...mostrar a carta de condução em vez do cartão de cidadão.
Quem me manda armar aos cágados e deixar os óculos na bolsa?
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Hetero/bi/homossexual
Há uns dias, vi num concurso televisivo, um concorrente afirmar que era perfecionista e tinha de se empenhar mais em tudo, porque desde muito novo era vitima de discriminação por ser homossexual.
Cá pra mim, ou ele quer sensibilizar espectadores e jurados ou acha mesmo que por pertencer a uma minoria(?), tem de expor as suas preferências. A quem é que interessa se o fulano é hétero, bi, ou homossexual?
Mas por que raio têm as pessoas de falar publicamente destas coisas, mesmo sem que alguém lhes pergunte?
Afinal, isso apenas diz respeito a cada um e à pessoa(s) com quem se relacionar intimamente.
As outras? Caguem-se!
Cá pra mim, ou ele quer sensibilizar espectadores e jurados ou acha mesmo que por pertencer a uma minoria(?), tem de expor as suas preferências. A quem é que interessa se o fulano é hétero, bi, ou homossexual?
Mas por que raio têm as pessoas de falar publicamente destas coisas, mesmo sem que alguém lhes pergunte?
Afinal, isso apenas diz respeito a cada um e à pessoa(s) com quem se relacionar intimamente.
As outras? Caguem-se!
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Quatro em um
No sábado fui à praia. Mas não para fazer praia. Só lanchar. Por isso fui de roupa de passeio. Quando saí de casa estava um dia de primavera. Mas quando lá cheguei, estava tão bom como um dia de verão e só me apetecia tirar a farpela e ficar ali de papo pro ar.
Já a caminho de casa, apanhei uma chuvada de tal maneira forte que a estrada mais parecia um rio.
Pouco mais à frente, e já perto de casa, a fazer vento, já os choupos deixavam cair as folhas a avisar da chegada do outono.
Tudo isto numa tarde.
As quatro estações.
Os deuses andam loucos mas já não deixam cair garrafas de coca cola.
Já a caminho de casa, apanhei uma chuvada de tal maneira forte que a estrada mais parecia um rio.
Pouco mais à frente, e já perto de casa, a fazer vento, já os choupos deixavam cair as folhas a avisar da chegada do outono.
Tudo isto numa tarde.
As quatro estações.
Os deuses andam loucos mas já não deixam cair garrafas de coca cola.
domingo, 21 de setembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Baraços
Isto que parece uma corda, não é uma corda. Ou não é uma corda qualquer.
É um baraço.
Um baraço, era, digo era porque quase de certeza já ninguém os faz, uma espécie de entrançado a partir de uma planta espontânea que se chamava baracejo.
Parece que estou a ver o meu avô C., sentado na adega, aí pelo mês de maio, com um molho de baracejo ao lado, enrolando com as palmas das mãos e o baraço a crescer tanto que chegava a dezenas de metros.
Depois, cortava-se com a medida necessária, dava-se um nó de cada lado e estava o baraço pronto a atar os molhos de trigo que em breve seria ceifado.
Alguns ficavam de um ano para o outro, mas todos os anos havia necessidade da fazer novos.
Este, está aqui já há bastantes anos, oferecido pelo meu amigo J., que teve a gentileza de me oferecer algumas peças do espólio agrícola do avô.
Obrigada ao J.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
A inexorável passagem do tempo...
... em pessoas que eu não via há muito, ontem, deixou-me deprimida.
sábado, 13 de setembro de 2014
Alcobaça aqui tão perto
E passar a tarde na conversa com bons amigos, numa esplanada mesmo em frente ao mosteiro?
Calhou ontem.
Gostei tanto!
Calhou ontem.
Gostei tanto!
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Feiras Novas em Ponte de Lima
Mais de 400 concertinas, alegria, muito "sarrabulho".
Puro ambiente minhoto até segunda feira.
Vamos?
Puro ambiente minhoto até segunda feira.
