segunda-feira, 30 de junho de 2014

E a festa...

...continua.

Coisas boas da vida

Hoje é tarde de coisas boas.
Boa companhia, caracóis, bejecas geladinhas...
A M. a tocar acordeão,  e eu a ver , pela primeira vez em muito tempo, o meu pai a rir com gosto.

Portas...

"Só o tempo tem as chaves para as portas que precisamos abrir ou trancar."

domingo, 29 de junho de 2014

Amigos... do facebook

E se alguém que te faz um pedido de amizade no facebook, depois de estar mais de dois anos sem te dizer népia, isso é...amizade facebookiana!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pombo perdido

Faltava-me esta!
Agora tenho  já há uns dias, um pombo que não sai daqui. Tem anilhas, deve ser de competição, e talvez por cansaço ficou por aqui. Deve ter sentido o mesmo que todos os outros animais que aqui têm chegado ( sei lá o que é), e agora não quer ir embora. Só que eu tenho duas felinas danadinhas por lhe ferrar o dente.
Tenho de andar sempre a vigia-las e obriga-las a dormir em casa para retardar o inevitável.
Como tem comido bem, espero que siga caminho rapidamente. Já me afeiçoei ao bicho e confesso que gostava que ficasse. Mas para bem dele, é melhor ir andado, não vá acabar no bucho de umas bichas que eu cá sei.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

É assim...

Quem tem filhos pequenos ou pais idosos, nunca pode programar o dia seguinte.
Pode sempre aparecer uma amigdalite, umas costelas partidas...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Chuva...molhada e suja

Cá pra mim, aquilo no céu já não é o que era.
Ou então já se misturou o paraíso com o inferno.
Acabei de o constatar, depois de ver a quantidade de porcaria que tenho por todo o lado depois de chover. Juro que tinha tudo limpinho.
Até a água que vem do céu já está conspurcada.

Ainda sobre animais (juro que tão cedo não volto a falar doassunto)

A minha Papoila, habituada a conviver sem medo com animais de grande porte (cão XXL e cavalo Lusitano), tem medo de cachorro mini e foge.
Ora toma!

Alma lavada...


Roupa suja e esfarrapada. É assim depois do passeio canino.

E o respeito pelos animais....

... não é dormir com eles, enfeita-los com lacinhos e roupas XPTO, e muito menos ensina-los a dançar, cantadrar, contracenar com atores famosos e outras atrocidades.
Respeito pelos animais é respeitarmo-nos a nós, é termos a convicção de que todos somos um só dentro desta bola redonda e que onde falta um, há desequilíbrio.
E que para que não hajam desequilíbrios temos a obrigação de conservar o habitat dos outros, para que os outros, com o seu roubado, não invadam o nosso com todas as suas fragilidades e nós com a nossa soberba e ambição os aniquilemos.
Não acredito que alguma vez volte a haver harmonia entre espécies.....mas queria tanto acreditar.

Verdades (ou mentiras)

Ouço muitas vezes, que as pessoas, principalmente as mulheres, que têm grande afeto por animais, só assim são por não terem filhos.
Não podia ser menos verdade.
Até ter as minhas filhas, aos vinte anos (pouco depois de ter nascido), por mim, todos os cães do mundo deviam morrer, já que tinha tanto medo de qualquer um que nem suportava olhar para eles e se soubesse que ia passar por um, mesmo preso, era capaz de dar uma volta de quilómetros só para não passar por ele.
Quanto a gatos, largavam muito pelo e eram fugidios e pouco sociáveis.
Era capaz de matar uma galinha com a destreza de um estripador e matar um coelho à paulada como se estivesse a bater numa pedra.
Chegaram as filhas e tudo mudou. Nunca mais consegui comer carne de coelho, coisa fofinha que quando esfolado parece mesmo um recém nascido(se não olharmos para a cabeça de olhos esbugalhados), não mais comi uma perna da galinha, pobre animal que também tem mãe e filhos, fofinhos que só eles, arrepio-me se tiver de matar uma mosca à cacetada, adoro as lagartixas que as minhas gatas ainda deixam andar por aqui, os pássaros a quem antes destruía os ninhos, tento a todo o custo proteger das minhas predadoras, e com a restante bicharada tenho um respeito que antes não tinha.
E cães e gatos?
Bem....com esses foi mesmo um amor incondicional e os malandros bem o percebem.
Quando viemos para esta casa, as minhas filhas, que nunca tinham tido um animal por não termos condições na outra casa, pediram um cão e foi então o pricipio do fim do meu sossego.
E foi esse o único que eu escolhi. Era o nosso Miminho e nem posso falar mais dele que  me faltam as forças.
Os que se seguiram, cães e gatos, não fui eu que os escolhi. Foram eles que me escolheram.
E eu escolheria mais, ou deixaria que me escolhessem, se pudesse ter mais.
Não consigo compreender quem abandona um animal e fico doente quando os vejo à deriva e não os posso trazer. Sofro imenso e passo muitas noites sem dormir, sabendo que bem perto de mim há animais num  sofrimento que eu não posso aliviar, e com a morte dos meus que eu não consigo evitar.
Não sou assim porque sou boazinha. Sou assim, porque a maternidade, traz um acréscimo de sensibilidade, que as outras pessoas não têm.
Agora está  chover e eu sei que bem perto daqui há animais que passaram a noite à chuva e assim vão passar o dia.
Por alguns consigo fazer alguma coisa.....por outros não.
As minhas gatas, mãe e filha, abandonadas, estão bem quentinhas,  encostadas uma à outra, e se eu chegar perto delas ouço um ronronar tão gostoso que me apetece deitar ao pé delas.
As meus cães, mãe e filho, abandonados maltratados e desnutridos, estão agora a dormir nas suas casotas, saciados, com a certeza de que quando deixar de chover vão passear, brincar e receber muito.
Pena que nem todos tenham a sorte que eles tiveram.




