficou agarrada ao seu "bicho". 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Fim de semana dos bons

 A celebrar a vida com gente boa, muita melanina, muitas gargalhadas, muita alegria, muita musica, boa comida e já com saudades.

domingo, 6 de julho de 2025

Que pena!

 Há humanos, que por serem idolatrados por milhões, têm medo de sair do pedestal, só pra não baterem na asa do penico do monte de merda que eles efetivamente são.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Ser (ou não ser) generoso

 Generoso é quem dá do que lhe faz falta. Porque quem dá o que tem a mais, não só não é generoso como muitas vezes é um grande cagão.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Hoje lembrei-me outra vez do Markl...

 ... depois de esfrangalhar um rolo de papel higiénico quase até ao tutano. Malta que produz papel higiénico, leiam O Homem Que Mordeu o Cão. Faxavor! Obrigada, a gente agradece.

sábado, 21 de junho de 2025

Atenção, texto não aconselhável a pessoas sensíveis

Levanto-me cedo e pouco depois das onze já ando cheia de fome. Naquele dia, estava a comer caju com bagas goji desidratadas pra enganar o ratinho. Ás tantas, tinha uma coisa dura na boca e achei que era uma casca de caju. Não sei se o caju tem cascas. Mas tirei da boca e pus na mão pra ver o que era. Olhei e sem perceber o que era, deitei fora. Estava na rua e nem sei onde aquilo foi parar. Mas no exato momento em que deitei fora disse cá pra mim "que nojo!!!!!! Parecia um dente!!! Será que quem estava a embalar esta porra, deixou cair um dente de propósito só pra fazer javardiçe?"Cuspi o resto que tinha na boca e esqueci o assunto. Depois do almoço, fui lavar os dentes e a minha "esquelética" de quatro dentes pareceu-me diferente. O que seria????????

E pronto, até terça feira tenho aqui uma janela aberta. Há coisas piores!

domingo, 15 de junho de 2025

Pior ainda, é que os mais novos tambem gostam. Onde é que isto irá parar!!!

 Longe vai o tempo em que até os programas mais humorísticos  na televisão eram, alem de divertidos, minimamente aceitáveis, vá. Até porque, se assim não fossem, a gente levantava-se do sofá, ia desligar o "aparelho" e liamos um livro. Porque até no ócio éramos exigentes. Não engolíamos qualquer palhaçada. Quero eu dizer, que não era qualquer palhaçada que nos fazia rir.

Agora, já idosos e anafados, mesmo com o comando ali ao lado, ainda assim, temos preguiça de mudar de canal mesmo tendo centenas pra escolher. Qual deles o pior, é verdade. Mais trabalho ainda, nos daria esticar o braço e alcançar o livro que os nossos já cansados olhos deixaram de lado pra mais tarde. Assim sendo, vamo-nos divertindo (euzinha incluída), com programas pra totós como Taskmaster ou Family Feud. Pré Alzheimer ou preguiça, lá vamos rindo até doer a barriga com as figuras tristes e ridículas dos outros. Ou das nossas???????

domingo, 8 de junho de 2025

"Tombalobos"

 Tínhamos aqui uma vizinha, que na verdade, não consigo encontrar adjetivos simpáticos que a definissem. A minha avó, ao seu modo muito peculiar, chamava-lhe (sem que ela ouvisse) tombalobos. Nunca ouvi essa palavra a mais ninguem e, mesmo sem saber o que significava, tinha a certeza que assentava que nem uma luva à tirana vizinha. Ontem, por acaso, vi de raspão num programa qualquer, que em Portalegre, se não me engano, há um restaurante com o singular nome de Tombalobos. No mê Alentejo!!!! Tal e qual a minha avó chamava à outra! Fui ver o significado ao dicionário e, sem surpresa, confirmei o que já sabia. A minha avó tinha sempre razão!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Dar e receber

 Esta semana, tive um grupo de Alentejanos no museu. O que eu gostei de aprender com eles, sobre tantas peças que lá, na terra deles, tem um nome completamente diferente. Tem acontecido com visitantes de outras regiões e fico muito grata quando isso acontece. É uma permuta democrática. Aprendemos todos. Tão bom!

sábado, 24 de maio de 2025

Das coisas que me inundam a alma (e os olhos)

 Alentejanos d`uma cana!!!!!!!!!

 Grupo Coral de Reguengos de Monsaraz, com  Pedro Mestre e a sua Campaniça. Não foi numa adega depois de um bom vinho. Mas, a singeleza das letras, bordadas nas robustas vozes do bravos Alentejanos, coloriu a nossa tarde. E de que maneira!


segunda-feira, 19 de maio de 2025

terça-feira, 13 de maio de 2025

Orar e respeitar, pode ser?

