quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Ano Novo

 Ficção de que começa alguma coisa!

Nada começa: tudo continua.
Na fluida e incerta essência misteriosa
Da vida, flui em sombra a água nua.
Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento
Ano Novo - Fernando Pessoa

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Salinas - Mediação

 


Conheço o Luis há mais de trinta anos. E na época, até tinhamos uma grupeta jeitosa prá rambóia e muito nos divertimos. Era um rapaz com sonhos e ambições mas com uma timidez e insegurança que atrapalhavam. O tempo, esse grande aliado, foi passando e acrescentando autoconfiança.  Agora, gosto tanto de o ver com sonhos concretizados e confiança no futuro. Gosto tanto do Luis!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Inverno



"Apagou-se a fogueira.
Que frio na lareira
Do coração!
Neva
Na solidão
Da vida.
E o vento traz e leva
Um recado de eterna despedida.

Amor! Amor!
Sei ainda o teu nome redentor,
Chamo ainda por ti a cada hora!
Arde outra vez em mim
Como ardias outrora,
Os dias de ventura.
Não me deixes assim
Nesta algidez de morte prematura."

Há pessoas que é bom receber nos nossos sonhos

 Vi o Xico Gaivota a subir a arriba e esperei por ele. Dois dedos de conversa e segui para ver Bordalo II concluir um trabalho gigante. Piquei um pé numa borda de alguidar azul e enterrei o outro na lama enquanto seguia ao encontro da D. Josefina de Penha Garcia. E lá estava ela, ainda a cheirar aos seus filhós sem açucar, naquela conversa doce e sábia que nos cativa. Seguimos as duas, lado a lado, beira rio, que afinal era o Vez, ali nos Arcos, estávamos nós junto ao Hotel Ribeira. Abri os olhos (e os ouvidos) e estava a cantar um jovem tambem tocador de concertina, com a dança de um rancho folclórico a acompanhar. A seguir veio uma miuda cantar fininho, até esganiçada, dentro de um jogo de luzes que a prendia como se a castigasse. Voltei a fechar os olhos, na esperança de ainda apanhar a D. Josefina nos passadiços. E lá iamos as duas até ao Soajo, não fosse eu acordar com mais umas esganiçadelas.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Poesia...


 

"Para as águas poder remar

A poesia do pescador

É o silêncio

É esperar

É o peixe pra pescar"

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

No cemitério (!!!!!!)

 Durante uma caminhada com a M., fui à veterinária comprar um medicamento para os cães e ela ficou à minha espera no cemitério. Fiquei de ir lá ter com ela. Meia hora depois, lá estava eu à procura dela e já a pensar que tinha desistido de esperar e tinha ido pra casa. Mas afinal, lá andava ela, debruçada nas campas a ver fotos e datas de nascimento e de morte. Quando me viu disse-me "caramba! Já sou mesmo muito velha. Conheci esta malta toda! olha esta que nasceu em 1899? Lembro-me bem dela". Perante estas inesperadas curiosidades, dei por mim, tambem à procura (e a encontrar) pessoas que morreram de velhas, há imenso tempo, mas das quais me lembro bem. E andamos nisto, até olharmos uma pra outra e nos desmancharmos a rir já com medo que começasse a chover e estarmos na iminência de ficarmos encharcadas. Ainda andamos nisto mais de uma hora. Que programão!!!!!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Algumas horas e muitas lágrimas

 

Dois livros, uma história. Muitas histórias. Gosto desta escrita em que a ficção e a realidade se misturam.
Dois livros imperdíveis. Porque nunca é demais falarmos do holocausto!

sábado, 12 de dezembro de 2020

Em tempo de pandemia

 -Então Papoila, achas que o Pai Natal te vai dar o que tu lhe pediste?

-Sim, penso que sim. Ele até já me escreveu. Sabe tudo sobre mim.....

-Escreveu? Não sabia que ele tinha tempo pra responder às cartas das crianças! Deve andar muito cansado, coitado.

-Pois deve! E pertence ao grupo de risco!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Chove

 


Chove.

Mas, afinal, já chove há muitos anos...
O mundo dos meus pés nunca se move
Sem chuva, tristeza e desenganos...
Apesar disso,
Lembro-me perfeitamente bem
Do luminoso sol de certo dia...
Um lindo sol que doirava
Num toco que rebentava
Uma folha nascia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

domingo, 6 de dezembro de 2020

Dia negro!

