terça-feira, 27 de agosto de 2013

A porta...da cozinha




Hoje dei por mim a pensar que os pobres entram em casa sempre pela porta da cozinha.
Lembro-me que na casa dos meus pais, e nas dos meus avós já era assim.
Quando eu era miúda, não havia tempo para estar na sala.
Aliás, nem havia sala. Nem sofás.
Nem faziam falta. Não havia televisão e as pessoas no Verão trabalhavam de sol a sol e depois descansavam (pouco) na cama. No Inverno, chegavam a casa à noite e ficavam à lareira (na cozinha).
Até as visitas eram recebidas na cozinha, e não era por desconsideração.
É que para um pobre, a cozinha era a divisão mais importante da casa.
Havia as salas de jantar. A que as minhas avós chamavam a casa de fora. Nunca percebi bem porquê.
Para um pobre, o mais importante é haver comida. E para quem aparece, há sempre um petisco. Nem que seja um pãozinho com azeitonas.
Bem, tenho de acrescentar que estou a chamar pobres aos que não têm "berço".
Eu, entro sempre pela cozinha.
Sem orgulho ou vergonha, sou pobre!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pereiro

 

Por sugestão (e companhia) de amigos, lá fui ao Pereiro, capital das ruas enfeitadas.
Perto de Mação, é uma aldeia que me pareceu de gente humilde e que num outro dia qualquer seria tão vulgar, que certamente nem me daria ao trabalho de parar para a descobrir.
Mas nesta altura das festas da flor, qualquer um que passe e pare, ficará surpreendido.
É que estas gentes, conseguem tornar um lugarejo simples e até triste, num mundo de flores.
Assim engalanada, esta aldeia fica tão bonita que faz de certeza inveja a muitas outras maiores e mais vistosas.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não tirei foto a todas as ruas porque entretanto fiquei sem bateria na máquina, mas por estas, já ficam com uma ideia. Parabéns às gentes do Pereiro
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 25 de agosto de 2013

sábado, 24 de agosto de 2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Lamas de Ôlo



Primavera no Verão. Apetecia-me tanto ficar lá!
 
 
Espigueiros...vazios.
 
 
Eira onde antes se malhava o centeio.
 
 
O que resta dos telhados de colmo de Lamas de Ôlo
 
 
 
Esta aldeia situa-se no Parque Natural do Alvão e fica na nascente do Rio Ôlo que dá origem às Fisgas de Ermelo. Quem puder deve visitar. Sem hipótese de desilusão.
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Por aí...

Uns dias fora fazem tão bem à alma...

Serra da Freita em dia de estio...
 
 
 
Serra da Freita-Água...mas pouca.
 
 
Serra da Freita-Frecha da Mizarela quase impercetível
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Calvário em Arouca.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Desilusão




Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura.
Florbela Espanca

terça-feira, 13 de agosto de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O seu a seu dono



Devo dizer que as minhas tralhas, todas elas, são representativas dos lugares visitados

O meu galo de Barcelos



É verdade que, quando vamos para a nossa primeira casa, a decoração da dita passa por peças compradas para o efeito, com mais ou menos bom gosto, que isso do gosto tem muito que se lhe diga.
Com o passar dos anos, a nossa casa passa a ser uma parte de nós. Alberga-nos a nós, a nossa vida, as nossas pessoas, os nossos objetos, as nossas recordações os nossos sonhos e frustrações...
A minha, para alem de tudo isso, alberga também os objetos que vou adquirindo nos locais por onde vou passando. São como que um pedacinho que trago comigo. Não lhes chamo peças de decoração.
São tralhas.
São as minhas tralhas.
Não conheço o conceito de decoração.
Só sei que gosto, e muito, de me sentir rodeada de coisas que me façam lembrar momentos bons.
São o meu aconchego.
Com a minha idade, já passei, felizmente, por muitos sítios.
Tenho duas filhas, que já passaram por muitos mais e que fazem questão de me trazer sempre uma lembrança.
Tenho, portanto, a casa cheia de tralha.
Tudo isto, para dizer, que o que para muitas pessoas é uma pirozisse e coisa impensável de ter em casa para mim é uma peça belíssima e seria impensável era não ter um.
Um galo de Barcelos.
Não o tenho em cima do frigorifico, mas tenho-o num local bem visível e com muito orgulho.
E foi comprado em Barcelos. Só assim faria sentido.


