Na história do mundo, das nações, e até na nossa história
pessoal, há sempre momentos de glória e manchas indeléveis. Vitórias e derrotas
estrondosas. Avanços e recuos gigantescos. Motivos de orgulho e de hedionda
vergonha. Mas não há como apagar a história. Por mais que queiramos. Isto, a
propósito de em Espanha haver a intenção de fechar ao publico o mausoléu de
Franco no Vale dos Caídos. Porque é uma ferida exposta na história do país,
dizem. Porque se gastam dinheiros públicos a venerar um monstro. Eu já lá
estive. E, digo-o com toda a certeza, não me bastaria ler sobre a barbárie
daquele Vale para a compreender, se não tivesse lá ido. Quem lá vai, “vê” com
outros olhos o que já sabia. “Vê” Franco. Não vale a pena fechá-lo para tentar
“matar” o homem. Ele vai continuar a “viver” naquele vale com ou sem visitas.
Mesmo que retirem os seus restos mortais. É verdade que até para a construção
daquela obra megalómana morreram muitas pessoas. Mas ela existe e é a prova da
perversidade daquele monstro. Alem de que, é uma obra arquitetónica de valor
reconhecido. É a prova visível daquela mancha na história de Espanha. Que não
se apagará. Nunca.
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