segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Nem de mais, nem de menos.


Quando tinha uns catorze ou quinze anos, tive uma professora de Historia que nunca mais esqueci.
Era mais velha que qualquer outra professora e usava umas meias de algodão castanho e uns sapatos de couro iguaizinhos aos que a minha avó usava nos trabalhos do campo. Era bondosa, compreensiva, humilde e bonacheirona, o que fazia com que todos pensássemos que estávamos na sala de aula com a nossa avó. Era culta, e muito inteligente. Por isso, mesmo parecendo que não, não se deixava levar pelas palavras ardilosas de alguns alunos espertinhos que tentavam a todo o custo tirar partido da sua bondade.
Um dia, e nunca mais me esqueci, disse que " um excesso de benevolência, passa a ser parvoíce".
Naquela altura fiquei a pensar naquilo, e com o passar do  tempo fui compreendendo melhor o que ela queria dizer.
O ideal, era que pudéssemos ser benevolentes, sem que aos olhos dos outros, fossemos uns parvalhões.
Ando à procura desse equilíbrio.

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