terça-feira, 12 de outubro de 2021

"Feche(o)....

... algumas portas. Não por orgulho ou arrogância, mas porque já não levam a lugar nenhum."


 

sábado, 9 de outubro de 2021

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Querida Migalhinha!

 Chegou da escola e foi fazer os trabalhos de casa. Ofereci-me para acompanhar e ajudar e ela disse que sim. Tirou a folha da mochila e ficou um bom bocado a olhar pra ela. A seguir olhou pra mim e disse-me "Vou fazer xixi, avó". E foi. Como nunca mais vinha, perguntei-lhe se estava bem. "Acho que vou fazer cocó". E esperei mais um pouco (muito). Algum tempo depois, lá apareceu, triste e de olhos vermelhos. "O que se passa meu amor?" Começou a chorar copiosamente, olhou pra mim com aqueles olhos enormes e lindos rasos de água e disse-me " E se eu não consigo, avó?" 

Tive vontade de lhe dizer que irá enfrentar desafios muito mais difíceis daqui em diante e que aquilo era só o começo. Mas não podia. A minha Migalhinha, estava a experimentar pela primeira vez a pesada  sensação de responsabilidade e estava tão agastada... e eu tão impotente.

Doeu-me tudo vê-la assim. Com medo de falhar. Lembrou-me a mãe, sempre tão responsável. Mas tenho a certeza que  se "desenrascará" sempre, tão airosa e hábil como ela é. Querida Migalhinha!


domingo, 26 de setembro de 2021

Lembranças boas

Sempre que aqui estou, lembro-me de como tivemos férias tão boas com as miúdas pequenas, amigos, familiares, mais os amigos que se iam fazendo. Do peixe fresco acabado de pescar, do nosso "castelo" com quartos de sobra pra todos, e de tanta coisa boa que aqui vivemos. E pergunto-me se são mesmo lembranças boas ou apenas longínquas. Muitas vezes temos a mania que o que passou há muito é que era bom. Neste caso, tenho como certo que não me engano, mesmo que lhe chame tambem saudade. E que essa saudade tenha sabor a sal.

 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

terça-feira, 21 de setembro de 2021

 OUTONO

Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor...
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.


Miguel Torga

domingo, 19 de setembro de 2021

Recomeços

 Há muito, que o início do ano, pra mim, é por esta altura. Inicio de aulas, inicio dos dias frescos, das bebidas quentes, de abraços mais apertados, de regressos de férias. Enfim, recomeço. Há pouco, enquanto apanhava alface para a salada, olhei em volta com atenção e tudo me pareceu novo. A horta plantada de fresco, as oliveiras cheias de azeitona, a terra a cobrir-se de verde, os pardais que já chegaram dos namoros de verão e voltaram às camas de sempre, as uvas maduras, as folhas a começar a cair, os marmelos a pedirem panela, as nozes ao sol, como se tudo voltasse ao sitio certa. Ao inicio de um novo ciclo.

sábado, 18 de setembro de 2021

Afinal não morreu

 Descansou toda a noite e apesar do meu medo, quando o liguei de manhã portou-se lindamente e lá esta, geladinho como se quer. 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Ou muito me engano......

 ... ou o meu frigorífico vai morrer. 

Neste momento faz um barulho como se fosse  um avião quase a descolar!

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Quando eu começo o dia assim..........hummmmmmm

 Saio do carro à pressa, entro na farmácia vazia (e a inda bem) e vou direitinha ao balcão de receitas na mão. O senhor ignorou e mandou-me sair porque não tinha máscara. Cheinho de razão! Eu, totó dos sete costados, saio porta fora e vou ao carro a correr buscar a máscara que lá tinha deixado. Não estivesse eu de cabeça no ar e não tinha comprado logo ali uma máscara em vez de ir buscar uma a 100 metros? É que eu estava numa farmácia, precisamente no local certo para as comprar!!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

E pronto....

...  acabaram as férias e já foram embora.

E quanto mais crescidas estão, maior é o vazio que deixam. Queridas Papoilas!

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Não sei se é isto. Mas gostei do raciocínio

-  Hoje vais trabalhar pra ganhares dinheiro, não é avó?

- Não. Vou trabalhar mas não ganho dinheiro. Sou voluntária.

Silêncio.

- Sabes o que tu és, avó?

- O quê?