Viagem...

"Uma longa viagem começa por um passo."

Provérbio Chinês




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A minha professora primária

Já aqui falei dela.
Era como a maioria dos professores da época.
E eu tinha medo dela. Tinha medo de errar. Tinha até medo de falar.
Uma vez, disse "lançol" em vez de lençol e levei uma chapada que na altura nem soube bem porquê.
 Quando era inverno, e como a maioria de nós tínhamos de andar vários quilómetros até chegarmos à escola, havia mais atrasos. Brincavamos com o gelo das poças, chapinhávamos na água...
Todos crianças tão pequenas.
Alguns, como eu, tinham mães que não estavam habituadas a horários e levantavam-se quando acordavam. Muitas vezes tarde demais.
Eu, com seis anos é que tinha de ser responsável pelo meu horário porque para a minha mãe era sempre cedo. Tinha sempre pena de me acordar. Chegava quase sempre a horas, a não ser que os colegas me conseguissem convencer que era melhor brincarmos mais um bocadinho no caminho. Até porque, muitos deles, e principalmente delas, quando saíssem da escola não podiam brincar mais. Tinham de trabalhar. Eles, a ajudar os pais, elas a ajudar a cuidar dos irmãos e da casa.
Mas quando se chegava atrasado não havia desculpas. Umas boas reguadas eram o castigo de quem se atrevesse. Eram chamadas à secretária da professora, e, uma a uma, todas tinham de estender a mão, a medo, muito medo. Como apanhávamos muito frio no caminho, todos nós andávamos de beiços secos, gretados, e quando se fazia aquele esgar de dor durante o castigo as gretas abriam e era sangue, ranho e lágrimas.
Eu via aquilo (por acaso nunca tive um desses castigos)e também a mim me doía.
Queria ter coragem para ir lá busca-las (tenho de referir que eram só meninas porque naquele tempo não havia misturas), e dizer à professora tudo o que pensava de tamanha barbaridade.
Nem todas tinham o mesmo castigo. As filhas das pessoas com alguma importância na terra, essas podiam tudo. E nunca eram castigadas.
Eu, menina pobre, e vestida com as roupas que a minha mãe cozia à mão à luz de um candeeiro a petróleo, era um alvo certo, não fosse ser muito boa aluna. Não tanto por gosto de andar na escola, mas por medo da professora e dos castigos que me poderia aplicar.
E foi assim durante toda a primária.
Há uns anos, lembraram-se por aqui, de lhe fazer um jantar de homenagem.
Eu, por solidariedade  para com as minhas colegas mais castigadas e por não ser hipócrita, não fui.
Vim a saber depois que afinal, quem compareceu em peso, foram as que tinham sido mais castigadas.
Ora toma!
Contaram-me agora, que ainda é viva e está num lar.
Agora, também ela sujeita aos humores das cuidadoras.
É difícil para mim imagina-la numa situação de dependência e inferioridade.
Será que ainda se lembra do que eu me lembro?
Apesar de tudo, desejo-lhe um fim de vida tranquilo.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Modernisses

Acreditam que as minhas filhas (31 anos de gente), agora, em vez de mãe ou mãezinha (que bom, que doce, que saudades), me chamam amor?
Suspeito que seja o tratamento usado entre amigas do facebook.
E eu tenho de engolir!
Mas eu, delas, serei sempre a mãe.



O que é isto?

Vi há uns dias na televisão, a propósito do dia da amizade, dos amigos ou lá o que era, uma senhora com mais de sessenta anos a afirmar com um ar estupidamente tonto que tinha muitos amigos. Uns cento e tal.
No faceboook.
Um deles, o Sr. Pinto da Costa que seguramente nunca lhe pôs a vista em cima.
Mas anda tudo doido ou quê?
Que um adolescente distraído e aparvalhado, daqueles que não tiram os olhos do computador e por isso ainda não teve tempo de perceber o que é a amizade diga uma barbaridade dessas, eu até quase compreendo.
Mas uma pessoa daquela idade?
Esqueceu-se. Só pode ter sido!
Eu bem sei que sou muito antiga...talvez por isso estas modernices não me entrem na cabeça.
E não me chamem anti social (como já me chamaram, a este propósito), porque anti social é ser totó e ficar em frente a um computador a falar com um amigo virtual que às tantas é uma amiga.
Eu cá não vou nessa.
E agora, vou já ligar a uns amigos a confirmar pormenores da nossa próxima viagem por esse Portugal menos conhecido. Tenho a certeza que vão ser dias fantásticos com amigos de verdade.
E sem facebook.

