Abri a janela e deitei-me em cima da cama com a brisa fresca da noite a soprar-me os pés.
Lá fora, a entrar-me pela janela dentro, o chinfrim dos ralos a cantar, os gatos a fazerem uma choradeira como se fossem um rancho de carpideiras, as vacas a berrar como se estivessem à porta do matadouro e os cães (os meus e os dos outros) a ladrar com toda a energia para não ficarem atrás dos outros em decibéis. Assim dormi até acordar de manhã cedo com os pés gelados e um silencio reparador. Fui à janela, e, de animais, só vi um cento bem medido de andorinhas mudas e quedas, a equilibrarem-se num fio de eletricidade.
E fui eu fazer barulho. Gosto de começar o dia assim bem cedo.
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