A história da literatura e das artes em geral, é rica em personagens "loucas", figuras que muitas vezes despertam em nós alguma ternura e que preferimos chamar de sonhadoras. Até porque de "loucos, todos temos um pouco" e loucura tem muito que se lhe diga. Sonhadores também somos todos e eu, talvez um pouco louca, sonho a dormir e também acordada.
Hoje sonhei que estava a ouvir o meu avô a tirar água do poço. Ouvi o gemer da picota, e a água a cair na pedra grande onde a minha avó lavava a roupa. Sonho como tantos, que eu nisto de sonhar não sou parca. Mas não é que era capaz de jurar que estava acordada?
Levantei-me e fui até à rua apanhar o ar fresco do nascer do dia. Fui recebida pelo canário Benjamim, que me presenteou com um límpido e afinado trinado, como se Vivaldi me envolvesse por uma doce melodia de uma primavera tardia.
Fechei os olhos e deixei-me levar pela musica até algumas das minhas loucuras.
Sorri! Louca, ou sonhadora.
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