Quando criei este espaço, estive uns dois anos sem o utilizar. Criei-o, apenas para testar a minha falta de destreza nesta coisa das novas tecnologias, eu que sou do tempo em que a escrita ainda se fazia com caneta de aparo amovível e cada carteira na escola, tinha um tinteiro.
Depois, os blogs que eu mais visitava, ou eram de pessoas conhecidas ou daqueles que têm muito sucesso e falam de moda e dão patrocínios e são como ler uma revista cor de rosa.
Consumo tudo, que o meu gosto pela leitura é transversal e dou graças a deus que agora esteja tão acessível a todos e não seja já necessário esperar pela biblioteca itinerante da Gulbenkian para ler um simples livro de crónicas, como o era quando eu era criança e essa era a única forma de "adquirirmos" leitura.
E confesso que até me tinha esquecido que tinha criado isto.
Até que, nem eu sei bem porquê, no dia em que fiz cinquenta anos, apeteceu-me vir aqui.
E soube-me bem. E senti-o como um espaço meu. Onde eu podia pôr tudo o que me apetecesse mesmo que ninguém cá viesse ver. Ao fim de um ano tinha vários milhares de visualizações e isso mostrou-me que afinal sempre cá vinha alguém, mas nunca pensei muito nisso, até porque quem cá vem é mesmo por acaso, já que poucas pessoas conhecidas sabem deste espaço.
E pra mim, um blog era isto, um cantinho meu, sem pensar sequer que há pessoas que aqui vêm sem saber quem eu sou nem como sou.
Do pouco que falo de mim, talvez o mais referido seja mesmo o meu gosto pela leitura.
Isso levou-me a referir o poeta Ruy Belo, poeta meu conterrâneo, e trouxe-me a maior surpresa bloguista.
Caramba! Afinal até tenho "visitas" importantes.
Tive hoje, pela primeira vez, a noção da importância disto de ter um blog.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Turquia
Muito haveria para mostrar deste país.
Pena que nem todas as pessoas possam viajar.
Há ainda, aquelas que mesmo podendo , não o fazem. Opções!
Pudesse eu, e correria mundo.
Concluindo: a Turquia é mesmo Maravilhosa
Pena que nem todas as pessoas possam viajar.
Há ainda, aquelas que mesmo podendo , não o fazem. Opções!
Pudesse eu, e correria mundo.
Concluindo: a Turquia é mesmo Maravilhosa
terça-feira, 27 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Mayday mayday
Para muitas pessoas, fazer a mala nem que seja para ir ali e já virem, é um cabo dos trabalhos e precisam de conselhos,e até na tv há sugestões para facilitar a vida a quem tem alguma falta de jeito para "emalar".
Cá pra mim, fazer a mala ( enfiar uns trapos num trambolho um grau acima de mala de cartão) é coisa fácil.
Difícil difícil é voltar a conseguir enfiar tudo lá dentro outra vez quando chega a altura de vir embora. O raio dos trapos incham e não é tarefa fácil voltar a enfia-los lá dentro.
E a sorte é que eu, pelintra que sou, não tenho guito para lembranças , senão...
Cá pra mim, fazer a mala ( enfiar uns trapos num trambolho um grau acima de mala de cartão) é coisa fácil.
Difícil difícil é voltar a conseguir enfiar tudo lá dentro outra vez quando chega a altura de vir embora. O raio dos trapos incham e não é tarefa fácil voltar a enfia-los lá dentro.
E a sorte é que eu, pelintra que sou, não tenho guito para lembranças , senão...
terça-feira, 13 de maio de 2014
Pobres...e ricos
"O tempo é o único capital das pessoas que têm como fortuna apenas a sua inteligência."
segunda-feira, 12 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
Grandeza
Grandeza do Homem
Somos a grande ilha do silêncio de deus
Chovam as estações soprem os ventos
jamais hão-de passar das margens
Caia mesmo uma bota cardada
no grande reduto de deus e não conseguirá
desvanecer a primitiva pegada
É esta a grande humildade a pequena
e pobre grandeza do homem
Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"
Somos a grande ilha do silêncio de deus
Chovam as estações soprem os ventos
jamais hão-de passar das margens
Caia mesmo uma bota cardada
no grande reduto de deus e não conseguirá
desvanecer a primitiva pegada
É esta a grande humildade a pequena
e pobre grandeza do homem
Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Ruy Belo
Nasceu na minha aldeia.
