Olhei para aquele freixo e lembrei-me como era antes por este tempo.
O pequeno regato que agora só leva merda, naquele tempo levava água limpa. Lembro-me do som da água a correr. A minha avó lavava a roupa na represa que o meu avô fazia para poder regar a horta e da qual tirava a água com uma picota que gemia como se não quisesse fazer aquele trabalho e apenas enfeitar horta. Ela, a avó R., cantarolava e esfregava enquanto estava de olho em mim que apanhava trevos e brincava com búzios que vinham na areia do regato.
O freixo ainda lá está. Enorme. Mas a minha avó, não.
Faria hoje cento e seis anos.
E eu tenho tantas saudades dela!
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