 Hoje morreu a F. Lembro-me do dia em que ela e o S. chegaram com os dois filhos mais velhos. Os outros nasceriam depois. Na verdade, não os vi nesse dia. O que tenho na memória, são os bancos e a mesa que alguma carroça tinha trazido e deixado na curva antes da casa que viria a ser a deles. Pintados de azul turquesa, em monte com mais uns trainecos. Eles ficaram amigos dos meus pais e, mesmo quando mais tarde sairam do país atrás de uma vida um pouco melhor, era na nossa casa que vinham passar as férias de verão. Eram para nós como familia. O S. já morreu há alguns anos. Agora foi a F. Fazem parte da minha história. Para sempre!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Este Natal...

 

... talvez não haja presépio cá em casa, nem árvore, nem outros adereços natalícios. Mas um raminho de gilbardeira haverá sempre. Apanhá-la, cada vez mais difícil, sempre foi um ritual de Natal dos pobres. 
E para mim, é mesmo o símbolo desta quadra.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Outra das coisas menos más que a Covid impôs...

 ... e que eu acho maravilhosa, foi o fim dos cumprimentos com dois beijinhos a todos e mais alguns. Eu cá, mesmo se o bicho sucumbir, nunca mais vou cumprimentar com beijinhos pessoas de quem não gosto. Tenho escrito!

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Carnavais!

 O uso de máscara, pode trazer-nos alguns momentos constrangedores, como não conhecermos pessoas que, podem até ficar melindradas com a nossa distração. Mas tambem é muito útil, quando queremos fingir que não conhecemos alguem. Podemos sempre dizer que  foi por andarmos todos mascarados!

domingo, 29 de novembro de 2020

Tempo perdido

 



"A CASA DO TEMPO PERDIDO
Bati no portão do tempo perdido,
ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e
chamando pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve minha
ânsia de entreabrir esses passos gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado."


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

"Hoje o dia...

... é um dia chuvoso e triste

amortalhado
Naquela monotonia doente dos grandes dias.
Hoje o dia...
(a pena caiu-me das mãos)
Acabou-se o poema no papel.
Cá por dentro
Continua...
Oh! este marulhar das almas no silêncio!"

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

De olhos bem abertos

 Sou pessoa de dormir bem, noites tranquilas e sonhos fantásticos. Mas lá de vez em quando, lá acordo durante a noite e se desperto fico acordada mais tempo do que gostaria. Esta noite foi noite. Acordei e queria tanto adormecer logo que stressei e a coisa não estava a correr como eu gostaria. Fechava os olhos e nada. Até que, já passado algum tempo, pus em ação o meu lado "desenrasca" e pensei que , se não resultava de olhos fechados, porque não ficar no escuro de olhos bem abertos? Não via nada na mesma. Como se estivesse de olhos fechados. E não é que resultou? Só me lembro de ter a ideia. De a pôr em pática já nem me lembro. E dormi como um anjo até de manhã.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Posso?

 Não gosto de me queixar. Até porque não tenho motivos válidos. E nem é do meu feitio. Sei que este vírus tem deixado milhares (milhões) de pessoas  ainda mais miseráveis, outras perderam rendimento, outras  o seu ganha-pão, outras perderam pessoas, outras perderam a saúde e, pior que tudo, outras perderam a vida. Sou sortuda, eu sei. Mas hoje apetece-me estrangular o malvado do bicho e mandá-lo para o raio que o parta. Quero a minha vida de volta! Aquela vida dura, difícil, mas tão boa! Aquela vida feliz que eu nem sabia que tinha. Quero-a para mim e para os meus ( tambem para os outros mas, hoje só consigo pensar nos meus). Quero um natal normal. Não quero saber se é o aniversário de Jesus. Mas é o aniversário das minhas Papoilas, porra! É mimo, é balbúrdia, barulho, abraços, a casa cheia. De papeis dos presentes que o Pai Natal traz mas tambem de gente. De cheiro a comida (que horror, mas afinal tão bom). Quero voltar a poder ir e vir sem medo de ter apanhado o malvado e contagiar os meus mais vulneráveis. Quero voltar a ter tudo. Mesmo sendo o meu tudo tão pouco. Mas tão tanto!!!!!! Nunca o meu pouco foi tanto!

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Carta de uma papoila com sete anos, ao Pai Natal

 

É por estas e por outras que todos temos tanto orgulho nela. E que temos pena que o pai natal não lhe cumpra todos os desejos. E mais não digo. Não vale a pena. Não é necessário. Está tudo aqui!