Vamos?
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Compras, eu?????? Livra!!!!!!!!!!!
Diz que gaja que é gaja gosta de fazer compras.
Roupa, sapatos, malas e outros acessórios.
De encontrar as amigas, também elas carregadinhas de sacos, lancharem no centro comercial e à saída já os terem misturados.
Compararem os preços e cada uma acrescentar mais um euros e coiso e tal.
Ná! Eu cá detesto isso.
Por um lado, porque sou unha de fome e por outro, porque depois de gastar dinheiro em trapos fico com um arrependimento tal, que só vou gostar do dito, quando ele já foi usados várias vezes.
E o pior de tudo, é que, se por acaso vou comprar porque preciso, raramente consigo ver uma coisinha de que goste.
Claro que gosto roupa bonita, de me sentir bem com o que uso, mas detesto ter muitos trapos. Quando entra um, sai logo outro.
Por isso, dia de compras é dia de aborrecimento na certa.
Saio de casa já com o plafond pré estabelecido, chego, visto, dispo, enjoo-me de voltar a despir e vestir, compro meia dúzia de cuecas e volto pra casa com uma neura descumunal.
Às vezes, muitas vezes, acho que não tenho cabeça de gaja.
Roupa, sapatos, malas e outros acessórios.
De encontrar as amigas, também elas carregadinhas de sacos, lancharem no centro comercial e à saída já os terem misturados.
Compararem os preços e cada uma acrescentar mais um euros e coiso e tal.
Ná! Eu cá detesto isso.
Por um lado, porque sou unha de fome e por outro, porque depois de gastar dinheiro em trapos fico com um arrependimento tal, que só vou gostar do dito, quando ele já foi usados várias vezes.
E o pior de tudo, é que, se por acaso vou comprar porque preciso, raramente consigo ver uma coisinha de que goste.
Claro que gosto roupa bonita, de me sentir bem com o que uso, mas detesto ter muitos trapos. Quando entra um, sai logo outro.
Por isso, dia de compras é dia de aborrecimento na certa.
Saio de casa já com o plafond pré estabelecido, chego, visto, dispo, enjoo-me de voltar a despir e vestir, compro meia dúzia de cuecas e volto pra casa com uma neura descumunal.
Às vezes, muitas vezes, acho que não tenho cabeça de gaja.
domingo, 7 de setembro de 2014
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
A feira de Rio Maior
Agora é a frimor ou feira da cebola, mas dantes era apenas a feira de Rio Maior. A feira.
Era o acontecimento do ano para a vila e arredores.
Era na feira que os agricultores das aldeias vizinhas vendiam os porcos, as vacas, burros, melões, objetos de vime, madeira, lata...
E era na feira que compravam as tinas, celhas e cestos para a vindima, os panos para a azeitona, a arca onde salgavam o porco, a alfaia que faltava...
As mulheres compravam alguidares, vassouras e chitas e as crianças tinham o direito, muitas apenas aquela vez no ano, a algum brinquedo.
Para os meninos compravam-se tratores de plástico e carros de lata ou uma bola e para as as meninas compravam-se fogões de lata, tachinhos de plástico a imitar o esmalte verde dos verdadeiros, pombas com um cabo que quando empurradas davam às asas mas viesse o que viesse, só vermos todas aquelas barracas cheinhas de brinquedos já nos enchia a alma.
Havia barracas de comes e bebes por todo o lado, burros e mulas "estacionados" ao lado dos montes de melão, gente aos encontrões e no ar uma mistura de cheiro a chouriço assado, vinho azedo, bosta, suor, mijo e vomitado.
Encontravam-se pessoas que já não se viam desde a feira anterior, primas com filhos ao colo que ficávamos a conhecer, parentes mais afastados de luto a quem tinha morrido pai ou mãe...
Na hora de voltar pra casa, tínhamos duas opções. Havia duas empresas rodoviárias: a Claras e a Vinagre. Por isso, se se perdia a "carreira" dos Claras, vinhamos na "Vinagreira".
