Quando hoje de manhã saí à rua e vi isto (tudo gelado à minha volta), lembrei-me de um fim de ano em Bragança, num espaço acabadinho de inaugurar, todo pipi, já não me lembro se era hotel, restaurante ou sala de espetáculos,mas, bem à portuguesa, sem as obras acabadas no exterior. Eu, de vestido de seda azul debaixo de um casacão preto quase até
aos pés e ainda assim gelada até aos ossos, em movimentos assim entre a dança e o equilibrismo, da porta do carro até à entrada do espaço, a desviar-me de lama e poças de água a tentar manter os meus sapatos imaculados. Já lá dentro, diz-me calmamente um dos nossos anfitriões, em genuíno sotaque transmontano" À saída, não preciseis de vos incomodar com a lama". E eu pensei com os meus botões que ele devia estar a pensar que eu me ia enfrascar de tal modo que, quando saísse já não me importaria de sujar sapatos. Ou até já os trouxesse na mão....
Ná!!!!!!!!! Quando saí é que percebi.
O que antes era lama e água, era agora gelo compacto onde se podia dançar sem sujar os sapatos.
Era gelo no chão e por todo o lado, carros incluídos.
Mas eu, confesso, não tive frio.
Ao contrário de hoje, que até a alma se me arrepiava só de ver a alegria com que os meus cães brincavam com o gelo das possas que encontravam.
Sem comentários:
Enviar um comentário