Por circunstâncias que não me agradaram nada, fui forçada a alterar a rota de passeios com os meus cães. E se para eles é sempre bom andar por sítios novos, para mim também tem sido muito agradável apreciar outras plantas e animais.
Todos os dias há um casal de patos bravos a voar em círculos sobre nós, como se nos estivessem a dar as boas vindas e um pica pau barulhento que não deixa de trabalhar, numa cadência igual à da corrida dos cães, que o ouvem e andam loucos à procura sem nunca darem com ele.
Tem sido assim todos os dias e eu estou a gostar destas rotinas. E destas companhias novas.
Se a memória não me engana, também o cuco deve estar a aparecer.
É a roda da vida. Gosto disto.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
"O meu pé de feijão vai chegar às nuvens, avó?"
Num dos dias em que esteve aqui de férias, Papoila foi comigo às compras à A., a nossa vendedora ambulante de frutas e legumes. Comprei um saco de feijão, e ainda antes de entrarmos em casa já ela me estava a dizer "Fazes-me um pé de feijão, avó?". Não percebi logo, mas rapidamente me lembrei da história e devo até ter sorrido, já que achei engraçado ela saber essa história.
Disse-lhe que sim e fomos as duas tratar do assunto: uma pequena caixa, algum algodão, água e em vez de um, três feijões.
E nos dias em que ainda cá esteve, as duas regávamos os feijões.
Depois que ela foi, confesso, esqueci-me dos feijões e só uma semana depois os fui espreitar.
E encontrei isto:
Quando lhe mandei foto, a dar conta do crescimento dos pés de feijão, ela perguntou-me: o meu pé de feijão vai chegar às nuvens, avó?
Não estava à espera desta pergunta. Lá lhe respondi que não sabia, que logo se via.
Poderei não conseguir alimentar a magia da minha neta, mas vou, de certeza, prometo, fazer de tudo para que estes feijões cresçam e deles nasçam outros feijões, para que ela saiba que eles não nascem nas prateleiras dos supermercados ou na carrinha da A.
Promessa de avó!
Disse-lhe que sim e fomos as duas tratar do assunto: uma pequena caixa, algum algodão, água e em vez de um, três feijões.
E nos dias em que ainda cá esteve, as duas regávamos os feijões.
Depois que ela foi, confesso, esqueci-me dos feijões e só uma semana depois os fui espreitar.
E encontrei isto:
Quando lhe mandei foto, a dar conta do crescimento dos pés de feijão, ela perguntou-me: o meu pé de feijão vai chegar às nuvens, avó?
Não estava à espera desta pergunta. Lá lhe respondi que não sabia, que logo se via.
Poderei não conseguir alimentar a magia da minha neta, mas vou, de certeza, prometo, fazer de tudo para que estes feijões cresçam e deles nasçam outros feijões, para que ela saiba que eles não nascem nas prateleiras dos supermercados ou na carrinha da A.
Promessa de avó!
terça-feira, 25 de abril de 2017
Deve ser do vento suão
Era capaz de jurar que hoje de manhã quando abri a janela, não me cheirou a merda.
Cheirou às rosas da C.
Ou então já me habituei. Uma pessoa habitua-se a tudo........
Cheirou às rosas da C.
Ou então já me habituei. Uma pessoa habitua-se a tudo........
domingo, 23 de abril de 2017
A nossa praia
Este fim de semana fui à praia. Nada de especial. Mas para quem tem duas filhas, há uma diferença abismal entre ir à praia e ter ido à praia quando elas eram pequenas. Foi precisamente disso que me lembrei ontem.
Lembrei-me de, quando elas eram pequenas, e íamos com amigos a uma praia quase deserta.
Quando se tem um trabalho tão absorvente como eu tinha, qualquer programa de fim de semana era bem vindo. E se fossem os outros a decidir por nós, melhor ainda. Menos uma coisa em que pensar. E lá íamos, vários, como uma tribo, para o nosso acampamento. Tinhamos praia, rio, e campo. Muitas vezes, os carros tinham dificuldade por causa da areia e lá íamos todos empurrar. Era festa por qualquer motivo. Faziamos o almoço, as crianças brincavam no rio e por ali passávamos o dia como uma tribo que ali pertencia. Saiamos da praia à hora que nos apetecesse e jantávamos em casa do J., um dos membros da tribo que morava ali perto. Sem regras rígidas, as crianças não comiam sopa ao jantar o pra elas era uma festa. À noite íamos ao Murmúrio,um bar noutra praia, como se fossemos a casa da avó e a criançada ficava eufórica por ter um programa de adultos.
De volta pra casa, e já com algum sono dormido e o corpo cansado de tanta brincadeira, a logística dos banhos, já tarde e ensonadas, não era fácil. No dia seguinte, era limpar o carro de areia e outras lembranças do dia anterior.