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Papoila mais crescida e Tejo. Os melhores amigos!

 

"Quando for grande, quero ser pet shopper e acolher animais abandonados"(esta malta já nasce a falar inglês).

sábado, 14 de novembro de 2020

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Quietude inquieta

 Hoje o dia está quieto. Não há sol nem chuva. E nem vento! Tudo está parado. Como as nossas vidas. Paradas à espera. Nem sabemos de quê!

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Tanto cuidado pra quê?

 Novo estado de emergência, preocupação ao máximo (?) e blá blá blá. Mas há situações de absoluta negligencia. Uma pessoa que eu conheço, com oitenta anos, foi infetada no hospital num curto período de internamento. Mandaram pra casa e foram ligando do hospital para "controlar a situação". Ao fim de dez dias, como a pessoa já não tinha sintomas, mandaram-na fazer a vida normal. Ou seja, esta pessoa que não fez mais testes, não sabe se está negativa mas pode andar a espalhar o bicho por aí com a conivência das autoridades de saude. Têm sido noticiados casos em que só ao fim de vários testes e mais de um mês as pessoas se encontram efetivamente livres do vírus. Não entendo! Mas parece-me que sem um novo teste, não se sabe se a pessoa está curada. Não ter sintomas não significa que não tenha o vírus. Até porque há muitos infetados assintomáticos.  

sábado, 31 de outubro de 2020

Alibantati santa!!!!

 Quando eu era criança, moravam aqui perto uma mãe com um filho já adulto mas com um atraso cognitivo. Eram ambos alcoólicos e bebiam até cair. Quando era ele que caia primeiro, a mãe, mais resoluta, gritava-lhe "Alibantati santo!!!!!!" . E ele respondia "Não alibanto, não alibanto e não alibanto!!".  Hoje de manhã lembrei-me deles. Metade de mim dizia "Alibantati santa!" e a outra metade logo acrescentava "Não alibanto, não alibanto e não alibanto!" 


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Pela boca morre o peixe!

 Eu para a M. durante a caminhada de hoje "Já viste como é triste ser necessário as forças de segurança garantirem (tentarem) que a malta anda efetivamente de máscara? Uma coisa que é para o nosso bem?" Riposta a M. "É verdade, que merda de gente nós somos que que não temos cuidadinho nem connosco próprios" nesta conversinha, apesar de nos juntarmos ao rol, basicamente, queríamos dizer que eram os outros. Os malandros dos outros!. Nisto, olhamos uma para a outra e rimos tanto que nem nos atrevemos a dizer em voz alta porquê.

ESTAVAMOS AS DUAS SEM MÁSCARA!!!!!!!!!!

E é isto.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Perdas

 Até há um ano ou dois, andava eu sempre com o carro cheio de septuagenárias, de visita umas às outras, todas amigas da minha mãe. Porque eu fui fazendo meus, os amigos dos meus pais. Mas há uns tempos começaram a desaparecer e, só no ultimo mês partiram quatro. Vejo a minha mãe a sofrer estas perdas e parte-se-me o coração. Amanhã vou fazer de longe a minha despedida da A. . Por mim e pela minha mãe que não pode ir. A A. morreu com covid e vai ter um funeral particular como tudo o que se faz agora. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A nossa casa

 Hoje, estava eu a "curtir" o exterior da minha casa, ao sol, com as gatas e os cães e lembrei-me de uma atividade das minhas papoilas da ultima vez que cá estiveram. Como elas gostam de tintas e eu gosto de estimular a criatividade delas, pu-las a pintar mas não o que lhes apetecesse como de costume. Não! Naquele dia "mandei-as" pintar a nossa casa. E elas puseram mãos à obra. A mais nova, muito perfeccionista, pintou a casa tão perfeitinha que nem parecia uma pintura de uma menina de cinco anos. A mais velha, com menos habilidade de mãos mas uma imaginação sem limites, fez à sua maneira. Uma casa, nada parecida com a nossa mas com cores garridas, umas manchas azuis à volta da casa, e à volta de tudo muito amarelo e laranja como se fosse fogo. A única coisa que eu percebi o que era, foi a cama de rede. Tal e qual. Então, perante tanto abstracionismo tive de lhe pedir que me explicasse a obra de arte, como ela diz. Então, a casa era a nossa mas mas até as janelas eram amarelas para ficarem mais bonitas, as manchas azuis eram pegadas de animais e as pinceladas amarelas e laranja à volta de tudo era fogo de artificio .Depois do esclarecida, fui eu que vi fogo de artificio! Fiquei tão contente! Para ela, a nossa, é uma casa de alegria. Gosto e desejo que sempre assim seja. 