Mais um pequeno silêncio e uma carinha de embaraço.

- És uma pessoa boa.


Não é nada disto. Mas ganhei o dia!

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Tóimmmmmm

 Uma avó, aflita e supondo que estava sozinha, liberta um flato (na verdade, um graaaande e sonoro peido).

Imediatamente ouviu um passarinho a perguntar "foste tu, avó?" Sem argumentos válidos, respondeu baixinho "fui".

"Por isso é que tens o pijama roto"

terça-feira, 7 de setembro de 2021

As duas

........................................................

 A de 8 - Eu quero uma casa ecológica

A de 6 - O que é isso?

A de 8 - É uma casa que usa energias renováveis e respeita o ambiente

A de 6 - Ah é? Não quero nada disso

A de 8 - Então queres destruir o ambiente?

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Analogia

A mais velha, tem tido uma infecção na garganta. A mais nova, condoída, disse-me: "Avó, quando eu era pequena tambem tive uma doença destas na garganta. E sabes o que me parecia? Que estava a engolir pedras!"

Tau!!!!!! 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Let´s go baby

 -Vamos ao Castelo de Almourol?

-Bora lá!

Foi no Domingo.

Neste preparo! Tamancas de dois andares, pernas curtas, vestido fluido e fresco a subir a torre do castelo até à bandeira. Com dezenas (pareceram-me centenas) de degraus , cada um com meio metro de altura.
De modo que, como era de prever, e porque uma pessoa já não vai pra nova, passei a segunda feira a gemer, com a ultima dobradiça da perna (aquela que fica mesmo na bilha) a doer-me até à alma. 
Dois dias passados, já me arrasto, não sem  antes vomitar uns impropérios pouco dignos de uma senhora da minha idade.






terça-feira, 31 de agosto de 2021

Ser generoso...

 ... não é (apenas) dar bens materiais ou dinheiro.  É dar a mão ou um abraço. Dar um sorriso ou uma lágrima. Um silêncio. Um beijo. Dar tempo. Dar distância mas fazer-se presente. Parecer e ser como se nada fosse.

A T e o R são tudo isso. E muito mais!

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

De Miguel Torga (mais uma vez)

 


BUCÓLICA

A vida é feita de nadas;
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma Mãe que faz a trança à filha.



domingo, 22 de agosto de 2021

 A Casa

Sei dos filhos
pelo modo como ocupam a casa:
uns buscam os recantos,
outros existem à janela.
A uns satisfaz uma sombra,
a outros nem o mundo basta.
Uns batem com a porta,
outros hesitam como se não houvesse saída.
Raras vezes sou pai.
Sou sempre todos os meus filhos,
sou a mão indecisa no fecho,
sou a noite passada entre relógio e escuro.
Em mim ecoa a voz
que, à entrada, se anuncia: cheguei!
E eu sorrio, de resposta: chegou?
Mas se nunca ninguém partiu…
E tanto em mim
demoram as esperas
que me fui trocando por soalho
e me converti em sonolenta janela.
Agora, eu mesmo sou a casa,
casa infatigável casa
a que meus filhos
eternamente regressam.
Mia Couto, Tradutor de chuvas

sábado, 21 de agosto de 2021

 Hoje vi a R. orgulhosamente abraçada ao marido. E de repente, lembrei-me da Poopy de Grahm Greene!

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Hoje vendi um imóvel que tinha à venda há algum tempo..

 ... e para minha surpresa, depois da escritura a compradora foi ao carro buscar um maravilhoso vaso de orquídeas e uma caixa de bombons acompanhados de um cartão a agradecer a  minha permissão para que ela adquirisse  tão linda casinha onde vai querer envelhecer Fiquei sem saber o que dizer e tão feliz por ela ter gostado tanto da minha casinha velha, que me emocionei e tive de disfarçar muito bem para que não visse as lágrimas que teimaram em aparecer.  E esta??????????

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

"Ás vezes oiço o vento passar; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Penela


Se é sempre Outono o rir das primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!

E deixa sobre as ruínas crescer heras.
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino de Quimeras!

Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!

Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar... deixa-os tombar...

Florbela Espanca






terça-feira, 3 de agosto de 2021

Nós as duas

 ..................................

- Estás grande minha Papoila, mas pra mim, vais ser sempre a minha Papoila bebé.

