sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Saudosismos

Não costumo ser saudosista, não gosto de pensar no que passou e sou ainda ingénua, ao ponto de pensar, meio século passado, que a vida ainda tem muitas coisas boas reservadas para mim.
Não tenho saudades da minha infância e se me fosse dada a possibilidade de voltar a ser criança, eu recusava, seguramente.
Mas tenho saudades, e muitas, de pessoas que povoaram o meu passado e já não fazem parte do meu presente.
Nesta época, lembro particularmente o meu primo Z.M.
Por estes dias já tínhamos ido apanhar o musgo efeito o presépio. Na minha casa ou na dele, os nossos presépios eram sempre partilhados.
Depois de umas birras da minha parte e alguns amuos da parte dele, sempre acabava tudo em bem e era com verdadeiro orgulho que apresentávamos a nossa obra aos adultos.
Nunca nos esquecíamos de colocar um pratinho para as esmolas ao menino Jesus, que acabavam sempre numa das várias mercearias da aldeia, em troco de alguns rebuçados de meio tostão.
Há outras pessoas, das que já se foram, que me fazem falta. Mas nesta época, nenhum dos que já foram me fazem tanta falta como ele.

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