Centro de Portugal e (literalmente) o centro de um horizonte circular onde nós somos efetivamente o centro do mundo. Do mundo fechado daquele circulo.
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Crepúsculo
"Nada é mais dolorosamente calmo do que um crepúsculo de Outono. Os raios empalidecem no ar arrepiado, as arvores envelhecidas deixam cair as folhas. O campo, queimado pelos raios ardentes do Verão, sente aproximar-se a morte com os primeiros ventos frios. E há nos céus, sopros plangentes de desesperança."
Émile Zola em Teresa Raquin
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
Em dia de eleições...
... já depois de votarmos, fomos até ali à Nacional 2. Perto de Vila de rei, fizemos um pequeno desvio até Água Formosa.
Manhã de Verão em Domingo de Outono, refresco de flor de sabugueiro bem fresquinho nesta paisagem maravilhosa, cheiro a esteva no ar, boa companhia e gratidão por tão bons momentos.
Depois do almoço em Vila de Rei (de comer e chorar por mais), uma caminhada pelos Passadiços do Penedo Furado.
Encontro com paisagens como esta a fazer-nos crer que ainda estamos no Verão.
sábado, 5 de outubro de 2019
Estorias da História
Todos os anos, a 5 de outubro, me lembro do entusiasmo com que a minha avó me dizia que o pai dela, meu bisavô, tinha ajudado a rainha D. Amélia a fugir para o exilio através de um "alçapão" que havia na loja que na época ele tinha na Ericeira, e que ia dar ao mar. Não sei se é verdade, mas o modo como a minha avó e os irmãos o diziam, leva-me a crer que há alguma verdade na "estória".
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
Vamos às urnas?
É recorrente escrever por aqui sobre as campanhas
eleitorais. Não porque cada uma seja diferente da outra, mas exatamente pelo
contrário. Em cada campanha, tornou-se vulgar cair na mesmice habitual, que
cansa ver e ouvir e em nada dignifica os candidatos. Quando pensamos que afinal
lá aparece um ou outro que se distingue da maioria ….upssss afinal enganámo-nos. Um período que se queria
de clarificação, de exposição de intenções, torna-se de tal maneira entediante
que damos por nós a desligar tudo o que, por alguma via, nos traga para dentro
da nossa casa o habitual desfile de insultos, lavagem de roupa suja e completa ausência de conteúdo. Na rua, é
até vergonhoso vê-los a representar tão mal como se não tivessem tido ensaios
nas campanhas anteriores.
As próximas, como todas as outras, são eleições importantíssimas
que deviam ser uma exceção em termos de abstenção. Mas temo que, por falta de
mérito dos protagonistas, o público não compareça e se fique pelas vaias ou
pela indiferença.
terça-feira, 1 de outubro de 2019
A "precisar de céu"
Os meus avós, à exceção de um, eram analfabetos. Mas quando
me lembro de tudo o que aprendia com eles, espanta-me que tivessem tanta
sabedoria. A chamada sabedoria popular. Vasta e assertiva. O meu avô materno
era muito conversador e saía-se com dissertações de que ainda hoje me lembro.
Dizia ele quando via alguém de muita idade ou doente que estava a “precisar de
céu”.
Nestes dias, quando entro no hospital e subo àquele piso,
encontro quase sempre tudo na mesma. Macas no corredor com doentes sem saúde,
sem dentes, e sem cabelo. Nas enfermarias o mesmo. E nós, os familiares, também
somos quase sempre os mesmos e já nos conhecemos uns aos
outros. Mas nem nos cumprimentamos. A cortesia não combina com aquele ambiente.
Já sabemos ao que vamos. Alguns, voltam para trás a chorar. Outros, como eu,
avançamos de passos pesados, lágrimas reprimidas e soluços sufocados. Até
chegar ao fim do corredor, faz eco na minha cabeça o que o meu avô dizia “A precisar de céu… a precisar de céu … a precisar de
céu
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