Pesadelo

Não sou pessoa de ter pesadelos e tenho uma ótima relação com o sono.
Os meus sonhos costumam ser tão bons que até costumo dizer que são como filmes cor de rosa.
Mas esta noite foi dia de sonho mau. Muito mau. Aterrador.
Sonhei que tinha morrido, e que passados alguns anos, voltei ao meu lugar.
A minha casa, alva, salpicada de amarelo, estava sem cor definida, parda, suja. As janelas e portas, partidas e acinzentadas, estavam meio entreabertas como se estivessem à minha espera.
Antes de entrar, vi os esqueletos dos meus animais, amigos fieis de todas as horas, nos sítios onde habitualmente estão agora. As minhas plantas, tinham simplesmente desaparecido e em seu lugar havia ervas daninhas, também elas já secas. A Glicínia, já com um porte considerável, dava flores pretas que se curvavam à minha passagem. Só a Ipomeia, resistente, tinha sobrevivido e cobria tudo desde o sitio onde está agora, até entrar por baixo de portas e janelas e conviver lá dentro com ratazanas e aranhas gigantes. As fotos das "minhas pessoas", mais não eram do que manchas amarelas e disformes em molduras velhas de vidros partidos. Dos meus livros, só restavam as lombadas. O resto já traças e outros roedores tinham destruído. O meu sofá, este onde estou neste momento, era albergue de ratos, baratas e aranhas. E tudo era tão medonho como num filme de terror. Mas tão real.
Quis fugir. Mas as pernas não respondiam e os meus dois braços eram poucos para afastar as teias grossas e cheias de pó que me roçavam na cara e no corpo.
Queria tanto sair daquela casa. A casa de que tanto gosto e que tanto sacrifício, trabalho, perseverança me custou.
Nesta aflição, acordei.
E chorei.
E não foi pelo pesadelo em si. Foi porque acordada, tudo se me afigurou ainda mais real. E tive a certeza de que quando eu efetivamente morrer, o mais provável é que tudo isto seja verdadeiro.
As coisas de gostamos, só têm valor para nós. Para os outros não valem nada.
Para quem aqui vier e se der ao trabalho de ler, isto interessa tanto como o traque que acabei de soltar (ainda estou viva mas mais parece que já estou em decomposição).
Mas ainda estou impressionada e apeteceu-me escrever isto. Se não morrer entretanto, talvez daqui a uns anos aqui venha reler esta tristeza.

A "minha" praia

Praia de Mira, a única no mundo com bandeira azul há trinta anos consecutivos.

Inferno

Aqui dentro, reina a preguiça, a falta de vontade de pôr o nariz de fora, e ainda não se ligou a ventoinha porque ainda está fresco. Lá fora, estão quarenta graus, o horizonte fica tremido pelo calor e as cigarras estão naquela cantilena ininterrupta e irritante que me martela na cabeça. Um inferno.

Ridícula esta minha inquietação com o estado do tempo, quando para lá da indefinida linha do meu horizonte, o estado do mundo é, ele sim, inquietante e perturbador.

Papoila e as artes

Casa de vó é assim...

... para entrar...

... e para sair, quando apetece.

A flutuar

Sempre farei de tudo, para que as minhas netas gostem o máximo dos momentos que passam comigo. E se forem dias seguidos, ainda mais.
Com Papoila mais crescida cá em casa por uns dias, tem sido uma animação. Ontem, depois de irmos a sítios onde eu sabia que ela ia gostar, perguntei-lhe já no caminho de regresso a casa, se tinha gostado. E ela respondeu isto: Xim avó! Tou muito fuiz.
E eu fiquei sem palavras. Por um lado, porque o que dissesse podia ser a mais e estragar. E por outro, porque o meu avesso estava todo a sair-me pela boca. A minha neta estava feliz e , apesar de apenas três anos, conseguiu verbalizar.
Caramba!!!! se calhar estou no bom caminho! 

Costa Brava

Céu azul. Mediterrâneo. História. Cultura. Animação. É....Tossa de Mar

Ehh blog dinâmico

Eu e ele (o sono) temos andado juntinhos. Dia e noite.

É esta a minha inquietação

(A minha)Vida ao contrário

Julho e Agosto são, por norma, os meses de férias da maioria das pessoas. São os meses mais quentes, em que (quase) toda a gente gosta de vida ao ar livre, sair, pra fora ou cá dentro, de comer sardinhas assadas, sair à noite, deitar tarde e tal e tal e tal.
Eu, toda ao contrário nestes meses, fico em recolhimento. Não suporto calor, e tudo o que com ele se relacione.
Fico tão incapaz, que a cama me parece tão alta como se tivesse dois andares e eu tivesse de subir imenso para me estatelar, o sofá parece-me demasiado pequeno para tanta preguiça e até o meu sorriso, cuja distancia vai apenas de uma a outra das minhas orelhas, fica tão difícil como se tivesse de percorrer (correr), daqui até à China.
Muito teria a escrever sobre tão nobre matéria, mas mais que duas linhas já me parece um livro de José Rodrigues dos santos.
Assim, mais não digo e desejo um bom verão a quem por aqui passar.

Sou muito burra

Ainda sobre o menino de sua mãe (leia-se Cristianinho), tenho de fazer um desabafo.
Sou mesmo burra! Então não é, que eu mesmo não entendendo nada de futebol, pensei que, quando a bola entra na baliza do adversário é golo. E não é que o "piqueno", lá no clube onde costuma jogar e ganhar uma pipa de massa, farta-se de marcar golos! Ganha bolas disto e daquilo por fazer dessas avarias, o raça do rapaz. Parece que é o melhor do mundo em qualquer coisa, nem sei bem em quê, mas deve ser então por marcar muitos golos, digo eu.
Ora aqui a menina, patriota que é (bahhhhhh), fica ali coladinha ao ecrã na ansia de ver o craque marcar um golinho em jogo importantíssimo e....nada.
Mas o que me deixou mesmo com cara de taxo e a considerar-me um asno, foi ouvir o trinador (ou selecionador, sei lá), dizer no fim do jogo, que o galalau  "entregou-se ao jogo de alma e coração".
Fiquei cá a pensar, que se calhar, os golos já não são marcados como eu pensava!!!!!!!
Também, isto está tudo mudado......uma pessoa só vê futebol de dois em dois anos (mundiais e euros), não se atualiza, e depois é isto.....