sexta-feira, 31 de agosto de 2018

"Verão M"...

... é uma série juvenil da RTP 1, gravada em Moledo e Caminha.
Não aplaudo, porque é essa a função deste canal (mostrar o país todo e não apenas as grandes cidades), já que é pago por todos nós. Mas agrada-me.
Até porque, a RTP é a minha estação favorita. Qual canais por cabo, qual quê!!!!!
O canal 1, talvez mais "mercantilista", mas o 2 o melhor de todos os canais. Melhores filmes, melhores séries, melhores documentários, melhores espetáculos, melhor divulgação cultural, informação sem sensacionalismos e depois aquela coisa absolutamente fantástica de não ter publicidade!
Viva a RTP.

sábado, 18 de agosto de 2018

A lógica da Papoila

-............................ e às oito, maquilhagem.
-Eu é que devia ser a tua maquilhadora, mamã.
-Porquê?????????
-Porque eu é que te conheço!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Pragmático ou insensível?

Faziam 40 anos de casados. Ela, para lhe "avivar" a memória, foi ao baú buscar o vestido de noiva e colocou-o em cima da cama. Ele, quando entrou no quarto voltou atrás e gritou: " porque é que está um monte de trapos em cima da cama???????"

Não sei, mas penso que como resposta ela lhe deu um longo beijo carregadinho de amor.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Miradouro da Fórnea em tarde de (muito) calor

Apesar da péssima qualidade das imagens, garanto que vale a pena. É tudo isto...



... mais um intenso cheiro a alecrim, como se um mestre perfumista nos tivesse "banhado" com essência concentrada.

Burrices


Tenho dois cães, duas gatas e um canário. E tenho uma vontade imensa de ir por esse mundo fora enquanto consigo mexer os pés. Mas entre essa vontade, e o medo e a preocupação  de deixar os meus bichos ao cuidado de outros,  vou  saindo uns dias cheia de culpa e ficando outros bem agarrada a eles tentando que nada de mal lhes aconteça. Nos outros dias…. Bem, nos outros dias, continuo  com vontade de ter um burro. O que eu gostava de ter um burro, caramba!!!!!!!   Mas não posso!!  As cinco bocas que já tenho, vão diretamente para um saco sem fundo, e era mais uma para alimentar e deixar a dar trabalho a quem tivesse coragem de se chegar, cada vez que eu saísse. Mas lá que gostava, gostava. É paixão antiga. Quando era criança e ia à feira de Rio Maior, perdia-me nas ”barracas” de albardas, alforges  e atafais.  Tudo enfeitado de berloques verdes vermelhos e amarelos, num nacionalismo provinciano que me encantava. E imaginava um burro meu “vestido com roupas tão bonitas”. Nem sei se ainda há “alfaiates” tão habilidosos.
Mas como ainda há burros.......

 

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Vaidade


VAIDADE
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo ...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ...

Florbela Espanca

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Rui Belo 1933/1978

Foi colega de carteira do meu pai, na escola primária. Durante toda a minha infância, falou-se dele em casa como de uma pessoa muito chegada. Naquela época, tão poucas eram as vivencias das crianças,  o colega de carteira era um amigo especial. Criavam-se laços especiais. Mesmo que nunca mais se vissem, como aconteceu.
Mais tarde, descobri-o como escritor e comecei a lê-lo com a curiosidade de encontrar referencias à nossa aldeia. Às nossas gentes. Aos nossos lugares.
Hoje, parece-me que mais importante que falar da sua morte, é conhece-lo como escritor.

Pequena Papoila, a fotógrafa

A olhar para os pés. Uns novos, outros velhos.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Entardecer

"No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos ... "
 
Fernando Pessoa
 
 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mudam-se os tempos..... (e ainda bem)

A FONTE DOS NAMORADOS. (Marmeleira-Rio Maior)
Este painel de azulejos...

... fica mesmo em frente à fonte que representa, quando ela era usada com a finalidade para que foi construída. O abastecimento de água à população e o bebedouro para os animais, naquela época o principal meio de transporte e de trabalho. As fontes eram essenciais para a vida das aldeias.
Ir à fonte, era uma das tarefas das mulheres e ainda me lembro bem de as ver de cântaro à cabeça em cima de uma rodela. A fonte era, alem de útil, um ponto de encontro, um local de convívio. Ao fim do dia eram os homens com mulas, burros e vacas que faziam a algazarra antes de irem para a taberna afogar as agruras da vida em copos de vinho.
Fui a esta fonte com a minha neta mais nova, vi o painel e soube "lê-lo", porque aquela realidade ainda me é familiar. Até no modo de vestir das pessoas representadas. Parece que estou a ver o meu avô materno, lavrador (de meia tijela) , sempre de colete e relógio de bolso mesmo quando andava a
cavar. E a minha avó, de "quarta" à cabeça, vestida da cabeça aos pés mesmo no verão, tão direitinha que me impressionava.
Daqui a cinquenta anos, se a minha neta voltar a esta fonte, este será para ela, apenas mais um painel de azulejos. Lembrar-se-há, quando muito, de que aqui esteve, noutro tempo, com a sua avó materna.