Chuva de verão

"Alma lavada.
Cheiro de terra molhada
Chuva de verão."


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Há pessoas assim...

"‪#‎Chico70‬
"Chico chega aos setenta (e até agosto sou apenas um ano mais velho do que ele, prazer de dois meses a cada ano). O Brasil é capaz de produzir um Chico Buarque: todas as nossas fantasias de autodesqualificação se anulam. Seu talento, seu rigor, sua elegância, sua discrição são tesouro nosso. Amo-o como amo a cor das águas de Fernando de Noronha, o canto do sotaque gaúcho, os cabelos crespos, a língua portuguesa, as movimentações do mundo em busca de saúde social. Amo-o como amo o mundo, o nosso mundo real e único, com a complicada verdade das pessoas. Os arranha-céus de Chicago, os azeites italianos, as formas-cores de Miró, as polifonias pigmeias. Suas canções impõem exigências prosódicas que comandam mesmo o valor dos erros criativos. Quem disse que sofremos de incompetência cósmica estava certo: disparava a inevitabilidade da virada. O samba nos cinejornais de futebol do Canal 100, Antônio Brasileiro, o Bruxo de Juazeiro, Vinicius, Clarice, Oscar, Rosa, Pelé, Tostão, Cabral, tudo o que representou reviravolta para nossa geração foi captado por Chico e transformado em coloquialismo sem esforço. Vimos melhor e com mais calma o quanto já tínhamos Noel, Haroldo Barbosa, Caymmi, Wilson Batista, Ary, Sinhô, Herivelto. A Revolução Cubana, as pontes de Paris, o cosmopolitismo de Berlim, o requinte e a brutalidade de diversas zonas do continente africano, as consequências de Mao. Chico está em tudo. Tudo está na dicção límpida de Chico. Quando o mundo se apaixonar totalmente pelo que ele faz, terá finalmente visto o Brasil. Sem o amor que eu e alguns alardeamos à nossa raiz lusitana, ele faz muito mais por ela (e pelo que a ela se agrega) do que todos nós juntos.”


Caetano Veloso
 
...umas capazes de ser admiradas desta forma, outras capazes de descrever de um modo  tão bonito. tamanha admiração.
 
 

Mundial de...futebol?

Não entendo nada de futebol, considero um escândalo as verbas envolvidas na modalidade, não gosto de ver os jogos, não sei o nome dos jogadores, não estou por dentro do vocabulário próprio dos aficionados, mas compreendo que no estado em que está a nação, este mês a maioria direciona a sua exultação ou frustração para o chamado desporto rei.
Mas por favor.......eu quero lá saber quantas tatuagens têm, o que fazem nos tempos livres, se cantam ou dançam bem ou mal, se usam jóias mais ou menos caras, se casaram ou descasaram, se a companheira já foi companheira do companheiro de equipa, se têm muitos ou poucos filhos e quanto pesavam ao nascer, se compram roupa em Paris ou em Milão ou se os seus olhos dizem isto ou aquilo.
Eu estou é farta de tanta conversa em volta de um campeonato que devia ser de futebol (o desporto).
Sei que Junho é mês de folclore, mas este era perfeitamente dispensável.
Dá para mostrarem apenas e só os jogos?
E já agora, se não for pedir muito, e porque sei que não me vão ligar nenhuma e vão entrevistar os jogadores no fim dos jogos, não lhes façam muitas perguntas sim?
Obrigada!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Linda lesionada

De tanto rebolar no mato, cadela Linda de sua dona espetou um pico no olho.
Agora, é descanso, nada de brincadeiras e mimo a dobrar.