- Sempre, avó?

- Sempre!

- Mesmo quando fores um anjinho?

(Glu glu glu Tóimmmmmmmmmmmmmmmm)

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

De Miguel Torga



 LAR

Na copa da floresta o tempo tece...
Tece um ralo de sonhos a quem olha...
Frémitos largos, cor do sol que desce
Boémio e loiro sobre cada folha.
Musgo no pé do que subiu mais alto.
A lenta e certa maldição dos limos...
Quem se liberta na ilusão de um salto,
Paga na terra a solidão dos cimos.
Porque a frescura do telhado verde
Tem um calmo destino:
Cobrir quem é de casa e não se perde
Nas malhas do seu sono de menino.
Diário III

sexta-feira, 30 de julho de 2021

O novo elemento cá de casa

 Encontrámo-la ferida, desnutrida, só pele e osso, com uma crosta seca sobre um olho e o focinho bastante ferido a denunciar grande violência, prostrada, mas com coragem de se colocar bem na beira da estrada para ser vista e ser ajudada. Contactamos uma associação para que a viessem recolher mas foi-nos dito que não havia lugar pra ela. Naquele dia e naquela noite choveu. No dia seguinte de manhã estava completamente coberta de caracóis e não se conseguia mexer. No dia a seguir, talvez por ação dos caracóis, estava sem crostas e bem melhor. Constatamos que o olho estava perdido mas as feridas estavam bastante melhores. Continuamos a tratá-la, o A fez-lhe uma casa de madeira, impermeabilizou-a e colocámo-la no canavial onde ela habitualmente estava. Já tinha casa! Mas tinhamo-nos esquecido de verificar se era "menino" ou "menina". Uma observação mais atenta, mostrou-nos que era uma gata. Mais um problema! Daí a pouco, em vez de uma, teríamos vários gatos abandonados à sua triste sorte. Novo contacto com a associação que se prontificou a ajudar na esterilização. Ainda muito frágil, foi operada e quando a fui buscar, a veterinária disse-me que ela tinha pouca saúde e devia fazer RX e análises para aferir até onde tanta desgraça  a tinha marcado. Trouxe-a pra casa para que aqui passasse o pós operatório com intenção de a colocar no mesmo canavial onde ela já estava precariamente instalada. Não consegui! Ao fim de uma semana, levei-a à veterinária para saber o real estado da sua saúde. Aparentemente já bem melhor e a comer que nem uma leoazinha, fiquei em choque quando a veterinária me disse que ela tinha uma pneumonia muito grave. Vim de rastos mas com o objetivo de a ajudar no que me fosse possível. Segui à risca a terapêutica que lhe foi prescrita e, passados apenas dois dias, nem parecia a mesma gata. Começou a comer ainda melhor, a brincar e a comportar-se como uma gata normal. Ao fim de dez dias, voltamos para nova consulta de avaliação. Tinha aumentado mais de quinhentas gramas e o RX estava bastante melhor. Ainda está a tomar antibiótico mas está linda e brincalhona como nenhumas das outras minhas duas gatas. Estou a começar a fazer a aproximação com as outras e parece-me que vai correr bem. 

Agora, é a nossa Branquinha! Uma gata que vai ser saudável e feliz.

Acabei de comer e estou a lamber o beiço!









E depois de muita brincadeira, uma boa soneca.




























 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Acabadinho de estrear em Rio Maior


Requalificação de uma zona que antes estava degradada, transformada num espaço apetecível e muito familiar. A não perder, mesmo, a visita à Villa Romana.. Surpreendeu-me.
 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Ainda Gondramaz

Características d "A aldeia mais que perfeita"


Esculturas em pedra sobre as portas, na aldeia dos artistas da pedra.



segunda-feira, 12 de julho de 2021

De Sophia de Mello Breyner



 "Como uma flor incerta entre os teus dedos

Há a harmonia dum bailar sem fim,
E tens o silêncio indizível dum jardim
Invadido de luar e de segedos.
Nas tuas mãos trazias o meu mundo.
Para mim dos teus gestos escorriam
Estrelas infinitas, mar sem fundo
A nos teus olhos os mitos principiam.
Em ti eu conheci jardins distantes
E disseste-me a vida dos rochedos
E juntos penetrámos nos segredos
Das vozes dos silêncios dos instantes."