O

sábado, 3 de agosto de 2013

Caracois

Hoje a tarde foi a apanhar caracóis.
Amanhã é come-los na companhia de bons amigos !
Gostasse eu de os apanhar, e isto acontecia mais vezes...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Presente

E, para que não digam que falo aqui mais do passado do que do presente, e porque os meus dias são cheios de emoção, contrariamente ao que possam pensar, atentem no meu dia de hoje:
levantei-me a ouvir os cães a ladrar, e pensei cá comigo como são queridos os meus bichinhos, com tantas saudades da dona. Abri a porta e fiz um olá e Mantorras, cão mais lindo de sua dona mostrou-se tão carente que não resisti a fazer-lhe uma festinha. Com a pressa, esqueci-me de pôr a chave do lado de fora e pumba....fiquei na rua!
Salvou-me o hábito de abrir a janela assim que acordo e lá vou eu, lampeira, airosa e quase nua, entrar pela janela do quarto. Assunto resolvido.
Enquanto ainda estava  fresco, lá fui fazer a minha caminhada com os meus caninos queridos, que isto não se deve ser eguísta e achar que a atividade física é só para os donos. Os bichinhos tambem precisam. Disso e de outras coisas. Como evacuar ao ar livre. Alem de darem menos trabalho a sua dona, os queridos adoram deixar a poia para cheirarem no dia seguinte. A abestontada aqui, nem sempre se lembra, e como de outras vezes, também hoje pisou a poia, escorregou, cagou as calças e ficou com o cu a arder. Desculpem a frase pouco digna, mas sou pessoa rústica e pouco letrada.
Claro que quando cheguei a casa tomei um banho e fiquei cheirosa e fresca, mas lembrei-me que antes que fizesse muito calor, o melhor era regar os kiwis porque me tinha esquecido ontem.
Para não ir duas vezes à torneira, enchi bem o regador. Fraca e atabalhoada como sou, entornei água para cima dos pés escorreguei...e em menos de nada tinha o focinho no chão e a barriga em cima do regador. Outro banho.
Entretanto, antes do almoço, apeteceu-me cozer umas maçãs, que quando as como cruas não me sabem lá muito bem. Pu-las ao lume e fui fazer outras coisas e só me lembrei delas quando me cheirou a maçãs assadas. O resultado foi um tacho queimado, umas maçãs carbonizadas, e, pior que isso, uma fumarada na cozinha que parecia um incendio a sério. Também se resolveu e não perdi o apetite para as minhas lentilhas. Sim, que eu sou pessoa que não perde o apetite por dá cá aquela palha!
E também sou pessoa de temperos, de cheirinhos, de ervinhas.....
As lentilhas, gosto delas com cominhos.
E normalmente é o que lhes ponho.
Mas eu hoje acordei em dia de fazer disparates e em vês dos cominhos.....vai canela!
E isto só até ao almoço........
Digam lá se tão tenho dias emocionantes!
Nestes dias tenho tanto medo de mim...

Ironias



Eu, euzinha que não tenho especial simpatia por nenhum partido em particular e muito menos pela classe política em geral, pasmem, pertenço a uma lista para as próximas eleições autárquicas.
Ele há coisas!!!!!!!!!!

Gostos!



Para alguns é uma porcaria a que chamam dieta. Para mim é um prazer.



Amoras




Colheita de hoje: poucas e mirradas

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

E...

...depois destes...
 
 
...este.
Estou expectante. Vou já começar!

O dia em que morreu Salazar

Fez anos há poucos dias e eu lembro-me como se tivesse sido ontem.
Estavamos de férias na Nazaré, e o meu pai veio a casa.
Quando regressou, tinha três novidades: tinha nascido o filho do C., tinha morrido o Salazar, e a ovelha da tia D. tinha parido um borrego.
Um parto difícil.