O caminho até lá, era feito de rojo, com uma mão agarrada à da minha mãe e outra a abraçar a pomba, e o saco com o fogão e as pequenas panelas.
Para entrarmos era uma confusão de empurrões, "chega pra lá filho da puta que eu cheguei primeiro", calor, gritos, reencontros.
Lá dentro, tinham de caber os alguidares as vassouras, os sacos das outras compras, os garrafões de vinho e o entusiasmo daquelas pessoas, muitas delas na única saída do ano.
Quando aquilo começava a andar, ao fim de pouco tempo, começava o vomitanço.
As velhas vomitavam porque só andavam de "carreira" uma vez por ano, os bêbados porque estavam de tal maneira atestados que os solavancos faziam saltar a "tampa" e eu.
Nem sei porque vomitava. Se de ver os outros, se de cansaço, ou de saber que só no próximo ano havia feira outra vez.
Agora é tudo diferente.
A ASAE apareceu e não há tascas imundas (????), os alguidares, vassouras e outras bugigangas compram-se no supermercado ou no chinês, os brinquedos de lata não são permitidos porque as crianças podem cortar-se, as pessoas passam umas pelas outras sem sequer se olharem porque logo mais à frente podem mandar uma mensagem a dizer à outra qualquer parvoíce, os animais já não se vendem nas feiras, os velhos morreram e com eles as vinhas, por isso já não há vindimas, e não há burros nem mulas na feira porque agora vai tudo de carro.
Isto digo eu, que já não vou à feira de Rio Maior há mais de dez anos.
Era o acontecimento do ano para a vila e arredores.
Era na feira que os agricultores das aldeias vizinhas vendiam os porcos, as vacas, burros, melões, objetos de vime, madeira, lata...
E era na feira que compravam as tinas, celhas e cestos para a vindima, os panos para a azeitona, a arca onde salgavam o porco, a alfaia que faltava...
As mulheres compravam alguidares, vassouras e chitas e as crianças tinham o direito, muitas apenas aquela vez no ano, a algum brinquedo.
Para os meninos compravam-se tratores de plástico e carros de lata ou uma bola e para as as meninas compravam-se fogões de lata, tachinhos de plástico a imitar o esmalte verde dos verdadeiros, pombas com um cabo que quando empurradas davam às asas mas viesse o que viesse, só vermos todas aquelas barracas cheinhas de brinquedos já nos enchia a alma.
Havia barracas de comes e bebes por todo o lado, burros e mulas "estacionados" ao lado dos montes de melão, gente aos encontrões e no ar uma mistura de cheiro a chouriço assado, vinho azedo, bosta, suor, mijo e vomitado.
Encontravam-se pessoas que já não se viam desde a feira anterior, primas com filhos ao colo que ficávamos a conhecer, parentes mais afastados de luto a quem tinha morrido pai ou mãe...
Na hora de voltar pra casa, tínhamos duas opções. Havia duas empresas rodoviárias: a Claras e a Vinagre. Por isso, se se perdia a "carreira" dos Claras, vinhamos na "Vinagreira".
O caminho até lá, era feito de rojo, com uma mão agarrada à da minha mãe e outra a abraçar a pomba, e o saco com o fogão e as pequenas panelas.
Para entrarmos era uma confusão de empurrões, "chega pra lá filho da puta que eu cheguei primeiro", calor, gritos, reencontros.
Lá dentro, tinham de caber os alguidares as vassouras, os sacos das outras compras, os garrafões de vinho e o entusiasmo daquelas pessoas, muitas delas na única saída do ano.
Quando aquilo começava a andar, ao fim de pouco tempo, começava o vomitanço.
As velhas vomitavam porque só andavam de "carreira" uma vez por ano, os bêbados porque estavam de tal maneira atestados que os solavancos faziam saltar a "tampa" e eu.
