terça-feira, 10 de março de 2020

Depois do funeral do meu pai...

… cheguei a casa exausta e numa tristeza imensa. Não entrei logo, deixei-me cair no banco de pedra e ali fiquei um bom bocado a lembrar-me dos nossos melhores momentos.
Alheios à minha dor, os pardais continuaram a fazer os ninhos, as glicínias, sem pudor, continuaram a explodir em cachos de aroma e cor, os pessegueiros mais pareciam bolas de algodão doce, a figueira e o salgueiro já começam a vestir-se e tudo à minha volta continuou o seu ciclo como se nada tivesse acontecido. Como se apenas um grão no deserto tivesse mudado de lugar.
Na verdade, até eu já estava cheia de planos para os próximos dias.
E é assim que tem de ser.

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