Papoila e o hino

No jogo de estreia da seleção no mundial, flor mais linda de sua avó não cantou o hino, porque ainda não sabe, mas ficou em sentido, séria e de mãozinha no peito qual membro da Mocidade Portuguesas.
Filha de pai militar e mãe patriota até à medula, ano e meio de gente, adormeceu de seguida ainda de mão ao peito.
A ver vamos se tanto patriotismo não lhe vai trazer, no futuro, muitos amargos de boca.

terça-feira, 17 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Papoila

Flor mais linda de sua avó está linda.
E eu ando aqui a navegar num mar de baba...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

" Tenho muito respeito pelo dinheiro"...

... dizia ontem, um concorrente de um conhecido programa de TV.
Eu também, ele por mim é que não tem nenhum, o marafado!

Hostels/Pensões

Parece que agora é moda chamar Hostels aqueles lugares a que costumávamos chamar Pensões.
Ai que é um conceito novo e mais acolhedor e mais barato e mais coiso e tal.
Mas qual conceito novo!
Eu até compreendo que haja quem goste de ir pra fila pra cagar ou tomar duche, e até quem não possa ou queira, ir para um hotel mesmo que barato mas com mais privacidade.
É pá, mas deixem-se de modernices e chamem lá pensão a um conceito que de novo só tem o nome.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Cerejas

Como se diz por aqui, as conversas são como as cerejas.
 E por falar em cerejas, em principio de verão e em passado, direi que nem as cerejas já são como eram.
Por este tempo, ia a criançada toda às cerejas da tia L. As cerejeiras eram numa encosta, por isso havia sempre um sitio em que podíamos estar sentados no cão e a apanha-las.
Vermelhas, pequeninas, doces como as minhas lembranças da tia L.
Os rapazes iam acima da árvore, e nós, meninas, cá de baixo, comíamos, brincávamos, rebolávamos na erva, fazíamos brincos de cerejas e era uma animação.
Ontem também comi cerejas.
Mas não eram vermelhas, doces e pequeninas.
Eram quase pretas, acidas e quase do tamanho de ameixas. Em nada fazem lembrar as cerejas de outros tempo.
E o pior de tudo, é que me fizeram uma dor de barriga que nem me deixou dormir.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Doce amargo

Segredo

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


Miguel Torga

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Junhos e junhos

Quando eu era criança, o mês de junho, era por norma um mês em que se sentia muito calor, já que era o primeiro mês de verão e isso naquela época contava mesmo. Havia as quatro estações bem definidas.
Era em junho que o trigo ficava loiro, se ceifava, se debulhava. No campo, ouviam-se os pulverizadores a "curarem" as vinhas e se a memória não me engana, ainda se ouviam as melodias de "Oh`s" dos cavadores, um grito entre o alivio e a dor, de cada vez que lançavam a enxada.
Era também em junho que os dias eram maiores, que os trabalhadores do campo tinham a "sesta", que se ia regar à tardinha. Em junho, eu, filha de mãe cuidadosa, saia de casa com casaco e esquecia-me dele pelos dois quilómetros do caminho. Acabavam as aulas e começavam as intermináveis "férias grandes"
Era também em junho que eu construía, só para mim, um esconderijo no monte das vides do meu avô.
Em junho, os ciganos, nómadas, deixavam as marcas dos pés descalços no pó da estrada de terra.
Porque os dias eram maiores, o Zé Domingos, centro comercial ambulante destes lugares, demorava mais na venda.
Também porque os dias eram maiores, andávamos quilómetros na carroça do moleiro, porque havia tempo de chegar a casa ainda dia.
Começava a haver feijão verde na horta, e eu a torcer o nariz sempre que o via no prato.
Era o mês dos santos populares e faziam-se fogueiras com alecrim e o meu tio M. dançava o fandango quando já mal conseguia aguentar-se de pé.
Havia a festa da aldeia e comprava-se roupa nova.
Era o mês em que as pessoas de Lisboa que tinham cá casa, voltavam e enchiam de novidade este pequeno mundo.
Era um mês de recomeço.
Agora, perdeu a maiúscula e eu estou aqui a escrevinhar isto com uma manta nas pernas e a ouvir o uivo do vento lá fora.
S. Pedro, onde andas tu?