Era filho dos professores primários e a casa em que nasceu ainda ali está. Talvez por pouco tempo, tal o seu estado de degradação.
Chamava-se Rui e parece que era cagão como todos os meninos "bem" que moram numa aldeia e frágil pelo mesmo motivo. Afinal, não jogava a bola descalço, ou nem jogava para não se misturar com a ralé, não rapava frio por não ter casaco nem sol por não ter chapéu. Muito menos comia saramagos, cardos ou apútegas, já que em sua casa não havia necessidades desse tipo.
Era colega de carteira do meu pai, e por isso, toda a minha infância tinha ouvido falar dele.
Não de Ruy Belo porque o meu pai não fazia ideia do percurso que ele tinha seguido, mas do Rui, filho do professor Ribeiro Belo.
Quando ele faleceu, a família satisfez-lhe o desejo manifestado em vida, e trouxe-o de volta à terra onde havia nascido. Sabe-se lá porquê, depois de correr mundo, deve ter concluído que esta aldeia era realmente um lugar especial.
No funeral, tinha eu uns quinze ou dezasseis anos, vi pela primeira vez uma viúva de vermelho no funeral do marido e cores muito garridas nos restantes familiares ( era agosto), e isso agradou-me. Tinha ouvido uns borburinhos sobre a figura que ia a enterrar, que era um escritor, que era muito culto, que isto e aquilo e lá fui, à espera de lágrimas, ranho e baba.
Nada.
Sofreram em silencio. Foram valentes, pensei eu.
Por aqui, houve na altura algum frenesim em redor dos seus livros e eu também li alguns.
E ainda vou lendo.
Agora é um dos nossos, mora ali, para sempre, bem perto dos meus avós, para quem ele nunca sequer olhou e que nunca leram uma sílaba que tivesse escrito. Eram analfabetos.
Ele, o Rui Belo.
Era filho dos professores primários e a casa em que nasceu ainda ali está. Talvez por pouco tempo, tal o seu estado de degradação.
Chamava-se Rui e parece que era cagão como todos os meninos "bem" que moram numa aldeia e frágil pelo mesmo motivo. Afinal, não jogava a bola descalço, ou nem jogava para não se misturar com a ralé, não rapava frio por não ter casaco nem sol por não ter chapéu. Muito menos comia saramagos, cardos ou apútegas, já que em sua casa não havia necessidades desse tipo.
Era colega de carteira do meu pai, e por isso, toda a minha infância tinha ouvido falar dele.
Não de Ruy Belo porque o meu pai não fazia ideia do percurso que ele tinha seguido, mas do Rui, filho do professor Ribeiro Belo.
Quando ele faleceu, a família satisfez-lhe o desejo manifestado em vida, e trouxe-o de volta à terra onde havia nascido. Sabe-se lá porquê, depois de correr mundo, deve ter concluído que esta aldeia era realmente um lugar especial.
No funeral, tinha eu uns quinze ou dezasseis anos, vi pela primeira vez uma viúva de vermelho no funeral do marido e cores muito garridas nos restantes familiares ( era agosto), e isso agradou-me. Tinha ouvido uns borburinhos sobre a figura que ia a enterrar, que era um escritor, que era muito culto, que isto e aquilo e lá fui, à espera de lágrimas, ranho e baba.
Nada.
Sofreram em silencio. Foram valentes, pensei eu.
Por aqui, houve na altura algum frenesim em redor dos seus livros e eu também li alguns.
E ainda vou lendo.
Agora é um dos nossos, mora ali, para sempre, bem perto dos meus avós, para quem ele nunca sequer olhou e que nunca leram uma sílaba que tivesse escrito. Eram analfabetos.
Ele, o Rui Belo.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Afinal...
Caminhar de manhã pelo campo, sentir o cheiro da erva pisada, o cheiro da macela, (e que vontade de "lavar o rosto no orvalho dela"), o cheiro da flor de sabugueiro, ver tudo em flor, papoilas por todo o lado, convence-me de que, de facto, ainda há primavera.
sexta-feira, 2 de maio de 2014
2 de Maio...
É há muito uma data triste para mim!
E, infelizmente, por mais que um motivo.
Mas há dias melhores...
E, infelizmente, por mais que um motivo.
Mas há dias melhores...
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