Nem sei porque vomitava. Se de ver os outros, se de cansaço, ou de saber que só no próximo ano havia feira outra vez.
Agora é tudo diferente.
A ASAE apareceu e não há tascas imundas (????), os alguidares, vassouras e outras bugigangas compram-se no supermercado ou no chinês, os brinquedos de lata não são permitidos porque as crianças podem cortar-se, as pessoas passam umas pelas outras sem sequer se olharem porque logo mais à frente podem mandar uma mensagem a dizer à outra qualquer parvoíce, os animais já não se vendem nas feiras, os velhos morreram e com eles as vinhas, por isso já não há vindimas, e não há burros nem mulas na feira porque agora vai tudo de carro.
Isto digo eu, que já não vou à feira de Rio Maior há mais de dez anos.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
"Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado"
Quando eu era criança, e já aqui o escrevi, não tinha televisão, os livros só chegaram pelos oito, nove anos e o meu núcleo familiar não era muito alargado. Não se viajava, e as conversas dos adultos eram mesmo só para adultos. O meu mundo era muito pequeno. Era mesmo muito pequeno.
Mas a minha imaginação, essa, era muito maior do que o meu mundo.
Lembro-me que já nessa altura, antes de dormir, fazia um balanço do que tinha sido o meu dia.
E quando ele tinha sido ainda pior do que os outros, eu imaginava-o bem tapado com o alguidar de barro da minha avó. Para que ficasse ali, sem poder sair e eu poder seguir para um novo dia, na esperança de que fosse melhor.
Mais tarde, quando começaram a aparecer os chamados livros de auto ajuda, um amigo emprestou-me um. Devo tê-lo lido todo, já não me lembro. Mas nunca mais me esqueci de uma frase desse livro: "Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado".
Ora isto, mais não era, do que o alguidar de barro da minha avó a tapar os meus tristes dias.
Hoje, se eu pudesse, punha este dia num compartimento hermeticamente fechado e amanhã ia deposita-lo numa lixeira.
De resíduos perigosos.
Mas a minha imaginação, essa, era muito maior do que o meu mundo.
Lembro-me que já nessa altura, antes de dormir, fazia um balanço do que tinha sido o meu dia.
E quando ele tinha sido ainda pior do que os outros, eu imaginava-o bem tapado com o alguidar de barro da minha avó. Para que ficasse ali, sem poder sair e eu poder seguir para um novo dia, na esperança de que fosse melhor.
Mais tarde, quando começaram a aparecer os chamados livros de auto ajuda, um amigo emprestou-me um. Devo tê-lo lido todo, já não me lembro. Mas nunca mais me esqueci de uma frase desse livro: "Faça de cada dia um compartimento hermeticamente fechado".
Ora isto, mais não era, do que o alguidar de barro da minha avó a tapar os meus tristes dias.
Hoje, se eu pudesse, punha este dia num compartimento hermeticamente fechado e amanhã ia deposita-lo numa lixeira.
De resíduos perigosos.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Particularidades
Efetivamente, todos somos diferentes uns dos outros.
Não fosse eu saber isso, como é que ia compreender que tantas pessoas se sintam relaxadas junto do mar, a ouvir aquele burburinho que para mim é irritante?
E dormir perto do mar, de janela bem fechada, e continuar a ouvir aquela ladainha interminável?
Bem, é coisinha pra me tirar o sono, e passar a noite a esperar ansiosamente que o dia nasça.
E fugir até me esquecer e voltar a cair na esparrela.
Não fosse eu saber isso, como é que ia compreender que tantas pessoas se sintam relaxadas junto do mar, a ouvir aquele burburinho que para mim é irritante?
E dormir perto do mar, de janela bem fechada, e continuar a ouvir aquela ladainha interminável?
Bem, é coisinha pra me tirar o sono, e passar a noite a esperar ansiosamente que o dia nasça.
E fugir até me esquecer e voltar a cair na esparrela.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
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