 No fim de semana, circulámos numa estrada bem perto de Fátima, e, como era de esperar, encontrámos centenas, senão milhares de peregrinos num trajeto de pouco mais de dez quilómetros. Respeito imenso a fé dos outros e os motivos que os levam a fazer a peregrinação. É verdade que as estradas não estão preparadas para peões, bermas nem vê-las, ou quando as há tambem não se vêm porque as ervas as tapam. Concordo que especialmente nesta data, os condutores devem ter um cuidado especial para que não haja  nenhuma tragédia. Mas não gostei de ver, duas e mais pessoas lado a lado a ocupar na totalidade uma faixa de rodagem. De cruz na mão e em oração, estavam a pôr-se a jeito de chegarem ao céu num instante. E em trabalhos, quem num ápice podia abrir-lhes esse caminho celestial. Respeito mútuo precisa-se!

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Depois de centenas de vezes a passarmos ao lado....

... eis que fomos conhecer a nascente de Olho Marinho. A foto é da net porque as minhas ficaram muito aquém do que o espaço merece. E é que merece mesmo uma visita!

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

TEMPOS VIRÃO, EM QUE TODA ESTA FARTURA SE ACABARÁ- dizia ela

 A minha avó materna era uma mulher rude, pouco dada à boa disposição e ao otimismo (lá tinha as suas razões). Não gostava de nada que lhe cheirasse a progresso e, como todos que passaram fome, não admitia restos no prato nem migalhas às galinhas. Achava sempre que andávamos a esbanjar sem necessidade e que, se assim continuássemos, mais cedo se acabava a fartura e voltava a fome. Eu, como criança, não gostava mesmo nada daquela retórica e queria era ter televisão, lâmpadas que substituíssem os candeeiros a petróleo e as lanternas a abanar quando nos deslocávamos de noite. Mais tarde, tambem eu comecei a achar que não era preciso tanto progresso, tanta tralha a "ajudar" na cozinha e no resto da casa e da vida,  tanta forma de comunicar a tornar-nos cada vez mais solitários, tanta coisa inteligente. Ontem, tive uma dualidade de sentimentos. Por um lado, foi engraçado ver vizinhos a conversar na rua, solidários, a ouvir rádio a pilhas à vez pra elas durarem mais, sem tele móveis na mão, e na agradável perspectiva de deitar cedo. Por outro lado, apetecia-me fechar-me em casa a ver (sozinha) a informação na televisão ou na internet, poder ligar a quem me apetecesse, ver as minhas séries preferidas e, se assim o entendesse, ler até ganhar sono bem iluminada com uma potente lâmpada (que isto de se ser idosa tráz alguma vesguice). Hoje, gostei desta normalidade!

domingo, 27 de abril de 2025

Sicó

 Pastores, e seus rebanhos cujo leite "faz" o queijo do Rabaçal, caminhos milenares cujas pedras continuam no sitio certo, as flores do sargaço brancas ou cor de rosa, as orquídeas selvagens, as tulipas negras, flores rasteiras de múltiplas cores, maias, os besouros e as abelhas em pleno labor, os chocalhos dos rebanhos, o chilrear dos pássaros em voos rasantes ou sobre a diversificada flora,  a paisagem esmagadora e isto...

Buracas do Casmilo! 



sexta-feira, 25 de abril de 2025

quinta-feira, 10 de abril de 2025

..... e foste musica que em mim ficou....

 Cresci a ouvir Paco Bandeira. Lembro-me que quando era miuda, se tivesse telefone havia de ligar para o "Quando o telefone toca" e pedir uma musica dele. Durante décadas fez canções que marcaram muita gente. Mais tarde, aconteceram coisas muito feias na vida de Paco. Verdade ou mentira, o certo é que durante muitos anos esteve ausente da ribalta. Ontem, ouvi-o a cantar ao vivo. A sua Quinta Sifonia, com uma voz que nem os oitenta anos beliscaram. O homem é poeta, musico e cantor. É um verdadeiro artista. Gostei muito. Do artista. Já do Francisco Bandeiras, ...


Quinta Sinfonia - Paco Bandeira

Poema lindíssimo


Quando me lembro quem era, desse corpo que foi nosso, desse amor que não morreu

Era o tempo das quimeras, das palavras em silencio, quando mais longe era perto

Tinhas nos olhos a esperança, os desejos de aventura, as ilusões que eram minhas

.......................................................................


sábado, 5 de abril de 2025

Cascata da Barroquinha

 Em Maceira, perto de Leiria. Andamos numa de turismo de natureza e esta semana calhou assim. Cascata com 16m de altura, junto ao santuário de Nª Srª da Barroquinha, um pequeno paraíso a merecer uma segunda visita.

segunda-feira, 31 de março de 2025

Nostalgia

 Nunca gostei de praias cheias de gente e de cheiros a protetores solares. Nem do cheiro do fumo dos outros, mesmo quando fumava. Ontem, numa das praias da minha vida, numa caminhada neste verão relâmpago, e já com algumas pessoas corajosas a fazer praia, dei por mim a adorar o cheirinho de protetor, mais à frente uma vaporada de fumo levou-me a muitos anos atrás. E num zás pás tráz, ficava já ali a fumar um cigarro, besuntada de protetor, nas dunas a cheirar a mato da praia, com um olho no livro que estava a ler e outro nas miúdas que me fugiam como enguias.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Em dia mundial da Poesia

 Miguel Torga,

Chuva
Chove uma grossa chuva inesperada,
Que a tarde não pediu mas agradece.
Chove na rua, já de si molhada
Duma vida que é chuva e não parece.
Chove, grossa e constante,
Uma paz que há de ser
Uma gota invisível e distante
Na janela, a escorrer...

domingo, 16 de março de 2025

Há precisamente duzentos anos...

