terça-feira, 23 de março de 2021

Este, era o relógio de bolso do meu avô C

Usava-o todos os dias. Fazia parte da "farda" de trabalho e da fatiota de domingo. O meu avô usava sempre colete. A trabalhar e a domingar. E lá estava ele, corrente de prata presa na casa do colete e o próprio no pequeno bolso. Se era dia de trabalho, combinava o colete com calças de cotim e barrete na cabeça. Se era domingo ou dia de mercado, usava o melhor colete, camisa branca, calça de bom tecido e chapéu preto na cabeça. A dar o toque de diferença, a bengala. 
Cada vez que olho pra este relógio, lembro-me daquele gesto tão familiar, de o tirar do bolso, ver as horas e voltar a pô-lo, sempre da mesma maneira. O relógio e as lembranças são peças de grande valor do meu património afetivo. Guardar as coisas deles (os que já se finaram), fá-los mais presentes. Eles e as saudades deles!

 

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