quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Visita ao passado

Ontem, a pedido de um familiar muito querido, passei a tarde a vasculhar as centenas (milhares, talvez) de fotos antigas, para colocar algumas em formato digital e poder mandar-lhas.
Como que transpondo o espelho de Alice, entrei num mundo que estava bem guardado, cheio de relíquias, de pessoas, de coisas e de animais muito queridos, pedaços quase vivos da minha vida.
Ali estava a minha avó, a olhar para mim, a rir. A minha querida avó!
Os meus pais, mais novos. Tiranos, mas já perdoados.
As minhas filhas pequeninas. Tão minhas!
Os animais que já tive e tanto me deram.....
Lugares agora diferentes...
Não gostava de voltar ao passado, mas gostava que as pessoas do meu passado regressassem.
E senti uma saudade...uma coisa entre a saudade e a dor. E desatei num pranto de carpideira, felizmente sem que alguém desse por isso.
Neste misto de sentimentos, achei-me tonta. Afinal todas aquelas fotos são retratos de momentos bons. Muitos deles mesmo muito bons.
Feita a seleção que pretendia, e já do lado de cá do espelho, fechei as gavetas, e prometi a mim mesma que quando as lá colocasse outra vez, o faria tão rápida, suave e silenciosamente quanto conseguisse.
Não quero melindrar aquele passado.
Nem a mim!

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