Nem de mais, nem de menos.
Quando tinha uns catorze ou quinze anos, tive uma professora de Historia que nunca mais esqueci.
Era mais velha que qualquer outra professora e usava umas meias de algodão castanho e uns sapatos de couro iguaizinhos aos que a minha avó usava nos trabalhos do campo. Era bondosa, compreensiva, humilde e bonacheirona, o que fazia com que todos pensássemos que estávamos na sala de aula com a nossa avó. Era culta, e muito inteligente. Por isso, mesmo parecendo que não, não se deixava levar pelas palavras ardilosas de alguns alunos espertinhos que tentavam a todo o custo tirar partido da sua bondade.
Um dia, e nunca mais me esqueci, disse que " um excesso de benevolência, passa a ser parvoíce".
Naquela altura fiquei a pensar naquilo, e com o passar do tempo fui compreendendo melhor o que ela queria dizer.
O ideal, era que pudéssemos ser benevolentes, sem que aos olhos dos outros, fossemos uns parvalhões.
Ando à procura desse equilíbrio.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Ser ou não ser
Acontece-me algumas vezes, ir a casa de algumas pessoas que têm na sala estantes cheias de livros e, vá-se lá saber porquê, tenho quase a certeza que nunca eles foram lidos ou sequer folheados, assim como não quer a coisa, só passar com os olhos em algumas páginas ou, loucura das loucuras, sentir-lhes o cheiro (isto de gostar de cheirar tudo, deve ser mania só minha por ter um grande nariz).
claro que isto é apenas o que eu penso. Posso não estar certa.
Ora bem, há uns quinze dias, comprei um livro, mas tinha outros na frente e ainda não o li. Pu-lo em cima da mesa da sala, tadinho, à espera de vez.
Ontem, olhei pra ele e de repente.......tu queres ver??????
Não é que o raio do livro tem uma capa que combina na perfeição com a decoração da minha sala?
Agarrei no gajo e fui empilha-lo entre outros para afastar ideias parvas.
De mim, e de alguém que aqui apareça e tenha uma imaginação como a minha.
claro que isto é apenas o que eu penso. Posso não estar certa.
Ora bem, há uns quinze dias, comprei um livro, mas tinha outros na frente e ainda não o li. Pu-lo em cima da mesa da sala, tadinho, à espera de vez.
Ontem, olhei pra ele e de repente.......tu queres ver??????
Não é que o raio do livro tem uma capa que combina na perfeição com a decoração da minha sala?
Agarrei no gajo e fui empilha-lo entre outros para afastar ideias parvas.
De mim, e de alguém que aqui apareça e tenha uma imaginação como a minha.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
terça-feira, 15 de novembro de 2016
domingo, 13 de novembro de 2016
Mea culpa
Por distração (culpa) minha, o meu cão deu umas voltas pelas redondezas durante não sei quanto tempo.
Quando voltou, tinha duas grandes queimaduras, feias e graves. A veterinária diz que foram provocadas por uma fonte de calor ou ácido.
Eu, que sou pessoa otimista e tenho ainda alguma fé nos outros, quero acreditar que foi um acidente.
Mas por mais voltas que dê, tenho imensa dificuldade em fazer filmes em que ele se tenha queimado sozinho.
E é assim.
Quando voltou, tinha duas grandes queimaduras, feias e graves. A veterinária diz que foram provocadas por uma fonte de calor ou ácido.
Eu, que sou pessoa otimista e tenho ainda alguma fé nos outros, quero acreditar que foi um acidente.
Mas por mais voltas que dê, tenho imensa dificuldade em fazer filmes em que ele se tenha queimado sozinho.
E é assim.
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
... do frio que me aquece
Cá dentro, um bom livro, o aconchego da manta, aquela musica...
Lá fora, a chuva e o vento batem com força na vidraça, numa cadencia frenética, como que a escrever... e logo depois apagar, as palavras de um poeta inquieto.
Lá fora, a chuva e o vento batem com força na vidraça, numa cadencia frenética, como que a escrever... e logo depois apagar, as palavras de um poeta inquieto.
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O melhor, do pior
As grandes superfícies comerciais e as lojas dos chineses, acabaram com o comercio tradicional.
Na pequena cidade onde morava antes, é desolador ver as lojas que antes estavam sempre cheias de clientes, terem agora as portas fechadas ou o dono à porta, como que a dizer que está disponível.
