Ontem, no estacionamento de uma superfície comercial, enquanto arrumava as compras, chegou-se perto um homem que de imediato percebi o que queria. Que lhe desse qualquer coisinha. Pediu baixinho, como quem está com medo de ouvir um raspanete. Eu, envergonhada (?)não olhei para ele e continuei a arrumar. Ele, já mais afoito, chegou mais perto e pediu que lhe desse pelo menos para um pão. Não resisti e olhei para ele. Queria ver com que cara ele pedia. Continuava a pedir a medo. Ainda a olhar para ele, pensei que talvez fosse mesmo para o pão. Porque não? O homem podia estar desempregado. Por não encontrar emprego, por estar doente, ou por mil outras razões. Também podia estar a pedir para um qualquer vicio, vá-se lá saber. Fui à carteira, e dei-lhe algum dinheiro. Pouco. Mas o suficiente para um pão. Nem um animal eu consigo ver com fome. Talvez a seguir ele me tenha chamado parva, rido e corrido a enganar outro. Mas a mim, aquietou-me, saber que se quisesse, podia aconchegar o estômago.
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