terça-feira, 23 de setembro de 2025

Um simples lava loiça

 Durante dois dias, tive o meu lava loiça inoperacional. E descobri que, afinal, um objeto a que nunca tinha dado importância relevante, faz-me falta pra tudo. Ou quase, vá! Foram dois dias aborrecidos , mas reveladores da falta que por mais insignificantes que sejam, se perdemos algumas das nossas "comodidades" ficamos ficamos angustiados.

E quem lava a loiça na rua? E quem não tem loiça? E pior, quem não tem comida?  Que se lixe a porcaria do lava loiça. Afinal, não me faltou nada.

sábado, 20 de setembro de 2025

E é no mê Alentejo, pois claro!

 Há uns dias fomos ao Fluviário de Mora, lugar há muito na nossa lista de prioridades. Mas fomos protelando, o calor desanima-me, mas agora lá fomos. E não é que o Fluviário não tem só peixinhos?Pois não! É que tem muito mais. Primeiro, tem um espaço envolvente muito agradável. Depois tem restaurante e tudo. Mais ainda, tem logo ali uma praia fluvial ( Açude do Gameiro, Ribeira da Raia), pra quem gosta, tudo no parque Ecológico do Gameiro, com passadiços ao longo da Ribeira. É verdade que há por aí passadiços a mais (porque não uns carreirinhos?), mas estes valem a pena. 


sábado, 13 de setembro de 2025

Sou eu que sou totó...

 .... ou é verdade que André Ventura, além de concorrer em TODOS os municípios para as autárquicas ( está em todos cartazes do Chega), agora ainda vai candidatar-se também a Belem? Cheira-me que, nas próximas legislativas ainda o vamos voltar a ver como cabeça de cartaz do seu partido. Pela primeira vez na história (do mundo), vamos ter Ventura como presidente de câmara, da republica e primeiro ministro. Bibóbentura, carago!!!!

domingo, 7 de setembro de 2025

Setembro

 A areia ainda molhada da chuva da madrugada, as dunas a cheirarem a mato da praia e o mar de um azul intenso. Tudo, quase só pra nós. O almoço (uma caca, sorry). Valeu a sobremesa, camarinhas lavadas pela chuva e que me souberam tão bem, apanhadas sob o olhar atento e desconfiado de um esquilo. Valeu. Adoro Setembro!

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

sábado, 23 de agosto de 2025

O retrato da morte

 Há uns dias, enchi-me de coragem e abri outra vez a porta (de parte) da casa dos meus avós maternos. O que resta dela. Empurrei a porta, mas o telhado caiu e o entulho dificulta a tarefa. Ainda assim, empurrei com força e, mesmo sem entrar, vi toda a "casa do forno" da minha avó. Por instantes, vi o lavatório de ferro, a bacia verde e o sabão azul e branco. Logo ao lado, a vassoura de urze ou de milho painço. Atrás da porta, o saco com a farinha que o Laronha tinha trazido à quarta feita. Logo ao lado, a Cantareira com os cântaros de água das Frazoas que a minha avó, qual equilibrista, tinha trazido à cabeça por cerca de um quilómetro. Ao lado da cantareira, a arca pequena do pão pintada de verde e que servia de banco. Por cima da arca, pendurada ne parede, uma prateleira também pintada de verde com uns suportes em ferro que eu não me cansava de admirar. Achava-os lindos. Em frende à porta, o armário, de côr indefinida, onde entre outras coisas, descansava a terrina branca, sem tampa, onde a avó tinha sempre o fermento para a próxima cozedura. E ao lado, a pequena mesa, baixinha, com duas cadeiras igualmente pequenas e baixas como se fossem mobília de anões. Mas em destaque, imponente e sempre utilitária, a lareira com a fornalha. Com as brasas sempre acesas, de uma refeição à outra. Bem aconchegada, sempre ali a jeito, a cafeteira do café. Na parede, a candeia. E pendurada no suporte de madeira centenária, a saca de serapilheira, dobrada em forma de capuz que o avô usava a substituir o chapéu de chuva. A avó não se sentava à mesa, comia sentada na lareira, encostada ao suporte de madeira. O Avô comia depressa, sem conversas, com pressa de ir pra cama descansar da dura azáfama, e eu, já arrependida de não ter ido pra casa, ficava ali, a vê-los adormecer sentados. As telhas negras do fumo entristeciam-me. Tudo ali me entristecia. Não era feliz aqui. Mas é parte da minha história. Das minhas pessoas. De mim. E agora, sem telhado, tudo despido de coisas e de vida, aquele espaço é, apenas, o retrato da morte.

Armei-me em forte e ainda fui tentar abrir o portão do pátio. Consegui e lá estava ele, tão morto como o resto. O curral da burra, tem a porta "fechada" por mato. O galinheiro, é agora um gatil de felinos desgraçados sem outro teto e que fugiram, admirados de me verem entrar. Os seixos, antes tapados com bosta das galinhas, estão agora à mostra, entre o mato, como ossos descarnados da minha infância. 

O resto da casa está igualmente morto, mas fechado à chave.