domingo, 18 de dezembro de 2016

A culpa pode ser das mães

A B. anda angustiada porque o filho se separou depois de mais de vinte anos de casamento.
E eu digo-lhe que, se eles se separaram de comum acordo, foi, certamente, porque chegaram à conclusão de que separados ficariam melhor. Mas ela diz que não, que mesmo que não se entendessem muito bem deviam continuar juntos. Porque assim o pobre do filho não tem uma mulher que lhe faça as "coisinhas". Nem o filho, nem o neto, coitadinho (um matulão com 23 anos) que ficou com o pai.
Lembra-me uma mãe, que, a propósito da toxicodependência dos filhos, dizia que tinha muita pena que se drogassem mas que vergonha era se fossem "panelêros". Esta mãe perdeu os dois filhos. E chorou-os, certamente com muita mágoa. Mas sempre se livrou de os chorar com vergonha, já que não eram "panelêros".
Este paralelismo é constante noutros estigmas. O que nos leva a concluir que, nós, mãezinhas queridas que adoramos os nossos ricos filhinhos, somos capazes de os inquinar com preconceitos bárbaros.
É que nós, pais, não fazemos os nossos filhos apenas no momento da conceção. Continuamos a "faze-los" ao longo da vida. Essencialmente nos primeiros anos, em que somos a sua principal referencia.
Fazer filhos, não é, afinal, uma coisa fácil.

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