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

 "Desejo-te um dia muito especial, único , como poucos.⁣

Um daqueles dias que começam com um sorriso e terminam com a serenidade.⁣
Um daqueles que inesperadamente te traz "aquele algo" que aguardas há muito tempo.⁣
Um daqueles tão raros e valiosos, que se irá juntar depois às tuas melhores recordações.⁣
Desejo-te que hoje as tuas asas te levem exatamente onde tu queiras ir...⁣
................. "

Quando a tempestade passar

 Quando a tempestade passar

E se amansem as estradas
E sejamos sobreviventes
de um naufrágio coletivo.
Com o coração choroso
e o destino abençoado
Vamos nos sentir bem-aventurados
Tão só por estar vivo.
E nós lhe daremos um abraço
ao primeiro desconhecido
elogiaremos a sorte
de manter um amigo.
E aí nós lembraremos
Tudo aquilo que perdemos
e de uma vez aprenderemos
tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja
pois todos sofreram.
Não teremos mais desidia
Seremos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos
Que eu nunca consegui
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o frágil
O que significa estar vivo?
Vamos suar empatia
por quem está e quem se foi.
Sentiremos falta do velho
que pedia peso no mercado,
que nós não soubemos o nome dele
e sempre esteve ao seu lado.
E talvez o velho pobre
Era Deus disfarçado.
Você nunca perguntou o nome
Porque você estava com pressa.
E tudo será milagre
E tudo será um legado
E a vida será respeitada.
A vida que vencemos.
Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, triste.
Que nos tornes melhores.
como você nos sonhou.

Chuva

 "Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,

dizendo coisas que ninguém entende!

Da tua cantilena se desprende

Um sonho de magia e de pecados.
.............."

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Tão perto do céu!

 Há uns anos, quando o meu pai viu o que fizemos do nosso sótão, virou-se pra nós e disse "dava aqui um belo aconchego". Aconchego, era o que se chamava a uma casa simples, pequena, sem grandes luxos. Hoje, no meu sótão, senti o verdadeiro sentido daquela frase. Aconchego. Sem luxos, tem tanto que não cabe numa simples frase. Direi apenas que nele, me sinto tão perto do céu! Ainda mais quando chove. Como hoje. E o que eu gosto de chuva......

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Na nossa horta

 Quando começaram as primeiras chuvas, aproveitamos e plantamos logo algumas plantas. Agora, já temos a horta com bastante verde e a melhorar todos os dias.


Este ano, plantamos os morangos em garrafões de plástico. Temos plantado no chão mas é mais dificil controlar as formigas e as ervas daninhas.

Os alhos franceses, estão na caixa que já foi de alguns tomates já arrancados.

As alfaces, estão como sempre em caixas. Estão rodeadas de coentros que entretanto tenho de arrancar. Nasceram expontaneamente.

A rúcula já está crescida e os nabos acabados de plantar. 

Os pimentos, depois de uns dias de chuva, rejuvenesceram e estão como nunca.

Aqui, couves e brócolos em harmonia e a crescer a olhos vistos.
Temos ainda outras aromáticas que sobraram do verão.
Agora é esperar que chova. A rega não é a mesma coisa.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Mais uma que eu não sei o nome...

 ... mas que trago em panos quentes.

Nasce branca

No segundo dia fica rosada

No terceiro mais rosada ainda e no quarto morre. Pena durar tão pouco.


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A seguir são os lobos

Nos ultimos tempos, tenho visto por aqui animais que raramente avistava. E até outros que nunca por aqui tinham sido vistos. Como os esquilos. Ando a tentar fotografar um há semanas e ainda não foi hoje. Mas hei de conseguir! 

sábado, 10 de outubro de 2020

Em modo balão de ar (muito) quente

 Ontem fui ao funeral da B. Antes, almoçei um bom prato de lentilhas. Já na igreja, os meus intestinos entraram em colisão com a minha falta de devoção e cheguei a temer levantar voo e chegar ao céu antes da defunta. Apertos!!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Mar revolto...