 ... nascia Camilo Castelo Branco. Muito podia escrever aqui sobre ele, mas melhor que ler sobre ele é lê-lo. Ou relê-lo, como eu tenho feito. Devagar, depois de passar por muitos dos lugares onde ele passou e ficou. E assim me ficou este fascínio por Camilo.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A alma e os olhos (bem) lavados

 Tenho centenas (talvez milhares) de fotos em papel. Fui arrumando, misturadas, há anos a dizer que tenho de organizar aquilo e nada. Até que, depois de umas arrumações profundas, decidi que tinha que ser agora. E tem sido. Sim, porque tantas são uma grande confusão e já vou com três dias e ainda estou muito longe de terminar o trabalho. Tem sido uma choradeira, tantas são as saudades das minhas filhas bebés, crianças e adolescentes, tantas são as pessoas que já só existem nas fotos e na minha memória, tantas são as pessoas que passaram sem ficar, tantas são as mudanças ao longo de quase meio século. Mas é tão bom constatar que temos uma vida cheia de memórias boas, muitos bons momentos, muita rambóia, muitas viagens inesquecíveis. Vivemos e construímos memórias pra nós e para as nossas filhas. Elas, já estão no mesmo processo, com as filhas delas. É a roda da vida.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

É que em Badajoz não há só caramelos

 A não perder o Museu de Belas artes, o Museu Ibero-Americano de arte Contemporânea, O Museu de Arqueologia, o Museu Luis de Moralles, o Baluarte de San Pedro, o Museu do Gigante Extremenho, a Catedral e tanto, tanto mais e fica logo ali, pra quem vai a Elvas comer uma carne de Alguidar e uma Sericaia com ameixas. Bora lá? 
















sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

No mê Alentejo

Cartas de amor em Arronches  


No Convento de Nossa Senhora da Luz "O namoro no tempo dos meus avós".


sábado, 25 de janeiro de 2025

Por causa do Pipy da outra

 Vi um filme em que um dos personagens andava em campanha para uma eleição qualquer. Ufano e fanfarrão, lá ia ele, a desfilar lentamente no seu potente carrão a olhar os cartazes na rua com a sua fronha aumentada cem vezes. De repente, repara que um dos cartazes foi vandalizado e, no lugar dos olhos (da cara) tinham-lhe posto dois olhos do cu.

Algumas ressonadelas depois, dou por mim a ver um importante "debate" sobre a bruma da esganiçada espertalhona. Ai, que foi um lançamento muito importante, porque é importantissimo falar da sexualidade feminina, de como as mulheres preferem o seu pipi, umas gostam dele a cheirar a rosas outras preferem cheirar a bacalhau e bá blá blá. Como se ela se importasse se as outras têm um pipi a cheirar bem, a cheirar mal, ou se o lavam com sabão macaco. Ainda sem saber se estava a dormir ou acordada, dou por mim a pensar: eh lá! Querem ver que o que eu tenho aqui debaixo dos óculos são dois olhos do cu!!!!

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Do maior

 Chuva

Chove uma grossa chuva inesperada,
Que a tarde não pediu mas agradece.
Chove na rua, já de si molhada
Duma vida que é chuva e não parece.

Chove, grossa e constante,
Uma paz que há de ser
Uma gota invisível e distante
Na janela a escorrer. 


Miguel  Torga
   

sábado, 18 de janeiro de 2025

Sim, é ridículo

 Mimi a dormir na caminha com o seu saco de água quente. Nós a abrir e fechar a porta sem fazermos barulho para não a acordarmos e eu a falar baixinho sempre a olhar pra ver se ela abria os olhos. É que na rua está muito frio e por isso quero-a em casa.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Todos os dias tenho visualizações de Israel

 E gosto de pensar que, ainda que não seja muito assídua, as minhas publicações acrescentem algum conhecimento sobre Portugal e os portugueses a outros povos. Vale tambem para quem me lê Nos Estados Unidos e no Dubai, talvez os que me acompanham de mais longe. Abraço daqui de Portugal.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Pequena Papoila tem um telemóvel. (Que dá pra ligar e tudo )

 O telefone tocou e era um numero que eu não conhecia. Atendi e fiquei admirada por ser a minha Migalhinha. Lá me contou que tinha acabado de receber um telefone que dá pra fazer chamadas e tudo e ficamos a conversar um bocadinho. Às tantas perguntei-lhe se era eu a primeira pessoa a quem tinha ligado (😜).  Logo me respondeu: Não avó. Primeiro liguei à tia S., depois ao tio A. e agora a ti. Bem, pretenções à parte, fiquei contente por, mesmo à rasquinha, ainda ter direito ao pódio.

Por enquanto.....

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Mimi a miar à porta pra sair:

Ele - Abro-lhe a porta?
Eu - Não
Ele - Não podes! A dona não deixa
Eu - Ela que vá prá cama
Ele - A dona diz que só pra semana!

.....................