Coisas do demo

Há quem pense que eu sou magra porque passo fome. Pura mentira. A verdade é que, para alem da genética, também a minha apetência por alimentos pouco "engordantes" me vai mantendo sem grandes oscilações de peso.
Mas curiosa e ciosa da minha saúde, cá me vou informando de como a conseguir (ou manter) através dos alimentos. E sei, que lacticínios, glúten e açúcar são os três principais inimigos das nossas células. Eh pá, mas passar sem o meu pãozinho, um queijinho de vez em quando e sem doces, mesmo sem fundamentalismos, é coisa do demo e para eu refletir (já indignada) e achar que (quase) tudo o que é bom nos faz mal.
Ora porra! querem ver que eu não acredito em deus e começo a acreditar no diabo????

Viva os Caretos!!!!!!!!!!!!

Sem querer, absolutamente por acaso, fui "aterrar" num desfile de carnaval. Um desfile infantil. Com as crianças de todo o concelho. E dei por mim a pensar por que raio o Mickey, coitado, tinha de andar a dançar ao som de musica brasileira? É que parece que só há carnaval no brasil. Mas não há musicas infantis adequadas ao carnaval dos mais pequenos?. Já bastam as "escolas de samba" de portuguesas seminuas e roxas de meter dó a desfilar como se estivessem na Sapucaí. Bem fazem os transmontanos que ainda mantêm as tradições seculares.
Ah!!!!!!! É para ser ridículo! Pois...carnaval é isso mesmo.

(im)Perfeição

Em dias bonitos como os dos últimos dias, parece que nada de mal pode estar a acontecer. Que tudo é perfeito e que não há males no mundo. Nem doenças, nem miséria, pessoas infelizes por qualquer motivo, armas nucleares e biológicas, nem Donald Trump é presidente dos Estados Unidos.....
Estes dias deixam-nos predispostos para coisas boas, generosos, compreensivos, tolerantes, alegres e com vontade de mudar o mundo.
Como não tenho o poder de mudar o que está mal no mundo, vou, egoisticamente, aproveitando os meus dias e agradecendo à vida por me dar oportunidade de muitos desses males me passarem ao lado.
Por isso, gosto de sentir o sol na pele, de pisar a marcela para lhe sentir o cheiro, andar por matos até me cansar, ler até me doerem os olhos, disponibilizar-me para as minhas pessoas e animais, fazer planos, mudanças, ir sem destino, aproveitar a energia que se irá quando o sol aquecer mais.
Enfim, aperfeiçoar o que já é perfeito.

Do céu!

Papoila mais crescida, eu já sabia, é sensível, intuitiva e emotiva.
Mas o que dizer de uma menina de quatro anos que chora ao ouvir uma musica de que gostou muito mas que nunca tinha ouvido? É de arrepiar!
Foi o que aconteceu hoje, quando ela ouviu Salvador Sobral na primeira eliminatória do festival da canção.

Recomeços

Hoje o dia acordou com outro cheiro. Com cheiro de fim de inverno.
O Benjamim já canta outra vez, as gatas ficam horas ao sol, os cães correm atrás dos pássaros no vale salpicado de malmequeres e na acácia da M. pousam borboletas, como pousam na minha cabeça lembranças boas.
Ainda vai chover e fazer frio antes da primavera, mas estes dias amenos, lembram-nos que a vida é assim. Feita de ciclos.

Never mind, girl!

Poderia dizer, e nem seria de todo mentira, que ainda me sinto aquela miúda que gosta de ouvir o Fausto, de ler, de viajar, de andar nua na praia, de rir com os dentes todos, de dormir muito, de feijão com couves, que ainda pesa cinquenta quilos.....
Mas a verdade é que, ainda assim, eu já tenho mais de cinquenta anos. E tenho medo do ridículo. De ficar uma velha ridícula.
Principalmente na hora de comprar roupa.
De vesti-la........

Antiguidades (atualidades)

Poemas que podiam ter sido escritos ontem

"É bonito
Usar da palavra na luta de classes
Clamar alto e bom som pela luta das massas
Pisar os opressores libertar os oprimidos
...............
Pela glória, quem não faria grandes coisas?
................
Bertolt Brecht




"A vida é um hospital
Onde quase tudo falta
Por isso ninguém se cura
E morrer é que é ter alta
................."
Fernando Pessoa




"Tu, que tanto prometeste
enquanto nada podias
hoje que podes, esqueceste
tudo quanto prometias
.................."
Antonio Aleixo


Ah poetas!