 

... vento gelado e húmido, passos lentos na areia molhada. E um abraço quente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Olhares

"É sempre prudente olhar em frente, mas é difícil olhar para mais longe do que pode ver-se"

 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Hoje fui à merda

 De cavalo. Parece que é um bom fertilizante e eu como recém chegada ao mundo da horticultura (brincadeirinha) fui aproveitar as bostas que o cavalo de um amigo deixou no nosso terreno. Quem me visse ( e eu aposto que viram apesar de eu não ter visto ninguem), diria que estava tolinha de cu pró ar a apanhar à mão cheia, montinho aqui montinho ali. Tudo por umas saborosas couves.

sábado, 3 de outubro de 2020

É meu desejo...

.., sincero, que Trump mate o bicho e saia desta airosamente. Mas de uma praga minha não se livra. Se há coisinha que lhe ficava bem como castigo, era ser tratado, e bem tratado, de modo eficiente e até carinhoso, vá lá, por um negro. E se não fosse pedir demais às bruxinhas, já agora, era o fulano necessitar de uma dose de sangue e ser um negro a disponibilizar-se. Caramba, se não for para sair disto melhor, nem valia a pena andar assim nas bocas do mundo, não é?

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

?????????????????????????????????????

 Pequena Papoila a comer sopa num restaurante, com pouca vontade, com a colher a mexer, sem levar nada à boca. O empregado reparou, aproximou-se, e perguntou " então minha querida, a sopinha está boa?"        "M A R A V I L H O S A" respondeu ela de olhos semicerrados e carinha angelical.

.........................

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Parva!!!!

 Há umas semanas atrás, enfiei na cabeça que tinha que mudar as almofadas da cama. E lá vou eu, a uma loja que vende tudo (?) o que é ortopédico e ergonómico. Entrei, mascarada, claro, e fiquei à espera da minha vez. Enquanto esperava, fui olhando admirada para um sem numero de objetos que eu nem sabia que existiam. Quando chegou a minha vez e a menina me perguntou o que queria, fiquei gaga e apenas me saiu " uma almofada, com a qual eu me sinta a dormir sobre uma nuvem". Imagem poética que me veio sabe-se lá de onde. Ela respondeu que tinha exatamente o que me fazia falta e lá foi a saltitar ao mesmo tempo que chilreava que já usava uma daquelas há vários anos e que até já tinha convencido o namorado a usar uma igual. Eu, espectante vi-a chegar com um objeto que me parecia tudo menos uma almofada, mas quando a rapariga me disse que custava 65 euros, eu não duvidei que fosse e até lhe perguntei se tambem  trazia a cama. Pelo preço!!!!! Esperta, percebeu que eu achei caro e apressou-se a dizer-me que se comprasse outra, fazia 90 euros as duas. Lá vou eu à rua, perguntar ao homem se tambem queria uma tão extraordinária almofada, ao que ele me respondeu que não queria e que àquele preço era bem capaz de perder o sono se lá descansasse a sua calva cabeça. Entro outra vez, tão saltitante como a empregada, despejei a carteira e vim pra casa ansiosa por experimentar a compra. À noite, por precaução, vesti aquilo com três fronhas, não fosse o caso de ter de a trocar e não queria que levasse odores meus. Olhei práquilo como quem olha para uma pintura abstrata e lá enfiei a cabeça naquela forma estranha. Claro que não consegui aguentar muito tempo, deitei aquilo fora e fui buscar a minha almofada que, ela sim me pareceu uma nuvem. No dia seguinte, fui, simpática, com o saquinho na mão, dizer à menina que afinal não era bem aquilo que eu queria, que não tinha patologias que me obrigassem a tamanho sacrificio, Foi difícil, mas lá consegui que a menina me devolvesse as sessenta e cinco mocas que eu tinha pago. Saí leve e solta e obriguei-me a prometer a mim mesma que tão cedo não me armava em parva.

Agora, durmo como um anjo sobre uma nuvem de 14 euros!

sábado, 26 de setembro de 2020

O retrato da incoerência?

 Eu, a acabar de deglutir uma sandes de tofu em pão integral, temperado apenas com um pouco de azeite e orégãos, a abrir a porta do congelador para tirar um chispe para guisar com grão amanhã ao almoço.