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Miguel Torga


 

 "Meu testamento de Poeta, quero

Que fique na pureza destas ilhas,
Gravado pelas ondas sem sossego.
Para que o leia o sol,
E o vento,
E quem gosta da Vida em movimento,
– Só escrito
Nestas folhas de espuma e de granito.
Em versos com medida das marés,
Rodeado de cor e solidão:
Talvez tenha beleza a doação,
E sentido…
Talvez que finalmente eu seja ouvido,
E cada herdeiro queira o seu quinhão.
( A riqueza que tenho,
Só em fraga despida
E com velas à vista
A posso dar a alguém…
Sou artista
Por humana conquista
E por me ter parido minha mãe. )
Mas se ninguém quiser o meu legado,
Nestes penedos, recusado,
Terá asas em cima…
Asas abertas sobre cada rima
De silêncio salgado.
Aqui, portanto, fique,
Como um ovo num ninho de saudade.
E que ninguém o modifique.
Só este texto indique
A minha última vontade.
*
Deixo…
(os poetas, coitados,
Têm quintais de papéis arrumados
E barras de oiro… quando a tarde cai… )
Deixo…
Mas a herança aqui vai.
*
Nenhum de nós desista, se é verdade!
Ligado às próprias achas da fogueira,
Mantenha-se por toda a eternidade
Senhor da sua inteira liberdade
..................... "


Isto dos genes tem que se lhe diga, carago!

 A mais crescida, pra mim: Avó, sabes onde vou amanhã depois das aulas?

- Não! Respondi eu.

- Ao canil municipal entregar donativos.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Poço da Broca

 Apesar de haver intervenção humana da Ribeira do Alvoco, esta cascata é imperdível e tem um praia fluvial fantástica. 



segunda-feira, 28 de junho de 2021

Foz de Égua

 Como diz uma das minhas filhas, chegar a Foz de Égua é como entrar num cenário de filme da Disney.  Pequena, é mais um dos tesouros da encantadora Serra do Açor. A convergência da Ribeira de Piódão com a Ribeira de Chãs e as duas pontes pedonais dão um encanto especial à aldeia. Tem ainda uma ponte suspensa mas está interdita. Devia ser obrigatório conhecer Foz de Égua.



sexta-feira, 25 de junho de 2021

A seguir, entramos na Serra do Açor.

 Embrenharmo-nos na Serra do Açor, é entrar num mundo mágico, em pedaços de paraíso. Como se estivessemos noutro mundo. E na verdade, estamos. Na idílica Mata da Margaraça, já por si um encanto, encontramos um lugar especial. A Fraga da Pena. Uma cascata, com cerca vinte metros de altura, com uma área envolvente de cortar a respiração. Na verdade, não é uma cascata .É  uma sucessão de cascatas. Vamos subindo, rio acima, num trilho com alguma dificuldade mas que vale, de todo, a pena.  Apetece ficar por ali, a contemplar aquela beleza para nos certificarmos que é real. Tirar a roupa e entrar na água gelada. Natureza adentro.








quarta-feira, 23 de junho de 2021

Uns dias no paraíso. Onde a natureza caprichou

 A uma altitude de 770 m,  Aigra Velha é um pequeno aglomerado na Serra da Lousã, atualmente pouco povoado, que pelo seu isolamento, foi construída de modo a proteger-se de intrusos e de animais selvagens. Assim, todas as habitações e currais têm ligação entre si mas mantendo a devida privacidade e a unica rua, era fechada dos dois lados para maior proteção. No meio da aldeia, há um forno e um alambique, recuperados e pertencentes à familia Claro, pastor e impulsionador da revitalização das aldeias de xisto. Unicos visitantes naquele dia, sentimo-nos cheios de sorte por ainda podermos usufruir de tanta história com tempo, em paz e em harmonia com aquela envolvência única. 