Agora, uma ida à praia é bem mais tranquila, mas tenho saudades.
Já não há tribo. Cada um foi pra seu lado. Já não há Murmúrio. Deve ter fechado há muito.
Espero que, para as minhas filhas, estas sejam umas lembranças tão boas como pra mim.
Lembrei-me de, quando elas eram pequenas, e íamos com amigos a uma praia quase deserta.
Quando se tem um trabalho tão absorvente como eu tinha, qualquer programa de fim de semana era bem vindo. E se fossem os outros a decidir por nós, melhor ainda. Menos uma coisa em que pensar. E lá íamos, vários, como uma tribo, para o nosso acampamento. Tinhamos praia, rio, e campo. Muitas vezes, os carros tinham dificuldade por causa da areia e lá íamos todos empurrar. Era festa por qualquer motivo. Faziamos o almoço, as crianças brincavam no rio e por ali passávamos o dia como uma tribo que ali pertencia. Saiamos da praia à hora que nos apetecesse e jantávamos em casa do J., um dos membros da tribo que morava ali perto. Sem regras rígidas, as crianças não comiam sopa ao jantar o pra elas era uma festa. À noite íamos ao Murmúrio,um bar noutra praia, como se fossemos a casa da avó e a criançada ficava eufórica por ter um programa de adultos.
De volta pra casa, e já com algum sono dormido e o corpo cansado de tanta brincadeira, a logística dos banhos, já tarde e ensonadas, não era fácil. No dia seguinte, era limpar o carro de areia e outras lembranças do dia anterior.
Agora, uma ida à praia é bem mais tranquila, mas tenho saudades.
Já não há tribo. Cada um foi pra seu lado. Já não há Murmúrio. Deve ter fechado há muito.
Espero que, para as minhas filhas, estas sejam umas lembranças tão boas como pra mim.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
O tudo e o nada
Que a minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.Clarice Lispector
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.Clarice Lispector
sexta-feira, 14 de abril de 2017
quinta-feira, 13 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
segunda-feira, 10 de abril de 2017
sexta-feira, 7 de abril de 2017
E o que me tem apetecido um cigarro????????
Há mais de quinze anos que isto não me acontecia. Tenho resistido. Mas, garanto, se eu morrer antes dos cem, serei o primeiro fantasma a atormentar todos os "desmancha-prazeres" que por cá ainda andarem.
Anda uma pessoa a cuidar da saúde.......
Anda uma pessoa a cuidar da saúde.......
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Ai tanta falta de sono dormido!!!!!!
Como diria o Sr. Ministro, ando com um grande "deficit" de sono dormido, o que , de vez em quando, me faz estatelar no sofá, ligar a televisão e assim ficar à mercê dos programas da tarde, enquanto não chego aos braços de Morfeu. Dia destes, liguei o RTP Memória e rapidamente entrei no tempo em que Ruy de Carvalho e Glória de Matos eram jovens e lindos, se fumava sem culpa, se bebia sem culpa, se apanhava sol sem culpa, se andava de carro sem cinto de segurança....
Sem saber como, dei por mim de biquíni às bolinhas e turbante verde, na Foz do Arelho, besuntada de óleo de côco a comer uma bolacha americana.
...... quando acordei, apeteceu-me um gin!
Sem saber como, dei por mim de biquíni às bolinhas e turbante verde, na Foz do Arelho, besuntada de óleo de côco a comer uma bolacha americana.
...... quando acordei, apeteceu-me um gin!
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Para marcar uma consulta aberta para um familiar (consulta aberta é aquela que se marca no próprio dia)
Levantei-me às cinco da manhã. Às cinco e quarenta estava à porta do Centro de Saúde(?). Boa, fui a primeira. Ajustei o banco de modo a ficar confortável nas próximas horas e, quem sabe, dormir mais um pouco. Fechei os olhos e quando os abri já começava a ficar dia. Os cães acordaram. Os pássaros também. Continuava sozinha. E assim fiquei até às sete. Comecei a ficar desconfortável e com frio. A bexiga a encher. A revolta a crescer. Chegaram as oito horas. Está quase, pensei. Engano. Afinal naquele dia só abria às nove. Mais uma hora. Quando abriram a porta fiquei aliviada e perguntei onde era a casa de banho. A "piquena" não sabia bem onde era, o que me surpreendeu. Quando a encontrei, aí sim, aliviei. Mais um engano. Só aliviei a bexiga. Afinal só conseguia a consulta para o meio dia. Menos mal, pensei eu já resignada.. Ao meio dia lá estávamos.........
..........e só de lá saímos às duas da tarde!
E pensar que há quem nem isto tenha!
..........e só de lá saímos às duas da tarde!
E pensar que há quem nem isto tenha!
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