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

O tempo e os tempos

 É curioso como com o avançar da idade (coisa linda de se escrever), o nossa noção de tempo vai variando. Como eu me lembro, se lembro, como há quarenta e tal anos a meia hora do telejornal durava uma eternidade e a Gabriela nunca mais chegava. Naqueles trinta minutos, eu jantava e corria para a casa da M que tinha uma televisão a bateria.  Quando lá chegava ainda o jornal não tinha acabado. Entretanto, se a bateria ficava fraca, lá via o Nacib e o Mundinho desmaiados e todos torcidos, mas ainda assim ficavamos ali coladinhas (o aparelho era minúsculo) até aquilo acabar. 

Ora bem, telejornal de trinta minutos. Trinta minutos!!!!!!!!!!! Mai nada! E já era uma eternidade. Mas ficavamos a saber as noticias todas e fresquinhas. Até porque só havia um por dia e no dia seguinte tambem só durava trinta minutos e as noticias não se repetiam. Não se repetiam! 

Mandões dessas coisas das noticias dos canais todos, ide ao museu da RTP, ponde os olhinhos nos antigos telejornais e imitai os vossos camaradas desse tempo. Dai, por favor, a mesma notícia no maximo umas vinte vezes por dia. Vá lá, vinte vezes. Agora telejornais de duas horas com noticias esticadas até não serem noticias e ficarem uma parvoíce,  repetidas em todos os serviços informativos, enfiai-as naquele sítio por onde saem os flatos e o resto, combinados? E canais só de noticias??? Pois podeis pô-los exatamente no mesmo sítio! Pelo mesmo motivo. Dão vómitos porque uma pessoa fica enjoada de ouvir a mesma coisa centenas de vezes da maneira mais parva possível.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Pois é...

 

... este talvez tenha sido mesmo o ultimo dia de praia a sério!
Para o ano há mais.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Hoje fui ao dentista a primeira vez desde o inicio da pandemia

 O Dr. R era o meu dentista há décadas. Mas lá me pareceu que agora há consultórios melhor equipados e marquei noutro. Novo, simpático, muito fofinho e meiguinho no trato. Quando se chegou ao momento da conta, tive vontade de procurar um alicate e arrancar todos os dentes daquele sorriso maravilhoso.

Ah! Quando cheguei a casa, tinha um grilo na casa de banho. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Claustrofobia

 De repente (ou talvez não), tudo me ficou pequeno. Os dias, a casa, o carro, a cidade mais próxima, o país e tudo mais alguma coisa. A impossibilidade de circular livremente, oprime-me. Sufoca-me. Como quando fumava e ficava sem cigarros. Tinha que ir comprar. Mesmo que fosse tarde e já não fumasse nesse dia. Mas saber que não os tinha, incomodava-me. Saber que não há fim à vista para voltarmos a fazer uma vida "normal" angustia-me. 

sábado, 12 de setembro de 2020

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Novelas ou séries?

 É opinião quase generalizada, que há uma grande diferença entre novelas e séries. Para as mulheres, donas de casa e com pouca literacia, são as novelas. Já as séries, são direcionadas para os dois géneros, para cultos e exigentes. Na minha opinião, não é bem assim. Muitas novelas são baseadas em grandes obras literárias e representadas por grandes atores (?). Quanto às séries, lá por serem famosas por algum motivo especial (principalmente o numero bilionário de espectadores) não significa que sejam boas. Ora bem, porque iria esta alma penada botar faladura (escritura) sobre este tema, se não é dada a afeiçoar-se a um ou outro género? Pois é! Não era. Mas o verão e a pandemia empurraram-me mais tempo para o sofá e ler horas a fio deixa-me o stock literário desfalcado. Alem de, por ser leitora compulsiva, me sentir adicta. Por tudo isto e mais alguma coisa, comecei a ver uma novela. E gostei. Claro que faço parte do grupo de risco para esta arte menor (?)! Séries já via algumas e continuo a ver.
Tanta escrita, só para dizer que a série The Durells é assim uma coisa para lá de agradável de se ver. 


sábado, 5 de setembro de 2020

Ainda no Oeste

Edifício e jardim das Termas dos Cucos (desativadas).
Há uma Papoila no cenário

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Papoilas na vó



Foram apenas alguns dias, que souberam a mel. Pra sempre, vão ficar as nossas conversas a três. Coisas de miúdas!

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Ao ritmo de Bossa Nova

"Onde está o dia? Envelheceu! E a tarde caiu e o sol morreu.
E de repente escureceu..."

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Um dia...

"Um dia, como tantos outros, os nossos corpos envelhecerão. As ruas serão inacabáveis e cada dia a mais,  será uma possibilidade a menos. Será então que a beleza aparecerá. Improvável...."