quinta-feira, 29 de abril de 2021

Moral da história

 A história diz-nos que uma pandemia dura, aproximadamente, dois anos. Mas, em 2020, ufanos, confiantes no avanço tecnológico, confiavamos que isto eram favas contadas, com o bicho a ser eliminado num ápice.

Mais de um ano depois, só temos que engolir a deceção e esperar que esta se fique pelos dois anos. E não termos vergonha de nos sentirmos pequenininhos.

terça-feira, 27 de abril de 2021

O gostinho da saúde (blhac)

 Nos idos anos 70 houve uns surtos de cólera por cá. Durante algum tempo, não se falava noutra coisa. A DGS (não sei se nessa altura se chamava assim), recomendava que se juntassem umas gotas de lixivia na água de consumo e até me lembro de um anuncio que passava na rádio que acabava assim "... lembre-se, é o gostinho da saúde". Hoje, o meu pão do pequeno almoço sabia a lixivia. Apeteceu-me pô-lo no lixo. Mas, afinal, era o gostinho da saúde....   

domingo, 25 de abril de 2021

Hoje comemora-se aqui, em Portugal, a revolução dos cravos. A revolução de Abril

 Só quem viveu antes dela sabe como tudo mudou. Mas nos ultimos tempos, têm acontecido tantas coisas estranhas, absurdas, más, que temo que a esperança e a liberdade ganhas naquele dia caiam definitivamente por terra. Como um cravo murcho a cheirar a pó.

sábado, 24 de abril de 2021

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Termas dos Cucos - Torres Vedras

 Inauguradas em 15 de Maio de 1893, estão neste momento desativadas.  Um regalo para os olhos, um aperto no coração. Um património belíssimo, a cair aos poucos.




Espaço exterior, cuidado pela Câmara de Torres Vedras, mas o património edificado a pedir urgentemente novos proprietários.


terça-feira, 20 de abril de 2021

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Castro do Zambujal

 Um dos maiores e mais bem preservados povoados calcolíticos da Península  Ibérica.


Foto: CM Torres Vedras



quinta-feira, 15 de abril de 2021

Crónica de uma família (um tiquinho fora da caixa), em tempo de pandemia

 Um avô fez anos. Como não via uma das filhas desde o Natal, e as cancelas agora já estão abertas (encostadas, vá), rumou com a cara metade até ao Oeste. Antes, compraram um bolo e meia dúzia de telhas que faziam falta para remendar um telhado. Quase a chegar ao trabalho da filha, e cheinhos de pena de não verem a neta que estava nas aulas, recebem um telefonema. E quem era, quem? A própria dessa filha, e a neta, que estavam onde? No Ribatejo à porta do aniversariante, pois então! Isto de querer fazer surpresas, muitas vezes tem que se lhe diga. A filha nem queria acreditar que continuava tão longe dos pais e a neta só que queria mostrar o novo jogo ao avô. Pragmáticos que são, lá combinaram que o melhor era encontrarem-se a meio caminho. Ora, elas a voltar ao Oeste, eles ao Ribatejo.  Decidiram-se por Óbidos. E foi vê-los, na Vila Literária, todos catitas, a neta dentro da "barraquinha" do carro do avô (é um comercial de dois lugares), e os outros de pé, bolo partido com a arma branca que por acaso andava no carro e ainda deu tempo para a neta jogar (á pesca) com o avô. Duas horas depois, despediram-se contentes, com o estômago aconchegado com o pralinê de chocolate e alma cheia. Malta habituada a dançar conforme a música!




  

terça-feira, 13 de abril de 2021

Pra isto, sou mesmo um calhau

 Não gosto de panelas, nem de eletrodomésticos (mas tenho os indispensáveis, claro), nem das usuais traquitanas das cozinhas. Talvez por isso, a minha cozinha pareça cada vez menos uma cozinha. Mas, mesmo tendo apenas o essencial, em dias como o de hoje, até isso me parece um monte de trainecos.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

 Hoje, o meu pai faria noventa anos. Viveu oitenta e nove e penso muitas vezes que não os aproveitou, não os viveu, com a intensidade que devia. Mas depois olho para aquela foto, cada vez mais desbotada, e aquele sorriso diz-me, ou eu quero que me diga, que afinal não é bem assim e que ele viveu como muito bem entendeu, logo, não poderia ser melhor. E eu , sinto-me ainda mais calma e apaziguada.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Pascoas... e Pascoas

 A Pascoa, quando eu era miúda, era sempre um dia especial. Estreava-se roupa nova, na mesa comia-se a melhor galinha, ia-se à missa de manhã e à noite ao bailarico. O pior, era ter de me confessar. Custava-me horrores e nem quero lembrar. 

Mais tarde, já com filhas, aproveitava-mos o fim de semana grande para dar umas voltas. Demos algumas  a Portugal inteiro e até, por vezes, nos esticávamos até Espanha. 

Quando as filhas começaram a ter os seus próprios programas, íamos os dois mas, com os meus pais já velhotes, fazia questão de passar o domingo por aqui.

Quando chegaram as netas, passou a ser um fim de semana de rambóia infanto-sénior.  Ah! E borrego!!!!!!,

As duas ultimas páscoas, sendo diferentes serão sempre aquelas que para sempre ficarão na nossa memória, de tão estranhas que foram. E nem houve borrego. Ia saber a bedum.


sexta-feira, 2 de abril de 2021

Que meiguinho tão bruto!

 Só posso dar a mantinha quente a Black  Mantorras quando já é noite por que se lha dou mais cedo ele come-a. Ontem, depois do jantar, lá fui eu cumprir com todos os rituais: pôr a manta na cama dele, e fazer-lhe festas quando ele se deita logo a seguir. Estava eu neste preparo de cu no ar, quando ele viu ou pensou que viu alguma coisa, levanta o focinho de repente, dá-me uma cacetada com o crânio nos meus dentes da frente e logo de seguida deita-se aos meus pés como que a pedir-me desculpa por quase me partir a cremalheira. Olhei pra ele sem o ver e falei-lhe sem dar por isso, tal era a dor. Ergui-me quando consegui e levei a mão à boca para me certificar se ainda tinha dentes. Tinha. Mas desde ontem, ando com a sensação de que, a qualquer momento me podem cair.