Coincidencias

Escrevi o post anterior depois de ficar indignada com a atitude de uma senhora (perto de mim é uma miúda) a ter com a filha quando esta chegou acompanhada de amigas, todas à gargalhada, como é normal em crianças e devia ser também normal em adultos, repreendendo-a por tanta alegria, exatamente a mesma atitude que a minha mãe tinha comigo quando eu era criança. Conheço a mãe de vista e efetivamente não costumo vê-la de cara alegre. Mas não é que ontem, curiosa coincidência, a vi acompanhada de amigas todas bem dispostas, sem a filha e, mais curioso ainda, a gargalhar como se não houvesse amanhã?
Exatamente como a minha fazia!
Porquê duas medidas?

Muito riso (pouco siso ?)

Quando era criança, apanhava grandes chapadas por tudo e por nada. Um dos motivos, era quando me atrevia a ser uma criança normal e sair da escola em grande algazarra a rir bem alto. Era raro. Mas a minha mãe, ainda assim adivinhava-o e vai disto.  Dizia ela que muito riso era pouco siso e que menina "como deve de ser" não ria alto.
Mas isto foi há mais de quarenta anos. Nem Salazar ainda tinha caído da cadeira.
Mas para surpresa minha, ainda há quem pense assim. Há por aí muita gente que quer mostrar que tem juízo e por isso nunca mostra os dentes.
Pois eu, pra sempre hei de ser uma desmiolada.

Capicua

"Numero que se lê igualmente da direita para a esquerda e vice versa e ao qual se atribui boa sorte"
Que assim seja!

Desquê?????????

Parece que há por aí, em alguns países ditos civilizados, simpatizantes de um movimento chamado "desprogressistas". Pessoas que concluíram que o avanço  avassalador do progresso, extermina a longo(?) prazo a espécie humana e defendem um regresso à vida mais sustentável e integrada com a natureza.
Mas isso é uma coisa, outra coisa é regredirmos em inteligência e acharmos normal que um país como os Estados Unidos (ou outro qualquer, mas uso este exemplo porque é claramente uma marcha atrás), eleja um presidente como Donal Trump.
O que não parecia possível aconteceu e eu estou cá com uma descrença.........

De mim, pra mim

Quando criamos um blog, cada um tem uma motivação. A minha, nunca foi, de todo, escrever para os outros, expor-me, criar um personagem ou coisa parecida. Para mim, este espaço é como um diário. Mas um diário sem chave. Onde quem quer pode vir, ler, mas que será sempre um sitio meu onde falo comigo, penso para mim, e onde eu gosto de voltar cada vez que me apetece para reler, escrever de novo e muitas vezes ficar espantada com o que já escrevi, porque entretanto deixou de fazer sentido ou então nunca teve o sentido que eu inicialmente quis dar. Muitas vezes, logo após publicar, releio e penso que não era nada daquilo que eu queria escrever. O que tinha na cabeça era outra coisa e saiu completamente diferente. Hoje, como em outros dias, tenho coisas para me dizer. E dizermos coisas a nós próprios não é nada fácil. É tudo preto no branco, sem máscara, mentiras ou omissões. Hoje tenho para me dizer que queria muito ser perfeita. Tambem queria saber o que é uma pessoa perfeita. Não sei mas suponho que seja uma pessoa a que as outras pessoas chamam boazinha, perfeitinha, fofinha, muito inha, que faz tudo bem e nunca erra. Mas não consigo ser isso. Ou porque o mundo não é só meu e tenho de me submeter ao girar da tômbola, ou porque sou tão imperfeita, permeável e frágil, que deixo outros mundos colidirem com o meu e causar danos que eu muitas vezes resolvo da pior maneira. Queria ser mais tolerável. Com os outros e comigo. Queria entender pessoas e coisas que não consigo descodificar, queria ser justa comigo e com os outros. Sou uma péssima juíza de mim mesma. Demasiado metódica, rigorosa e exigente e quando o não sou castigo-me com severidade. Queria mudar isto. Não sei se consigo mas dizem que só os estúpidos não mudam……