Como se diz por aqui, as conversas são como as cerejas.
E por falar em cerejas, em principio de verão e em passado, direi que nem as cerejas já são como eram.
Por este tempo, ia a criançada toda às cerejas da tia L. As cerejeiras eram numa encosta, por isso havia sempre um sitio em que podíamos estar sentados no cão e a apanha-las.
Vermelhas, pequeninas, doces como as minhas lembranças da tia L.
Os rapazes iam acima da árvore, e nós, meninas, cá de baixo, comíamos, brincávamos, rebolávamos na erva, fazíamos brincos de cerejas e era uma animação.
Ontem também comi cerejas.
Mas não eram vermelhas, doces e pequeninas.
Eram quase pretas, acidas e quase do tamanho de ameixas. Em nada fazem lembrar as cerejas de outros tempo.
E o pior de tudo, é que me fizeram uma dor de barriga que nem me deixou dormir.
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