Um pouco mais em baixo, Aigra Nova tem mais habitações mas os mesmos habitantes fixos. Mas mais vida. Tudo por culpa do Eco-Museu  das Tradições do Xisto com vários núcleos explicativos da vida e das tradições daquelas aldeias. Fomos recebidos por dois cães à primeira vista perigosos mas que rapidamente ficaram nossos amigos. A chuva miúda, aquele verde, a beleza e a vontade de ficar deixaram-nos com vontade de voltar. Mas muito ainda havia pra ver. E viver.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz..."

quinta-feira, 17 de junho de 2021

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Por terras se Sicó - Cascata do Rio dos Mouros

 Tínhamos a informação de que devíamos deixar o carro no estacionamento de Conímbriga e seguir o trilho. É cerca de um Km. E lá fomos nós, mochila às costas, calçados a rigor para a ocasião, já que tínhamos a informação de que o percurso tinha pedras e com a chuva do dia anterior, estavam molhadas. Depois de 700 m. em estrada de terra, eis que entramos, literalmente, no mato. O cheiro, as cores, a frescura, a espectativa e o gosto pelo desconhecido. Aqui uma borboleta amarela, acolá uma pequena flor azul, mais à frente um loureiro a acariciar-nos o rosto e pouco tempo depois chegamos à clareira. Estranhamos não ouvir o som da água a cair, já que o local é bastante isolado, ermo até, e a acústica do lugar, trazia-nos o chilrear dos pássaros com uma nitidez  impressionante. Abeiramo-nos do rio e só havia pedras. Passamos a ponte, ouvindo apenas os sons das folhas, das árvores a estalar, dos pássaros, mas água, nada! O rio está completamente seco. Nem uma pequena possa. Ficamos desiludidos, é certo, mas o lugar, mesmo sem água, é de tal maneira idílico, que, ainda assim, não demos por desperdiçado o tempo e o esforço. Depois, foi aproveitar o que as terras de Sicó têm pra dar e mostrar.

sábado, 12 de junho de 2021

No fim de semana passado ...

... voltamos ao Talasnal. Se me levassem de olhos vendados e me tirassem a venda apenas lá, garantidamente não reconheceria. Requalificada, apelidada de Aldeia do Amor (agradou-me), com varios pontos de comércio e com gente às centenas. Comecei a ir aquela aldeia, ainda poucos se aventuravam a subir a serra e enfrentar aquela estrada esburacada e estreita. Gostei de ver tudo em modo "vida" e a mexer bem, mas senti saudades de quando era apenas "minha". Egoísta!

quinta-feira, 10 de junho de 2021

 PÁTRIA

Soube a definição na minha infância.
Mas o tempo apagou
As linhas que no mapa da memória
A mestra palmatória
Desenhou
Hoje sei apenas gostar
Duma nesga de terra
Debruada de mar.
Miguel Torga

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Gondramaz

 Entrar em Gondramaz, é entrar num mundo mágico de casas de xisto avermelhado com pequenas esculturas nas fachadas que dão à aldeia um cunho especial. Terra de artesãos, tem, depois da requalificação, espaço para artistas na arte de trabalhar a pedra. Tem percursos pedestres assinalados e ultra convidativos a lugares idílicos e muitas outras atividades. Apenas onze pessoas moram diariamente na aldeia. Entre elas a D. Celeste. Com um pequeno negocio, tem à venda produtos da terra, velharias e licores. Que oferece a quem entra, mesmo que nada compre. Tem exposto, mas não para venda, peças  esculpidas pelo marido entretanto cego. Mostra-as com orgulho, mas não as vende por nada. Conversa connosco como se vizinhos fossemos de toda a vida. Apetecia-me comprar-lhe tudo o que lá tinha, mas acabei por trazer apenas uma duzia de ovos, um quilo de feijão, um antigo púcaro de recolha de resina e um chocalho ainda com restos de lã. Parece-me que vou voltar.


segunda-feira, 7 de junho de 2021

Sem fotos (problema técnico) Cascata da Pedra Ferida

 Há muito agendada mas sempre adiada, foi este fim de semana a nossa ida à Cascata da Pedra Ferida. Finalmente podemos e lá fomos carregados de curiosidade e ainda mais de vontade. Não é fácil lá chegar e por isso, não aconselhavel a pessoas com restrições de mobilidade. Podemos ir de carro até bem perto da Ribeira da Azenha, mas para chegarmos à cascata temos alguns obstáculos pelo caminho. Convem levar calçado fechado e confortável porque durante o percurso ao longo da ribeira há lama e pedras soltas e molhadas. Mas quando chegamos, esquecemos as dificuldades e apetece ficar horas ali. A comungar daquela natureza selvagem. Em silencio. Só nós e ela.

domingo, 6 de junho de 2021

"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis."