Várias pessoas, andam a fingir que são refugiados e a fazer uma seleção de objetos que levariam numa mochila numa hipotética fuga. A intenção é, obviamente das melhores. Vale, como uma chamada de atenção. Não mais do que isso.
Os refugiados não fingem. Fogem a sério. Da morte certa, do medo, da incerteza, de tudo o que os atormenta.
Também eu já fugi. Por motivos ridiculamente insignificantes, se comparados com os deles. Mas também fui "obrigada" a fugir dos sítios e das pessoas que tinham a obrigação de me proteger, mimar, ser importantes pra mim e que naquele momento, mais não eram do que uma ameaça, uma tortura. E fugi sem mochila. Sem nada. Não saí do meu país nem atravessei fronteiras terrestres. Apenas aquela que separava o meu mundo do outro mundo.
E de uma coisa tenho a certeza: eles, tal como eu, mesmo que não tragam mochila, vêm carregadinhos de esperança. E com uma vontade firme de nunca olhar pra trás.
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