sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O que foi e o que é

O dia de todos os santos, agora, já não vai ter água-pé, nem as broas da O., nem o pão por deus todo misturado num saco de pano, nem comer e beber até não conseguir mais.
Mas vai ter broas da minha filha M., que, sabe-se lá porquê, tem mão para a cozinha.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Quando a mulher complexa que há em mim toma posse...

... fico praqui a remoer, sobre a impossibilidade absoluta de me entender com pessoas com as quais eu deveria ter especial empatia.
Não sou de guardar rancores (ou sou e nem me dou conta?) e pensei que quando me mudei há uns anos, estava preparada e com maturidade suficiente para relevar estupidez e ignorâncias antigas.
E agora, já nem sei se a complexa sou eu ou os outros e aqui fico neste dilema que muitas vezes me tira a tranquilidade.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

...

Este fim de semana, muito de falou (e agiu), sobre os gémeos que saíram de casa sozinhos.
Não conheço os pais, nunca os vi ou ouvi, mesmo na comunicação social, mas pareceu-me que houve tannnnnnta incompreensão por parte das autoridades sobre o que é ter dois pares de gémeos.
E pensei nas minhas com três anos.
E arrepiei-me.
Podia ter-me acontecido a mim.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dualidades

A propósito da crise política, social e económica que está instalada, a mulher prática que há em mim, diz-me que não me preocupe, que é mesmo assim, aqui e em todo o lado, que passa ou nos vamos habituar e pronto!
A outra, a complexa, que também cá mora de vez em quando, diz-me coisas horríveis que nem quero transcrever.
Ah! E a primeira diz-me que não ligue à outra.

O primo da América

Por estes dias, esteve cá um familiar que há muito saiu de Portugal. Depois de ter passado por alguns países da europa, está há muitos anos nos Estados Unidos.
Num dos nossos passeios pelas redondezas, achei graça ao entusiasmo com que ele mirou e fotografou uma picota.
Depois disso, falamos sobre objetos e palavras usados no tempo em que ele morava cá e que já não se usam. Mesmo em meios rurais como este.
Quem são os miúdos que sabem o que é uma picota, um cabaço, um almude, um malhal, uma terrôa, uma albarda, uma celha, uma candeia...?
Os costumes e a linguagem, nas ultimas décadas têm mudado a uma velocidade alucinante.
Isso e o tempo. Os dias ainda têm vinte e quatro horas?

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Uma gaja nunca deve aventurar-se em areas que não domina

Sem aquecimento, sem uns minutos de meditação, peguei na enxada.
Já tinha projetado tudo há uns dias e pus mãos à obra. O raio do projeto, incluía, para alem da pesada ferramenta, um montão de pedras.
Gata Mimi deu uma força e quem passava incentivava.
Consegui acabar antes da uma da tarde, como planeado.
Cheguei a casa e fui beber um copo de água, mas levantei-o com alguma dificuldade.
Arrastei-me até à casa de banho e tomei um duche frio que me deu alguma energia.
Almocei e.... entrei em c-o-m-a!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dormi (!) com dores em todo o corpo (até nas unhas) e acordei toda dorida e sem me conseguir mexer.
E é isto!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Engolem-se sapos, frangos....

Hoje, o meu almoço foi...frango assasado!
Não quis dizer que não gostava e engoli.
A companhia era boa, a conversa também, o vinho ajudava...
O resto da tarde superou todos os amargos de boca e eu não morri e aqui estou para contar a historia.
Vai um diospiro??????

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Diospiros (ou dióspiros?)

Vêm com o fim do verão, com a chuva e com as romãs.
São deliciosos, mas para muitos, são tão bons como para mim o café, o frango assado ou as sardinhas.
São ainda, responsáveis por mais numas gramas no meu peso, os malandros.
 
           

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Adoro ver os nossos politicos "encavacados"

"Em 2009 António Costa defendia que o partido que ganhasse as eleições é que deveria formar governo"

sábado, 10 de outubro de 2015

A hora do lobo

Quando o dia já não é dia, e a noite ainda não é noite.
É a hora da nostalgia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Praga, Vivaldi e a vida. O que raio tem isto em comum?

Há alguns anos por esta altura, estava em Praga.
Por cá era fim de verão e lá também. Mas para nós, europeus do sul, era inverno rigoroso. Temperaturas baixas, aquecedores de rua ligados e chuva gelada.
Quando compôs As quatro Estações (ainda tenho o disco em vinil), Vivaldi conseguiu colocar em musica, genialmente, todas as diferenças entre as estações do ano, de um modo tão harmonioso, que se fecharmos os olhos e ouvirmos com atenção, somos levados pela musica, exatamente até cada estação.
Foi o que fiz há uns dias. Fechei os olhos e deixei-me levar.
Na primavera, fui até ao Alentejo de antigamente, aquela mistura do azul forte do céu, do verde ondulante das searas de trigo salpicadas de papoilas, maias e outras flores. Com borboletas de todas as cores e ninhadas de coelhos, bem ali ao alcance da nossa vista.
No verão, aqui bem perto, ainda na minha infância, as ceifas, o cantar das cigarras, as vindimas, o cheiro a calor  e a mosto.
Mas o outono, esse levou-me a Praga. Num passeio no rio, as arvores como aureolas, num colorido em degradè amarelo, laranja vermelho e castanho. A Ponte Carlos pejada de turistas e artistas, a Praça Venceslau cheia de gente agasalhada com o vapor da respiração a misturar-se, a musica clássica nas igrejas...
Já o inverno, trouxe-me pra casa. Lareira acesa, pijama e pantufas, um bom livro, chá quente e boa musica. Tudo ao mesmo tempo ou não.
Será que quando compôs a obra, Vivaldi quis apenas diferenciar as quatro estações do ano, ou também as várias fazes da nossa vida?
Bem, eu até gosto do outono...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O sol de domingo

Quando eu era pequena, o domingo era um dia muito diferente dos outros dias da semana.
Vestia-se a melhor roupa, ia-se à missa ( para muitas pessoas era o único dia da semana em que tomavam banho), o almoço era melhorado, ouviam-se os relatos de futebol na rádio toda a tarde, e tinha uma particularidade: o sol era diferente do dos outros dias. Para mim, claro.
Agora os domingos não são assim tão diferentes e mesmo que esteja a chover e seja dia de eleições e a malta vá votar com a sensação de que põe o voto numa urna sem fundo com ligação direta ao contentor do lixo mais próximo, ainda assim, a luz é diferente.
Há coisas que nunca mudam.
Pra mim, claro.

O xis a cruz

Diz a minha Papoila mais crescida, que o  X é um xis e uma cruz.
 E não é que a miúda tem razão?
Afinal, este domingo foram feitos muitos Xs que nos vão trazer uma grande, grande e pesada cruz.
Ai vão, vão.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Tudo cheio

Quando as minhas filhas eram pequenas, todos os dias inventava uma historia para lhes contar na hora de dormir (que pena não ter escrito algumas delas). O combinado,  era elas darem o nome da historia e eu depois cria-la a partir daí.
Mas na hora de dormir, nem sempre aparece o sono e a história muitas vezes era curta e elas queriam mais conversa para me reterem por mais um bocadinho.
Então, vinham as perguntas:
-Mãeeeeeee!
-Sim (respondia eu já cheia de sono)
-Gostas de mimmmmmmm?
-Sim
Muitoooooooo?
-Sim
-Tudooooooooo?
-Sim
-Tudo cheiooooooooo?
-Sim
" Tudo cheio". Que modo tão simples para dizer tanto.
Ainda hoje gosto tanto de lhes dizer que gosto delas tudo cheio!