Ainda me lembro da rua principal, quando ao sábado de manhã, até eu que nunca gostei de compras, lá ia, mais para me encontrar com pessoas que sabia que ia lá encontrar e conversar um bocadinho, do que propriamente para fazer compras.
E a mercearia mesmo em frente, que tinha um daqueles moinhos antigos de café, e que deitava cá pra fora um cheirinho que era melhor que qualquer anuncio publicitário?
Mas a melhor, era a da dona E.
Mesmo na minha rua, tinha de tudo. Comprava lá o pão, o leite, um tecido para fazer uma saia ou um chapéu de chuva conforme necessidade. Para alem da proximidade geográfica, havia uma bonita relação de amizade. Eramos amigas, pronto. E também tinha dois filhos gemeos da idade das minhas, o que nos aproximava ainda mais.Se entrasse na porta mais perto da minha casa, passava pelo "escritório". Nome dado pelos estudantes da escola secundária próxima e onde era possível encontrar numa mesa um grupo de jovens na brincadeira e a almoçar, e na do lado dois ou três bêbados que faziam sala horas a fio. A P. ia lá tomar o café depois do almoço e também ficava umas horas e eu, antes de ir trabalhar, passava por lá, quase sempre só para as ver. Gostava muito desta cumplicidade.
Claro que a dona E. teve de fechar portas, depois de muitas tentativas frustradas para manter aquele negócio aberto e hoje, deve estar tudo a cair e talvez até já sem portas.
Esta conversa toda, é só para dizer que, apesar de tudo, é muito prático eu ir a um hipermercado comprar ração para as gatas, uns flocos de aveia ou umas cuecas e de passagem, comprar um livro sem ter de sair dali.
Na pequena cidade onde morava antes, é desolador ver as lojas que antes estavam sempre cheias de clientes, terem agora as portas fechadas ou o dono à porta, como que a dizer que está disponível.
Ainda me lembro da rua principal, quando ao sábado de manhã, até eu que nunca gostei de compras, lá ia, mais para me encontrar com pessoas que sabia que ia lá encontrar e conversar um bocadinho, do que propriamente para fazer compras.
E a mercearia mesmo em frente, que tinha um daqueles moinhos antigos de café, e que deitava cá pra fora um cheirinho que era melhor que qualquer anuncio publicitário?
Mas a melhor, era a da dona E.
Mesmo na minha rua, tinha de tudo. Comprava lá o pão, o leite, um tecido para fazer uma saia ou um chapéu de chuva conforme necessidade. Para alem da proximidade geográfica, havia uma bonita relação de amizade. Eramos amigas, pronto. E também tinha dois filhos gemeos da idade das minhas, o que nos aproximava ainda mais.Se entrasse na porta mais perto da minha casa, passava pelo "escritório". Nome dado pelos estudantes da escola secundária próxima e onde era possível encontrar numa mesa um grupo de jovens na brincadeira e a almoçar, e na do lado dois ou três bêbados que faziam sala horas a fio. A P. ia lá tomar o café depois do almoço e também ficava umas horas e eu, antes de ir trabalhar, passava por lá, quase sempre só para as ver. Gostava muito desta cumplicidade.
Claro que a dona E. teve de fechar portas, depois de muitas tentativas frustradas para manter aquele negócio aberto e hoje, deve estar tudo a cair e talvez até já sem portas.
Esta conversa toda, é só para dizer que, apesar de tudo, é muito prático eu ir a um hipermercado comprar ração para as gatas, uns flocos de aveia ou umas cuecas e de passagem, comprar um livro sem ter de sair dali.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Fraquinha da mona
Quando eu era mais nova e ainda tinha algum tino, parece que me lembro de o natal ser a 25 de Dezembro e o carnaval lá para fevereiro ou Março.
Agora, senhora de uma certa idade, não é que tenho tido umas alucinações e tenho visto, em Outubro, montras cheinhas de máscaras e outros atavios de carnaval, lado a lado com outras já apinhadas de enfeites de natal?
Isto devo ser eu que já não ando boa da pinha!
Agora, senhora de uma certa idade, não é que tenho tido umas alucinações e tenho visto, em Outubro, montras cheinhas de máscaras e outros atavios de carnaval, lado a lado com outras já apinhadas de enfeites de natal?
Isto devo ser eu que já não ando boa da pinha!
Subscrever:
Mensagens (Atom)