O outono instalou-se à laia de verão. Mas não há volta a
dar. Acabaram-se as longas tardes de verão, as férias de verão, e muitos dos
amores de verão. Pra quem gosta, soube a pouco, a irreal, a sonho, de tão
efémero. Pra mim, que não gosto, está quase a terminar a chatice. Quem mora na
cidade, não dá conta porque o calor continua e ainda se pode dar uma
escapadinha até à praia, mas no campo, apesar do calor, os ciclos da natureza
são mais percetíveis. Por aqui, já cheira a vindimas, a mosto e a engaço, a
maçãs maduras e a marmelada acabada de fazer. Os figos e as nozes estão a secar
para gaudio das gatas cá de casa. Daqui a pouco já começam a aparecer as
tangerinas, as laranjas, as romãs e os diospiros. E não há- de faltar muito,
para que o feno seco dê lugar a erva verde. E que cheire a lareira, a chá
quente e a aconchego. O outono não é apenas o cair da folha, como se fosse um
fim. É também um principio, uma
regeneração. E é o fim da minha “meia vida” e o principio da minha vida em pleno.
Até ao próximo verão.
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