quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Balanço (?)

O Ano Novo trouxe-me novos horários, por isso saí cedo para o passeio matinal com os cães. Abri a porta e era como se o novo ano não quisesse ocupar o seu lugar. O sol ainda estava escondido, o salgueiro, despido pelo ano velho estava a pingar mas sem a chilreada habitual da passarada que nele se empoleira, o orvalho nas teias de aranha luzia como minúsculas perolas cintilantes, as gatas estavam aninhadas na cama e os cães ainda não tinham percebido que já era dia. Voltei a entrar e fechei a porta. Ao ano novo ou ao ano velho. Nem sei. Tinha acabado de ler na minha literatura de sanita, os habituais destaques do que de melhor e pior se passou em 2019 com a malta cor de rosa, pus-me também a fazer um balanço. De repente, o que me veio à cabeça foi que este foi, decididamente, o meu pior ano de sempre. Depois, com calma e mais a frio, lembrei-me que também foi um ano de muitas aprendizagens. Aprendi muito sobre mim e sobre os outros (alguns outros), superei dificuldades várias, fiz o que nunca pensei conseguir fazer e concordo que, efetivamente, o que não nos mata torna-nos mais fortes. Não queria ter mais nenhum ano igual ao que passou, mas sinto-me muito mais preparada para o aguentar se aparecer. Entretanto chegou o sol, relativizei o que de pior me veio à cabeça, agarrei nos cães e brincamos até eu me cansar e ficar com os pés molhados do orvalho. Os anos bons, são em grande parte feitos por nós.
Vamos a isso!  

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