A minha ultima tia avó. Metro e meio de uma enorme mulher. Criou praticamente sozinha os quatro filhos, em tempo de muita pobreza, machismo, alguma violencia e chulice de patrões ditadores. Deu-me os primos mais presentes da minha infancia. Sempre me lembro dela a trabalhar. A lavar grandes alguidares de roupa. A ser criada das "senhoras" onde trabalhava. A cuidar de casa, filhos, marido, horta, azeitona, vindima e o mais houvesse. É verdade que não tinha tempo a perder com outras crianças que não as dela. Mas quando me sorria, era um carinho. Um mimo. Um sorriso de amor como o descreveu o padre nas cerimónias fúnebres. No meio da sua longa caminhada, perdeu um filho. O mais duro golpe para uma mãe. Mas seguiu o caminho de cabeça erguida e o coração partido. Com noventa e cinco anos, morreu inteira. Ela mesma. Lucida, forte e lutadora. A minha tia N.
sábado, 29 de outubro de 2022
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
domingo, 16 de outubro de 2022
O meu Outono
O meu Outono é feito de cheiros. Dos cheiros dos lagares de azeite, dos dias maduros, da marmelada acabada de fazer...
Gosto tanto do outono!
quarta-feira, 12 de outubro de 2022
Ser/Ter
O carater de uma pessoa, não se define pelo seu estatuto social, profissional, politico ou religioso. Quem se destaca, seja em que área for, não é nada se não tiver a nobreza de caracter de ser humilde. E ser humilde não é ser coitadinho. É ser igual, tanto como o outro. É ser. Não é ter.
Ou então não é nada disto e eu estou, e sempre tenho estado, errada.
sábado, 8 de outubro de 2022
Já estas...
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
Branquinha em modo Emplastro
A intenção era fotografar as minhas Malvas da India...
quarta-feira, 5 de outubro de 2022
Cronistas/regateiros
Ainda hoje, quem mora em cidades grandes tem a convicção de que nas pequenas aldeias há muita cusquice (por aqui chama-se regatice). Que as pessoas do campo gostam de saber da vida alheia. Que nas aldeias todos sabem a vida de todos. E pode até ser. Nalgumas. Ou até em quase todas. Mas, caramba, haver sitios na internet, revistas, espaços em jornais e programas de televisão dedicados a esmiuçar a vida de quem se põe a jeito não é coisa de saloios. De bimbos. De pacóvios. De parolos. Nada! É coisa de quem se acha acima da rama verde e se sente com capacidade de julgar quem tem uma vida publica. E até é uma profissão. Chamam-se cronistas sociais. E ganham pra cuscar. Pra regateirar.
Olha que coisa!