A caminho do cemitério, pensei pra mim mesma porque estaria eu ali, de flor na mão, para fazer ao meu pai, uma homenagem que eu sei que ele não vê e não serve de nada porque ele está morto. E logo eu, que não ligo nada a homenagens póstumas. Até ao cemitério, compreendi que era uma forma de me redimir, ou tentar, das falhas que tive enquanto filha. Fiz o que pude mas sinto que não fui a filha que deveria ter sido. Quando cheguei e o vi sorrir pra mim naquela foto desbotada, dei-me conta de que nunca mais o vou ver. Nunca mais o vou ouvir. Nunca mais. E chorei. De saudade. De muita saudade.
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