terça-feira, 14 de junho de 2022

Porque a poesia é uma maneira bonita de arrumar as palavras, "Quem, a não ser eu?"

 "Quem, a não ser eu, perderia tempo a ouvir-me?

São amplas demais as varandas do que digo.
Demasiados os ecos para engolir sem dor.
Pois quem, a não ser eu, teria sede para além da boca?
As horas dissolventes da pressa matam todas as
demoras. Mesmo as que nascem do chão e são belas.
Quem a não ser eu perderia tempo a debruçar-se
sobre o cheiro das ventanias floridas e lentas?"

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